Liana.
Leticia como todas as vezes queria ficar praticamente em cima do palco,para gravar os cantores de perto. E por incrível que pareça as pessoas quando nos reparavam tentanto passar,todos abriam espaço. A Letícia cantarolou no meu ouvido: “deixa ela passar que ela é mulher de vagabundo” enquanto dançava toda feliz e eu sem entender nada da música,e nem muito menos o sentido. Porém sei que ela estava gastando o fato das pessoas estarem abrindo espaço para a gente passar. Do nada já estávamos dançando e rindo de tudo lá no meio das pessoas. Eu não sei porque exatamente,mas eu estou super feliz . Olho lá para cima outra vez pra dar uma conferida no Thiago e percebi que ele já procurava alguém com os olhos.
Sorri ao ter certeza que com certeza era eu. Tentei andar pra uma área que ele conseguisse me ver melhor,mas daí meu brilho foi sumindo aos poucos quando eu ví a Taynara do lado dele,quase pelada. E eu não lembro de ter visto ela com essa roupa. Cara,a ordinária,vagabunda havia voltado em casa para trocar de roupa para se insinuar pra ele?!
Eu fiquei imóvel vendo aquela cena. Taynara falou alguma coisa no ouvido dele,o Thiago a olhou de cima abaixo com uma cara não muito boa e daí eles só saíram andando rumo às fundos do camarote,meu sangue subiu,porque eu sabia pra onde eles iriam. Eu falei tudo rápido no ouvido da Leticia e a gente subiu lá,para fazer o quê? não faço a mínima idéia, eu já estava sobre efeito do álcool. Quando eu cheguei no camarote eu fui tranquila rumo ao quartinho vipe,que me dar ranço. Eu só queria ver a cara dele me olhando,porque sim,ele acabou de quebrar a “palavra de homem” dele. Tentei entrar,mais os seguranças me impediram,eu tentei várias vezes passar pela a minha expressão que eu não iria fazer barraco,isso não está no meu sangue. Porém eles não deixaram! e porra eu estava tentando parecer calma,mas eu não estava. Eu estou magoada,para variar por culpa dele outra vez. O Felipe também não estava por aqui, não tinha ninguém pra me ajudar. Então eu resolvo procurar por ele com Letícia,provavelmente estava lá fora,resolvendo alguma coisa segundo a Letícia. E eu ainda não estava acreditando que ele me trouxe no baile e foi comer a Taynara sabendo que eu estava lá em baixo. Já eram quatro da manhã e eu ali preste a chorar que nem uma criança,o álcool estava piorando tudo. Mas eu não iria chorar na frente de ninguém e nem muito menos na dele.
Leticia: vem amiga,vamos pra casa.—ela diz me direcionando para fora do baile. Eu estava meio desacreditada,porque as coisas estavam indo tão bem. Eu não imaginei que ele iria regredir dessa forma. O Thiago estava parecendo tão sincero e,de repente ele faz isso. Ele realmente não tem consideração nenhuma por mim.
Liana: eu não vou pra casa. —digo me segurando ao máximo para não chorar. Eu odeio ter que falar algo quando estou nessa situação. Sinto como se não conseguindo segurar o choro quando eu falo,se fico calada e quieta eu posso segurar muito mais.
Leticia: dorme na minha hoje.—disse e era tudo que eu queria. Saímos do baile e Leticia parecia impaciente,até que ela falou pra que eu esperasse ela e andou até Felipe que estava conversando com uns caras. Ela explicou a situação a ele e eu notei que estavam estranhos,eu conheço eles muito bem. Devem ter brigado,normal.
Logo eles vinheram em minha direção. Leticia com uma cara de cú,e ele me olhando com cara de pena. E é o que eu mais odeio em uma pessoa, que me olhe com pena. Ou talvez ele havia apenas me olhado. Na real mesmo,talvez eu quem sinta pena de mim e acho que as pessoas também têm. Entramos no carro e Felipe levou a gente pra casa da Leticia. Assim que chegamos eu desço depressa já correndo pro quarto da Leticia,deixando os dois sozinhos lá no carro.
No banheiro eu tiro minha roupa e entro debaixo do chuveiro com calcinha e sutiã,sentindo uma ânsia enorme ao imaginar eles dois lá no camarote. Chorei muito,por raiva dele. O Thiago foi um covarde, não podia ter feito isso,me enchido de esperança e ter feito o que fez,sabendo que eu estava ali. Chorei de ódio de mim,por ter acreditado que seria diferente.
