Liana.
Terror: vou mandar passar esse filho da puta. Vou falar pro cara que tá fazendo tua segurança agilizar isso pra ontem —ele fala com a maior tranquilidade do mundo enquanto eu cresci os olhos do lado de cá da tela do celular. Ele estava se referindo ao Henrique,que para a minha paz eu resolvi contar a verdade de uma vez,que ele está morando aqui e tals. Porém para piorar a situação ele recebe uma foto minha na praia e de fundo o Henrique me secando. Brigamos um pouco, me estressei, porque ele disse que eu não sairia mais do App e várias coisas. Óbvio que eu não aceitei isso,fiz maior drama para ele parar de maluquice e com esse ciúmes excessivo que ele tem. E agora ele me joga que vai mandar matar o Henrique, me assusta a facilidade que ele fala que vai tirar a vida de outra pessoa. Porém eu sigo fechando os olhos para muitas atitudes dele.
Liana: você para com isso,eu não gosto quando você fala isso.—eu repreendo super séria.—Você não sabe resolver as coisas apenas conversando?
Terror: que mané conversando o quê?o cara fica te observando mesmo depois de você falar que é comprometida, depois de eu já ter falado com ele. Aí eu vou conversar com esse filho da puta? aah saí fora parece que não me conhece,eu hein. O conversar vai ser uma bala no meio da cabeça dele pra ele aprender a não mexer com mulher de bandido.—ele estava puto e eu reviro os olhos umas três vezes enquanto ele fala . Ainda bem que estamos em chamada de voz.
Liana: fica calmo, porque você tem uma facilidade incrível de me estressar.—digo respirando fundo.
Terror: só eu ,né?—ele bufa—Tô cheio de parada pra resolver,vou ter que desligar.—ele diz e eu sento de emediato na cama,pronta para falar um monte.
Liana: calma aí Thiago,você vai mesmo desligar sem antes a gente resolver isso? você não vai fazer nada,né ? —eu pergunto cheia de medo. Porque por mais que eu ache o Henrique um porre,eu desejo tudo ,menos que ele morra,né? Deus me livre.
Terror: tá preocupada com ele por que ô caralho?—aí cara,não da com ele.
Liana: eu estou preocupada em você tirar a vida de uma pessoa por minha causa. Eu sumo da sua vida Thiago,e eu não estou para brincadeira —ele fica calado,eu também e permanecemos assim por alguns segundos.
Terror: vou dar um susto nele.—diz grosso do outro nada da linha .
Liana: que tipo de susto? —pergunto depressa porque se bem o conheço ele vai já desligar.
Terror: um susto só,relaxa que eu vou deixar ele vivo pra continuar te olhando de biquíni na praia —e desligou. Cheio de raiva e ciúmes. Eu levanto para ir me arrumar para o trabalho. Amanhã eu começo na faculdade junto com o trabalho anoite ,já prevendo o quanto isso vai ser cansativo. O Thiago percebendo isso já disse que eu devo parar,porém enquanto eu poder trabalhar,não sendo arriscado para o meu bebê eu vou estar trabalhando sim. Poxa,isso é super importante para mim,juntar o meu dinheirinho,sempre senti que fosse precisar,e agora preciso mesmo porque tenho um bebê a caminho. Porém é estranho pensar que se bem que eu também não vou gastar tanto assim do que eu guardei comprando coisas para o meu bebê. Se bem conheço o Thiago antes mesmo de eu pensar em comprar as coisinhas ele já vai ter comprado. Ontem ele já estava me falando sobre enxoval,sim e olha que ele nem sabe o que é enxoval para criança. Então fico me perguntando porque essa sensação de que eu preciso guardar dinheiro porque um dia vou precisar. Entanto,nada que seja anormal também,né? visto que de dinheiro a gente precisa sempre. Assim que termino de me preparar para ir trabalhar, eu pego o celular e mando uma mensagem de áudio para ele. A gente discutiu hoje,ele está mordido e fazem três dias que não nos vemos,acho que dar para a gente se ver hoje. Entanto para não piorar a situação é melhor fazer do jeito dele,avisar que estou indo para ele mandar que me peguem de carro lá no postinho,assim não levantamos tantas suspeitas.
visto por último hoje as 16:30
Liana: me busca no postinho e me leva para sua casa as 21:00. As 00:00 eu volto para casa.—envio em mensagem de voz e em seguida em ligo para ele para que visualize mais rápido.
