A Traição do Olimpo

VII Jason

                                     VII

                                   Jason

Jason estava tímido, ele não sabia ao certo o motivo, e se recusava a admitir que fosse por causa da garota nova. Não que ela fosse feia ou bonita demais, mas sim por causa de uma sensação estranha que Helena causava nele. Não era a mesma coisa que sentia por Piper quando estavam juntos, mas ainda assim, seu coração errava algumas batidas perto dela.

Os dois caminharam em silêncio até o chalé 20. Jason podia ver que Helena prestava bastante atenção em cada detalhe ao seu redor, ele sabia que a garota ainda estava assustada, seria estranho se não ficasse. As nuvens ao redor do acampamento tremeluziram junto a um trovão alto. Helena deu um pulinho de susto, Jason a encarou.

— Tudo bem, não vai cair um raio na sua cabeça aqui — disse ele, embora não tivesse certeza.

— Não tenho muita certeza disso — rebateu ela encarando o céu. Jason segurou o riso pela coincidência com seu pensamento.

Jason olhou para as nuvens, a ventania que a tempestade causava fazia com que as árvores ao redor do acampamento balançassem com força. Já era o dia seguinte desde o ataque contra Helena no metrô, e dentro do acampamento o sol e o calor se faziam bem presentes, a tempestade ficava apenas em volta do lugar. Jason conseguia sentir que ela era feita por alguém poderoso, mas se recusava a acreditar que seu pai fosse responsável por aquilo, embora, só um burro olharia uma tempestade dessa e não pensaria no Senhor dos Céus.

— E quando o Universo deixar de existir, aqui estarei. — Recitou Helena enquanto encarava a porta do chalé.

— Como? — perguntou Jason.

— Eu li isso uma vez, é a fala de Hécate no Inicio de Tudo.

Jason assobiou impressionado, depois caminhou até a porta e bateu. Enquanto esperavam, ele se lembrou de quando Annabeth o levara até o chalé 15, dos filhos de Hipnos, para tentar recuperar sua memória (roubada pela magnífica Hera).

Lou Ellen Blackstone foi quem abriu a porta, ela deu um sorriso simpático para Jason, depois olhou para Helena e mudou a expressão para uma de confusão.

— Ah... olá? Campista nova? É uma das nossas? — A garota ficou animada.

— Helena, essa é Lou Ellen, — começou Jason — ela é a conselheira chefe do chalé de Hécate.

— É um prazer conhecê-la — disse Helena de forma simpática.

— O prazer é meu, Helena — respondeu Lou Ellen. — Então? Mais uma filha de Hécate para nós, Jason?

— Na verdade, não temos certeza. Descobrimos sobre Helena ontem, não foi reclamada ainda, mas pelo o que vimos, ela pode ter uma boa camada de Névoa a cobrindo, já que tem dezoito anos e ontem foi a primeira vez que ela viu algo do nosso mundo. — explicou ele.

— Oh... — murmurou Lou Ellen — Venham, entrem. — A garota deu espaço para que passassem.

O interior do chalé de Hécate contava com quatro salas de estar principais, com dois bancos almofadados embutidos que funcionavam como camas. Em um, havia espaço para guardar armas e roupas. Os móveis embutidos eram programados para serem movidos e remodelados como os campistas dali bem quisessem.

Lou Ellen mexeu uma das mãos e logo surgiram três poltronas em um canto da sala. Os três se sentaram, Jason queria comentar o quão confortável era a poltrona, mas preferiu manter o comentário para si.

— Dezoito anos e nunca viu nada do nosso mundo? Nadinha? — perguntou Lou Ellen para Helena.

— Nada, passei dezoito anos como uma pessoa normal e ontem de repente tomei um raio na cabeça e fui atacada por espíritos da tempestade. — respondeu ela como se fosse algo simples.