A Traição do Olimpo

XII Helena

XII

HELENA

Helena caiu igual jaca madura. Ela não sabia onde tinha caído, mas sabia que fora do alto, em cima de coisas duras, com força e derrubando tudo.

Será que não cansam de me jogarem pra lá e pra cá? Pensou ela.

Seu joelho doía e seu cotovelo também. A garota se levantou com cuidado para não se acidentar mais.

Tudo estava escuro ao redor de Helena, mas conforme sua visão se acostumava com a escuridão, ela conseguia perceber a silhueta de vários objetos estranhos, grandes, pequenos, pendurados no teto e nas paredes, Helena não conseguia dizer ao certo o que eram.

A garota andou com cuidado tentando achar uma luz ou algo útil, ou alguém, qualquer coisa.

Um barulho repentino fez Helena dar um pulo e virar de frente para a direção que veio o som. Seu coração estava disparado, estava sozinha, com sua Névoa mágica protetora sumindo, sem Jason... Não que a presença dele fosse de extrema importância, mas enfim...

Helena deu passos de costas, estava apavorada, se um trovão soasse agora seria seu fim. As costas da garota bateram contra algo duro e quente. O corpo de Helena virou gelatina na mesma hora, suas pernas estavam moles, sua respiração tropeçou nos próprios pulmões.

O coração de Helena parou quando ouviu, o que estava atrás dela, bufar como um touro. Ela prendeu a respiração, reuniu coragem e virou. Se arrependimento matasse, ela teria morrido agora.

Não era um touro, Helena estava preferindo que fosse. A coisa diante de seus olhos era gigantesca e assustadora. Um dragão. Um enorme dragão de bronze com olhos brilhantes. Nem todos os anos assistindo Game of Thrones a preparam para aquilo.

Helena deu passos cautelosos para trás, enquanto o dragão se erguia cada vez mais.

Uma figura humanoide surgiu em cima do dragão, erguendo algo em sua mão, parecia um... Martelo? Helena estava pronta para o pior, só torcia para que fosse sem muita dor.

De repente, as luzes se acenderam, fazendo Helena gritar, o humanoide gritou junto, o que fez Helena gritar mais, e ele também, até ambos estarem gritando (o humanoide mais fino e alto que Helena).

— PARA! — gritou o humanoide.

Helena parou de gritar e o encarou. Era um menino, a roupa estava toda manchada de óleo, o cabelos encaracolados bagunçados, o rosto sujo de graxa. Suas orelhas eram um pouco pontudas e tinha uma expressão de sociopata. Um estalo se fez na mente de Helena no mesmo segundo.

— Você é o Leo! — gritou ela.

— E você uma estranha invadindo minha oficina! — berrou ele. — Festus prepare o fogo!

O dragão abriu a boca e estalos de chamas começaram a se formar.

— Não, não, não! — pediu Helena sacudindo as mãos em sinal de pare. — Eu conheço você, você é filho de Hefesto! Eu sei disso! Jason me contou! Eu sou amiga dele!

Tanto o dragão quanto Leo pararam, se o dragão tivesse um rosto humano estaria com a mesma expressão confusa de Leo.

— Amiga do Jason? — indagou Leo erguendo uma sobrancelha. O garoto pulou para o chão bem na frente de Helena. Era tão baixinho como Jason contara, e até mais magrelo do que Helena imaginara.

A expressão de Leo saiu de curioso para sacana.

— Humm, amiga do Jason, é?

Helena entendeu o duplo sentido e sentiu seu rosto queimar de vergonha.