Liana.
Liana: ok,isso é culpa,somente isso—disse enquanto estávamos eu e Letícia sentadas no sofá da sala,meio que escondidas de toda aquela bagunça,eu agora numa caipirinha fraquinha e ela na vodka. E eu estava tentando me convencer que isso seria passageiro,esse comportamento dele—Mas eu não dou dois dias para ele voltar a agir como o Terror novamente.
Letícia: aham,amanhã mesmo ele já acorda querendo ir para a cama com você—disse ela jogada no sofá enquanto bebia.
Liana: se ao menos ele cumprisse a promessa de não me bater mais. E não me forçar a fazer algo que eu não queira—a olhei mostrando pelo o meu olhar que isso já seria o suficiente.
Letícia: se ele for mesmo fazer como prometeu,talvez deixaria você trabalhar mais,para conseguir pagar mais rápido. Não ficar enrolando sabe? Para que você nunca se livre dele. Até porque desse jeito ele tá te pagando uma merreca,e…—eu à cortei.
Liana: …e eu não tenho do que reclamar em relação a isso. Afinal ,ele desconta um valor todo mês e me dá todo o resto. Ainda por cima me dá casa e comida. E o pior é pensar que eu até poderia estabelecer algo diferente,aproveitar que ele está de guarda baixada e pedir para vir somente trabalhar,assim seria mais fácil para ambos,porque é muito difícil morarmos juntos. Mas daí para onde eu iria? Não posso ficar lá na sua casa,ainda mais depois de tudo—quase não tenho coragem de olhar para elas. Que acreditam que ele está sim me oprimindo e obrigando a continuar trabalhando para ele,mas acham também que se eu quisesse eu poderia sair de uma vez por todas dessa vida. Somente deixando de aceitar tudo isso. E bom,não é bem assim,e explicando elas também não entenderiam. Iam querer denunciar ele e isso podia dar um b.o enorme,dado que ele é quem é. E nesse momento tudo que eu não quero é deixar ele muito puto nesse nível,Deus me livre!
Letícia: você deveria deixar de ser tão orgulhosa.—disse referindo-se a minha teimosia de não querer ficar na casa dela.
Liana: e você deveria deixar de tentar me ajudar quando você não pode amiga—falei a olhando nos olhos—Pro tio Pedro eu não consigo voltar também —coloquei a mão na cabeça,me sentindo tão sem rumo. Eu só queria poder pagar logo tudo que devo ao Terror,fazer minha faculdade,arrumar um emprego e morar longe daqui. Seria muito difícil deixar minha casa para trás,o meu lar,as pessoas…porém eu não sinto mais que tenho um lugar aqui. Eu continuaria ajudando tio Pedro sem dúvidas,mesmo sabendo que ele estaria usando com drogas. Mas conviver com ele novamente seria difícil,eu mal consigo olhar na cara dele sem sentir que ele não faz questão da minha presença,mesmo que o ajudando. Eu não sei se já perdoei ele, porque apesar de algumas escolhas terem partido de mim,a maioria teve ele como motivo. Pensar que ele também tem culpa em grande parte das coisas que eu tô passando hoje,me faz refletir que eu ainda não o perdoei de todo o coração, ainda não!
Letícia: já que você não vai mesmo fazer o que eu falei,que para mim é a melhor opção dentre todas—eu reviro os olhos—Vai mesmo esperar que ele faça algo parecido de novo…—atropelei a frase dela de novo.
Liana: Letíciaaa— repreendi chateada.
Letícia: então…—ela continuou—Tenta pelo menos falar com ele depois. Falar sério,sentar com ele e conversar,eu acho que não vai adiantar de nada,mas…vai quê,né?—ela sugestiona.
Liana:as vezes eu acho que ele não me leva tão a sério—disse ao pensar na possibilidade de o chamar para uma conversa de “gente grande”
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Entregue A Um Traficante
Ficção AdolescenteSe você procura um livro onde tenha traficantizinhos bonzinhos que tratam mulheres como devem ser tratadas e são bons com todo mundo, já lhe expulso daqui, neste livro vou falar da realidade, e se você já sabe que a realidade do nosso mundo não é a...