Coloco apenas uma calcinha na bolsa e pronto,lá eu visto uma blusa dele. Saio de casa sem nem esperar que ele me responda. No postinho como sempre,tinha mais senhorinhas de idade ,que acabam passando mal e o posto fica mais perto para as pessoas que moram aqui em baixo. Muitos desses idosos moram sozinhos e não conseguem subir o Morro para ir no hospital. O postinho não deveria funcionar durante a noite,somente durante o dia como normalmente os postos de saúde funcionam mesmo. Porém pelo o fato das pessoas que moram nas comunidades próximas a favela,no caso fora do Morro, fica mais fácil para eles se locomover para cá. Nos grandes casos são mais grávidas e idosos. Eu trabalhei três dias durante o dia,porém como vou começar a vim anoite mesmo ,então é melhor que eu já vá pegando o ritmo. Se bem que durante o dia é tudo bem mais corrido do que a noite. No meu horário é tranquilo,porém nem sempre. As vezes pegamos casos mais sérios,que pela a vida do paciente temos que dar nossos pulos para subir com eles para o hospital do morro,já que não temos os recursos necessários para algo que seja muito grave.
A noite passou tranquila,olho a hora no celular e faltava cinco minutos para que eu saia. Abro o Whatsapp para ver o Thiago responder.
Terror: depois,hoje tô com cabeça não.—eu li duas vezes para ter certeza que ele estava mesmo me dispensando. Ele está chateado,por algo que eu não tenho culpa como sempre. Eu poderia subir como da última vez? poderia! porém não vou,não vou insistir e nem muito menos enviar qualquer outra coisa. Vou pra casa e quando ele quiser como sempre que eu vá ficar com ele,eu também não vou estar com cabeça pra ele aprender.
Deu minha hora e assim que eu saio eu me deparo com uma Evoque prata de vidro fumê. O vidro abre e o Palhaço aparece no volante. Ele sorri grande pra mim.
Palhaço: vamo dar um rolê mulher.—não tinha como não sorri para ele. Eu entro no carro e abraço ele.
Liana: caraca que carro lindo.—eu comento reparando por dentro.
Palhaço: é…tá achando que o patrão brinca em serviço patroa?—eu olho ele de canto balançando a cabeça negativamente enquanto ainda sorrio.
Liana: iae, vai me levar para onde nesse seu rolê? —pergunto colocando o cinto de segurança .
Palhaço: casa da laje ele mandou te levar. —diz já dando partida.
Liana: onde fica?—pergunto olhando pra ele.
Palhaço: topo do morro,a mais da hora que ele tem na minha humilde opinião.—ele nunca havia me levado para essa,assim como ainda não me levou para várias que ele tem espalhada por esse e outros morros.
Liana: essa casa da laje não é a que ele fazia as festas dele lá?—lembro que já ouvi falar dessa casa nas muitas falácias de festas que envolviam putaria,suruba e várias coisas indecentes.
Palhaço: ah patroa,aí eu já não sei dizer não viu.—ele desconversou para não dar ruim para ele. Porém por esse mesmo motivo eu já manjei que essa era a famosa casa mesmo.
Liana: hun,sei.—digo em tom de desconfiança e ele não diz mais nada. Logo chegamos e meu Deus era linda. Fico me perguntando porque ele não morava aqui. É afastada da estrada,provavelmente para evitar polícia e emboscada surpresas enquanto eles estão curtindo. O palhaço desce junto comigo e abre o portão branco e super chique para mim.
Palhaço: ele ainda não chegou,espera só um pouco que logo mais ele tá chegando aí—ele diz e entra comigo para destrancar a outra porta que também era do mesmo material do portão, porém menor.
Liana: você vai me deixar em casa mais tarde?—eu me sinto bem mais segura com ele.
Palhaço: se o patrão mandar eu vou.—ele fala engraçado até para falar coisas normais.
