A Traição do Olimpo

XX Helena

                                    XX

HELENA

Helena estava sentada ao lado de Jason ouvindo o debate sobre o Salvamento de Apolo. Leo havia arrumado cadeiras para seus amigos, enquanto ele mesmo, andava de um lado para o outro sem parar.

O plano da missão parecia ser simples, ir até Ogígia, resgatar Apolo e de quebra, ainda o fariam ajudar com o "problema" de Helena. Will afirmava com toda certeza que seu pai, deus do Sol, da medicina, da música e de sabe se lá mais o que, saberia dizer quem era o parente divino de Helena e o porquê dos monstros e da tempestade maluca.

O debate agora era sobre quem iria na missão. Annabeth dizia que ir os treze era absurdo, seria perigoso demais, já que, aparentemente, muitos semideuses no mesmo lugar atraia os monstros com mais facilidade.

Apesar da expressão de Percy ser de quem estava de saco cheio, ele parecia animado para ir. Jason comentou baixinho com Helena, que mesmo com toda confusão que Apolo trouxe, todo mundo gostava dele. Helena se lamentou internamente por não ter essa mesma sorte.

— Bom, podemos ir eu, Annabeth, Jason, Leo, Nico, Will e Helena — disse Percy.

— Muita gente, Percy — discordou Annabeth. — E não é melhor deixar Helena longe disso? Aumentaria nosso grau de dificuldade com os ventis e a tempestade que a segue.

— Então ela fica aqui com Jason e vamos nós cinco.

— Parece uma boa ideia — concordou Frank. — Podemos tentar descobrir algo daqui.

— Eu tenho um protótipo do Argo lá no porão, quase pronto. Consigo terminar hoje para irmos com ele.

Helena olhou para o chão se perguntando como caberia uma tirreme de guerra grega ali embaixo. Leo logo respondeu essa duvida, apertando um botão que ficava na parede.

O piso em que estavam começou a baixar de repente, Helena segurou no braço de Jason com o susto e o garoto deu uma risadinha em resposta.

O chão baixou até chegar no subsolo, onde era assustadoramente grande, parecia uma garagem de aviões. Haviam máquinas enormes de vários tipos espalhadas por todos os cantos, e no centro, o tal protótipo do tão famoso Argo II.

Helena não sabia se esse era maior ou menor que o antigo, mas era bem grande. Não chegava a ter o tamanho de um navio de cruzeiro, talvez fosse mais parecido com um navio pirata de atrações turísticas. Com remes enfileirados por ambas as laterais, velas brancas e um mastro bem alto. Tudo feito de madeira e bronze... celestial? Apenas a frente do navio ainda estava faltando.

Helena estava encantada, ouvira falar tanto desse barco, e agora vê-lo pessoalmente era de se tirar o fôlego.

— Posso perguntar por que você tem uma segunda versão do navio que vocês passaram meses enfurnados, sofrendo todos os dias sem descanso a caminho de missões suicidas? — perguntou Will.

— Recordação — respondeu Leo com um suspiro sereno enquanto contemplava sua obra.

— Ah para, vai viver — reclamou Will indignado. Helena teve que segurar o riso.

— Ele só precisa de alguns pequenos ajustes — Leo tirou uma chave de fenda de seu cinto, girou-a no dedo e começou seu trabalho no navio.

Festus escalou o Argo e foi até a proa. Helena sabia que lá havia sido seu lugar durante toda a Missão dos Sete da Profecia.

— Já que Helena não vai com a gente — começou Percy. — Não vamos ter problemas se formos pelo ar. Podemos ir voando até chegar no mar e seguimos nele até Ogígia.