A Traição do Olimpo

XV Piper

                                         XV

                                    PIPER

Um tapa no lampião trouxe Piper de volta a realidade, a deusa continuava quieta vendo sua revista. O devaneio de Piper servira para fazê-la decidir que não iria ficar presa ali nem mais um segundo. Não deixaria Jason estragar sua segunda chance de vida.

Piper se levantou e se ajeitou da melhor forma que era possível estando presa em uma cela. Hazel contara que a deusa Íris tinha um estilo de vida hippie vegana. Piper era vegetariana, e usaria isso ao seu favor.

— Sabe, — começou ela. — bolinhos veganos parece ser realmente uma boa ideia. Estou cansada de ir em mercados e não ter essa opção.

A deusa abaixou a revista e a encarou.

— Não é?! As pessoas precisam ter oportunidades de experimentar comidas mais saudáveis e livres de maus tratos ao animais.

— Eu concordo plenamente! Acho que mais pessoas deveriam conhecer o veganismo.

— Sim — a deusa voltou a olhar sua revista.

— Eu conheço um lugar, que tem as melhores comidas veganas do mundo — o olhar da deusa voltou-se novamente para Piper, dessa vez, um tanto curiosos. — Além de todo tipo de comida vegana, tem incensos, velas, amuletos, roda de meditação.

Piper teve que se segurar para não sorrir quando a deusa largou a revista e se mostrou interessada no assunto.

— Devíamos ir lá! Você precisa conhecer esse lugar! — Piper estava usando o charme com a maior convicção.

— Devíamos mesmo! Preciso conhecer esse lugar — a deusa se levantou. — Onde é?

Piper pensou em vários lugares, mas seu coração parecia gritar "Acampamento Júpiter".

— Em Oakland Hills, na avenida do túnel Caldecott. Eu conheço os donos, posso apresentar vocês. Poderiam trocar receitas e você teria novas ideias para seus bolinhos!

A deusa sorriu largo.

— É uma ideia fantástica. — A deusa tirou uma chave do bolso e abriu a cela de Piper. A garota quase chorou de alegria. — Minha bicicleta está lá fora e... Hum, eu não podia deixá-la sair... — Íris voltou a fechar a cela.

— Mas não está me deixando sair! — disse Piper rapidamente. — Nós vamos ver o lugar e voltamos, nem vão perceber que saímos. Será rápido.

— Bom, sendo assim, tudo bem — a deusa abriu a cela e Piper saiu em passos apressados. — Vamos lá.

A deusa Íris pegou seu lampião e guiou Piper pelos corredores escuros. Piper passou todo o caminho reforçando a ideia do lugar vegano, deixando a deusa sempre interessada e animada. Usar o charme em uma deusa era algo que estava exigindo bastante dela, mas a garota estava tentando impedir que o cansaço vencesse.

As duas chegaram em uma grande porta de ferro com trincos grossos. A deusa o abriu e em seguida a porta. O ar abafado preencheu os pulmões de Piper quase a sufocando. Ela não fazia ideia em que lugar estavam. Era uma floresta com árvores altas e folhas verde-vivo por toda parte, sons de aves e de outros bichos se faziam bem presentes. O sol estava forte, e sempre que atravessa entre as folhas das árvores, Piper tinha que cobrir os olhos com a mão pela falta de costume com a luz forte. Se ela fosse chutar um lugar do mundo, diria que estavam na floresta Amazônica.

— Aqui — a deusa caminhou até sua bicicleta, que estava encostada na parede.

Piper deu uma olhada no local que acabaram de sair. Uma construção velha de pedras verdes azuladas com musgo e cipós por toda parte, era apenas um quadrado baixo e sem graça. Íris subiu em sua bicicleta branca com cestinha marrom claro e acenou para que Piper subisse na garupa, e assim a garota fez.