Liana: tá certo.—digo e me despeço dele entrado na casa. De primeira eu notei o quanto essa era diferente das outras ,super clara e aconchegante. A decoração tinha toques rústico , porque se não,não teria nada aqui a cara dele. Porém era um rústico sutil, que transmitiu simplicidade e facilidade de limpeza na casa. Na parede tinha tons que remetia a natureza,como toques de azul e verde,estampas de folhagem e temas ligado ao mar. Os quadros tinham pinturas de barco,âncoras ,remos , bem como pinturas relativas também a natureza. As portas e janelas de vidro branco,tudo com ar mais casa de praia. Então eu percebi pela a janela o mar logo aqui em baixo descendo uma ribanceira.
Liana: não acredito—eu digo para mim mesma assim que eu percebo que o mar era aqui em baixo. Eu subo as escadas e procuro um quarto ,fui para a laje e caraca eu arrisco a dizer que era tão lindo quanto a visão no meu quarto em Copacabana. Era simplesmente lindo,a casa ficava em um alto, enquanto o mar estava logo aqui em baixo,com as ondas batendo com força quase perto da casa,simplesmente perfeito. Se essa casa não fosse uma casa a qual a minha imaginação entrever várias cenas ridículas do Terror e a vida de putaria dele de antes,com certeza sem dúvidas nenhuma eu iria querer morar aqui. Eu escuto a porta abrindo atrás de mim e eu viro no susto. Era ele.
Terror: te procurei pela a casa toda e não te achei —ele reclama.—Vem,vamo para outro quarto.—estava falando super normal,porém eu o conheço bem e ele está mesmo chateado comigo,é inacreditável. E o fato de ele ter me chamado para outro quarto só reforçou a minha imaginação de que ele já deve ter aprontando horrores nesses quarto.
Liana: você tem quarto próprio aqui?—pergunto e ele balança a cabeça positivamente.
Terror: eu tenho em todas.—é, então menos mal. Lembro muito bem da história que a Dona Benê me contou sobre o toque que ele tem de não gostar de levar mulher para os quartos próprio dele. Segundo ele é intimidade e moral demais dada para mulheres que ele não considera importante. Em pensar que eu já fui uma dessas mulheres e hoje em dia não sou mais.
A gente chega no quarto onde era o dele,muito mais a ver com ele. Onde a vista para a praia era linda,cheia de montanhas ao longe.
Liana: por que mudou de idéia sobre me ver?—perguntei de olho no mar lá fora,de costas para ele.
Terror: porque sim.—ele responde apenas,grosso e seco.
Liana: primeiro me dispensa e depois ainda me trás para a sua casa de putaria no morro.—eu digo mais em tom de escárnio, porém no fundo eu falava sério.
Terror: quem foi que te falou isso?—pior que era tão real mesmo as histórias ,que ele até ficou todo errado pra falar.
Liana: boatos correm ,né? essa casa é popular mesmo—eu estava um veneno de tão debochada. Realmente não gostando nada de ele ter me trago pra cá. Pior que eu gostei tanto daqui ,achei a casa tão linda. Pena que dá asco de imaginar o quê que já se passou aqui.
Terror: tá chapando,isso aí não existe não.—ele desconversa.
Liana: me leva pra outro lugar ou eu vou daqui para casa,agorinha mesmo.—já que até agora tudo foi do jeito dele,chegou a hora de começar a ser pelo menos um pouco do meu.
Terror: tsc,para de caô porra,tô zero paciência hoje e tu ainda fica tirando nego de otário—ele tira a carteira do bolso e joga com força na cama,puto
Liana: você tá sempre zero paciência pra tudo ultimamente e eu tô foda-se se você tá trabalhado demais. Eu tô com uma puta carência de tudo,de você… por causa desse saco de gravidez e você ainda me vem dizendo que está estressado e ainda por cima me trás para a sua casa de suruba na qual você já trouxe todas as putas do morro—eu disse já com voz de choro,porque de verdade eu não sei o que tá acontecendo comigo, mas eu tô muito sensível. Então eu apenas saio do quarto pisando firme e batendo a porta com força.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Entregue A Um Traficante
Ficção AdolescenteSe você procura um livro onde tenha traficantizinhos bonzinhos que tratam mulheres como devem ser tratadas e são bons com todo mundo, já lhe expulso daqui, neste livro vou falar da realidade, e se você já sabe que a realidade do nosso mundo não é a...