Terror.
O Felipe estava me enchendo o saco,enquanto minha cabeça estava prestes a explodir. Porra,eu estava ficando maluco.
Eu não deveria ter feito o que fiz! De repente eu só quis descontar nela o fato de eu não ter conseguido ir para a cama com a outra,com a dançarina gostosa que eu mandei chamar diretamente da Rocinha,porque eu via ela na porra na cara da mina. Eu via a Liana, irmão. Eu deixei a mina plantada lá no quarto do camarote,pelada,toda pronta pra mim.
Deixei ela lá no instante que vi a Liana no rosto dela,saí de lá achando que eu tava brisando,sem nem ter usado nada.
Foi macumba,na moral,não tem outra explicação,eu vou matar ela!
Usei cocaína!é difícil eu usar essa porra,meu negócio é só com maconha porque não acho prejudicial,mas qualquer tipo de outra droga eu evito ao máximo. Eu não uso ,na verdade,mas depois que eu conheci a ruiva eu tenho usado como uma forma de escape,sei lá,a maconha já não tava sendo mais o suficiente para espairecer,esquecer ela.Mas pelo o contrário de me deixar relaxado tá me deixando mais pirado e eu estou descontando tudo nela e agora tô me sentindo muito culpado,porra,ela tá no hospital,eu quebrei duas costelas da mina. Eu não sei como ela está viva. A Liana é tão delicada,tão frágil,porra por pouco eu não matei ela. Pensar nisso me desespera.
Felipe:sério, irmão—o Felipe tentava conversar comigo depois de ter me arrastado do hospital,eu estava lá que nem um zumbi,só queria sair de lá se fosse com ela do lado—Eu não sei mais o que fazer,o que te falar—o tom dele era de cansado,de quem estava prestes a desistir.
Terror:eu não posso deixar ela ir,você não entende—minha voz era de culpa,de pura derrota.
Felipe:tu que não entende, irmão—ele aumentou a voz.—Olha as coisas que tu fala, porra. Se não consegue se controlar,então manda essa mina ir embora ,caralho!—ele agora estava puto e eu deixei que ele falasse mesmo,não contestei,apenas ouvia de cabeça baixa,até porque o errado nessa porra sou eu,sempre sou eu.
Terror:eu não vou fazer mais.
Felipe:não vai fazer assim de novo, do nada, você quer dizer,né?! Porque qualquer deslize que ela der tu vai tomar como motivo pra espancar a menina—ele levantou.
Terror:das outras vezes eu tive motivo—eu só queria me sentir menos culpado.
Felipe:Thiago ,puta que pariu, mano. O quê que tá acontecendo contigo parça?—ele me perguntou em tom indignado.
Terror: O que ela fez comigo? Essa é a pergunta—era a minha também.
Felipe: Tu tá maluco,chapando mermo—ele começou enquanto caminhava pelo a sala da boca—Das outras vezes você teve motivo?—ele riu desacreditado—O que é motivo pra você? A mina ter sido educada com um cara playboy que se aproximou dela na rua? Acorda, caralho. A menina tem dezessete anos. A Liana principalmente,quase não sabe notar a maldade em alguma pessoa—pausa—A Letícia fez a mesma coisa que ela,mas naquela noite eu não bati nela,e nem bateria!—ele sabe entrar na minha mente direitinho—E na noite do cinto,que tu bateu nela pra caralho,deixou a mina pelada ,cara. Humilhação demais ,parceiro —o tom dele era de pura revolta.
Terror:ela estava falando com um cara, porra. Eu já tinha te falado. Podia ser inclusive o mesmo cara que veio deixar elas aqui perto. Por que ninguém conseguiu identificar ele ainda até agora?—aquele cara eu não vou esquecer tão cedo e se eu pegar ele vai ser poucas ideias.
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Entregue A Um Traficante
Ficção AdolescenteSe você procura um livro onde tenha traficantizinhos bonzinhos que tratam mulheres como devem ser tratadas e são bons com todo mundo, já lhe expulso daqui, neste livro vou falar da realidade, e se você já sabe que a realidade do nosso mundo não é a...