Leticia: Vem amiga,sai daí,daqui a pouco cria escama—escuto ela falando longe,mas quando abro os olhos vejo ela dentro do banheiro comigo,desligando o chuveiro e falando bem próxima a mim
Liana: Porque tudo tem que ser tão difícil pra mim assim Leticia? —chorei,porque na frente dela eu posso —O que foi que eu fiz de tão errado pra merecer tudo isso?—eu estava sobre o efeito do álcool e o mundo parecia que iria acabar nesse momento. Amanhã sei que posso fingir que isso não aconteceu e continuar seguindo a vida,como se nada tivesse acontecido. Embora eu esteja sofrendo de verdade.
Leticia: shhh. —fez carinho no meu rosto.—Você não fez nada de errado Liana,pelo o contrário. Você não merece isso,pensa que tudo acontece por algum motivo, que mesmo as coisas menos boas têm uma razão de ser e tudo isso vai te levar para algo melhor amiga,eu sinto e você também que Deus tá preparando algo grande pra ti.—disse tudo em um tom baixinho,para que eu entendesse que tudo ficaria bem e para que não acordassemos tia Suzane e dona Olga. Enquanto me cobria com uma toalha e me direcionava para o quarto dela. Me entrega uma camisola e eu visto depois de ter deixando a calsinha e o sutiã molhado no banheiro.
Liana: você acha mesmo? —eu pergunto agora enquanto ela penteia o meu cabelo.
Leticia: eu tenho certeza Liana. — ela diz em tom extrovertido — Use sua força para seguir em frente neste momento,em breve estará sorrindo com o coração e festejando o extraordinário triunfo da superação! —ela diz como se lendo um poema,enquanto fazia movimentos com as mãos. Eu sorri e olhei pra ela com a sobrancelha arquiada.
Liana: de onde tirou essa frase?—pergunto rindo.
Leticia: aah vi no twitter um dia desses.—a gente riu e apenas ela tem esse dom de me fazer rir quando estou mal.
Liana: eu te amo. —confesso.
Leticia: também te amo muito amiga.—a gente se olha pelo espelho e ela deita a cabeça na minha.—Agora vem,vamo por uma roupa e hibernar. E amanhã tudo ficará bem —ela me puxa para a cama.
Alguns minutos depois de deitadas e eu ainda tentava dormir,tentei ao máximo,mas não conseguia,Leticia já até roncava e eu nada. Levantei devagar pra que ela não acordasse e me ajoelhei na cama,eu não havia orado e eu meio que senti falta.
Liana : oi Pai,tá tudo bem por aí por cima?—pausa— Aqui embaixo não tá não,mais precisamente no meu coração,o Senhor já deve saber.—seguro o choro. Sempre sinto vontade de chorar.— Pai,eu já tô perdendo as esperanças,eu realmente não sei quais são os teus planos pra mim,mas eu te peço,por favor,faz doer menos Deus. —pausa.—Pai,eu quero que saiba que eu ainda creio em ti, espero em ti, e amo-te com todas as minhas forças,Embora não sinta que estejamos mais tão próximos. E está tudo muito difícil aqui dentro sabe?!me dá uma prova Deus,uma prova que tudo isso não é em vão,que o Senhor realmente tá vendo e tem um plano recompensador no final disso tudo—fiquei em silêncio por um minuto,tentando controlar meu choro pra que Leticia não acordasse , e senti um vento sacudir suavemente meu cabelo,não era bem um vento,era uma brisa suave,mansa,me recusei a abrir os olhos. —Pai? é você ? — e novamente o vento,tão acolhedor,meu choro cessou,meu coração acalmou e eu agradeci,entreguei os problemas a ele e só agradeci,pedi perdão por tudo e voltei a agradecer. E quando abri os olhos,já era de manhã,Deus havia me posto pra dormir e eu nem recobrava. Fui no banheiro e fiz um xixi que só por Deus,eu nunca enxotei tanto líquido de dentro de mim. E eu nem havia bebido tanto assim ontem.
Liana : aii— reclamei pondo a mão na cabeça por lembrar da noite anterior.—Droga!—acordei estressada,na verdade.
Sabe quando chega um ponto da sua vida no qual você não sabe o que que está fazendo mais ? No qual você simplesmente só está vivendo um dia após o outro porque o tempo não para?! É como eu estou me sentido agora,totalmente perdida,sem saber o que fazer agora,apenas deixando que a vida me leve. Porque eu tentei de tudo,mesmo sabendo que isso não é vida e muito menos a que eu tanto sonhei ,e sabe,eu posso ter defeitos, viver ansiosa e ficar irritada algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência. Eu preciso evitar que isso aconteça,e sabemos que eu só posso obstar isso sendo feliz. E ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um “não”. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. E quando eu paro e vejo,eu percebo que tudo isso eu já fiz ,e me preocupa muito,porque eu estou começando a aceitar o fato de que o meu coração,minha mente,tudo em mim, insiste em um detalhe para que eu consiga ser feliz de uma vez, sem interrupção, e o que falta está ficando cada vez mais longe e eu sei que eu não vou poder ter. E de repente ele era tão essencial . Fui até a cozinha e a mãe da Leticia tomava café,dei bom dia e beijei sua testa.
