XXIX Helena

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                                      XXIX

                                 HELENA

Estar perto da verdade era realmente assustador. De acordo com Leo, com os sons estranhos de Festus e o choro exagerado de Calipso, o Argo III estava finalmente chegando em Ogígia. O coração e a mente de Helena não se aquietavam. Iria finalmente descobrir quem ela era, de onde veio e como se encaixava nesse mundo novo.

No fundo, ela tinha um palpite, mas torcia sempre para estar errada...

Helena estava sozinha no quarto, Hazel havia fugido com Frank para algum canto do navio. De repente, alguém bateu na porta a chamando:

— Lêlê?

De imediato, ela achou que fosse Leo, por conta do apelido, mas quando abriu a porta se surpreendeu com Jason. Já havia passado do toque de recolher imposto pelo treinador e Jason definitivamente não deveria estar na porta do quarto de uma garota, mas lá estava ele, quebrando as regras.

Helena deu passagem para que ele entrasse, assim que o fez, ela fechou a porta, certificando-se antes de que ninguém estava no corredor os observando.

— Sem sono? — perguntou ele.

— Não consigo dormir, estou nervosa — ela deu uma risadinha sem graça e se sentou em sua cama. Jason se sentou do lado. — Estamos cada vez mais perto de Ogígia e talvez Apolo finalmente diga a verdade... E se eu não gostar do que ele vai falar? E se vocês não gostarem do que ele vai falar?

— Não precisa sequer pensar nisso, Helena. Seja lá quem for seu parente divino, isso não vai fazer ninguém te odiar.

— Nesse caso, só você e o Leo, né? O resto já me despreza sendo "órfã"... Imagina se não gostarem do deus que sou filha. E se eu nem for filha de algum?! E se eu for coisa pior?! — o pavor começou a tomar conta dela.

Jason segurou a mão da garota e a encarou nos olhos.

— Não importa quem seja seu parente, ou o que você seja. Passo pelo o que for, ao seu lado. Não vou te deixar sozinha.

O coração de Helena aqueceu completamente. Estar com Jason fazia isso, lhe passava segurança, calma e conforto. A essa altura, já sabia bem que seus sentimos por ele iam além da amizade. Estava apaixonada por Jason e isso era um fato.

— Eu não conseguiria passar por nada disso sem você — disse ela. Jason sorriu timidamente e encarou o chão. Helena suspirou e decidiu desabafar. — Um pouco antes da Piper e Eric aparecerem... Eu tinha visto uma criança, um menino de olhos coloridos, também o tinha visto no museu antes do raio... — Jason a encarou. — Ele disse que era Zeus quem estava atrás de mim.

— Por que não disse logo que chegou no acampamento? — indagou com seriedade.

— Era tudo muito novo, nem eu estava acreditando naquilo. Depois que vi como todo mundo me olhava... Fiquei com medo de me tratarem ainda pior.

Jason suspirou pesado e olhou para o chão de novo. Helena prendeu o fôlego e continuou:

— Eu não sou burra, Jason... Sei de quem eles acham que sou filha. — Jason apertou a mão dela. — Me olham torto por causa disso, você também desconfia.

— Podem estar errados, não temos como ter certeza ainda — a voz dele era firme e parecia não querer falar sobre aquilo.

— E é por isso que estou com tanto medo de chegarmos em Ogígia. Se Apolo...— ela foi interrompida.

— Não vai ser isso, existem muitos deuses, muitas verões, muitas mitologias. Não precisa se preocupar com isso — respondeu de maneira firme.

Helena suspirou, Jason não iria querer tocar nesse assunto, era nítido. Mas a garota era persistente, se Jason não queria falar sobre isso, ela encontraria outra pessoa para conversar, e já tinha em mente quem. A pessoa que mais estava odiando tudo aquilo: Annabeth.

A Traição do Olimpo Onde histórias criam vida. Descubra agora