Liana: onde está a Leticia?—pergunto já sentando na mesa.
tia Suzane: foi comprar pão. Senta aí minha filha,já ela chega,eu já vou indo pra loja,fica a vontade por favor,você sabe que a casa também é sua.—ela me beija e eu sorrio sem mostrar os dentes.
Liana: tá bom tia,obrigada,Deus te acompanhe.—digo e ela se vai. Alguns segundos depois que ela saiu a Leticia chega,graças a Deus.
Liana: huun—faço som com a boca observando ela com sacolas na mão.— Foi comprar pão pra mim? Me sinto até importante. —falo brincando com ela. Já atacando a as sacolas da mão dela.
Leticia: pra você nada,fui comprar pra mim ué,mas você também come. —diz me entregando a sacola e colocando algumas outras coisas na mesa.
Liana: como sim— já fui logo colocando tudo encima da mesa. Pães fresquinhos e quentinhos,eu amo. Além de ter acordado com uma fome de quatro pessoas.
Olhei pra nutella em cima da mesa e já imaginei dentro do pão quentinho,peguei e passei bastante,coloquei café, dei o primeiro gole e senti falta de algo,avistei o leite também quentinho e misturei com o café. Comi tudo.
Leticia: o que você vai fazer agora? —ela pergunta enquanto passa a margarina no pão. Eu olho para a mesma e lembro-me do ocorrido de ontem.
Liana: eu não sei amiga. —peguei outro pão e peguei a nutella novamente e dessa vez tomei com suco.
Leticia: eu hein Liana,faz quanto tempo que você não come garota?—brincou fazendo careta.
Liana: para de falar como se eu passasse fome. Eu estou nervosa eu acho. É que realmente eu não sei o que eu vou fazer agora.—disse e quando fechei minha boca a campainha tocou. Olhei pra cara de Leticia e a gente ficou se encarando.
Leticia: É só a campainha amiga. —disso dado ao meu susto.
Liana: ok,deixa que eu atendo.—digo já levantando.
Corri até a porta e quando abri me deparei com um cara bem mais alto que eu,mas umas três vezes mais alto. Parecia ser mais novo,era magro e carregava uma fuzil enorme nas costas e eu já sabia quem ele estava procurando.
***: Aí,patrão mandou vim de buscar pra te levar pra casa. —ele diz quase sem me olhar direito.
Liana: diga a ele que eu não moro mais lá. —disse toda determinada,mas por dentro eu estava com um cagasso. E sabendo que óbvio que eu voltaria,até porque eu ainda devo a ele e não tenho para onde ir. Ia fechando a porta quando ele colocou o pé.
***: ele disse que quer trocar uma idéia contigo,mandou te levar. — insistiu.
Liana: Diz que a gente não tem nada que conversar. —fechei a porta. Fui até Leticia com o coração na mão. Meu Deus,eu desobedeci uma ordem dele,ele vai ficar puto.
Leticia: os vapor do Terror não era?—pergunta já concluindo. Eu balanço a cabeça positivamente.
Leticia: calma Liana,calma,taí parecendo que vai ter um troço.—a campainha tocou de novo. Eu olho para ela novamente,assustada.
Liana: ele não vai desistir não é?—pergunto já sabendo que não,ele não desistiria. Ele sabe o chefe que tem.
Leticia: ele não é de desistir não—ela estava com vontade de rir. Fui até a porta outra vez e me enchi de audácia.
***: ele mandou te levar,facilita aí patroa, pô—ele diz no momento em que eu fui abrindo a porta.
Liana: desculpa,eu sei que é só o seu trabalho. Mas pode dizer a ele que pra lá ,eu só vou a força. —e fechei a porta de uma vez,olhei pra trás e vi Leticia observando.
Leticia: quando foi que você ficou corajosa?—ela pergunta de queixo caído.
Liana: nunca. —digo,porque de fato.
Leticia: quem te viu quem te ver hein,se você fosse barraqueira eu ia adorar ver você dando uma coça na Taynara.—eu ri balançando a cabeça negativamente.
Liana: eu também. —adimiti e a Leticia riu que nem uma hiena,que me fez rir ainda mais e rimos a bessa,até tocarem na campainha de novo. —Meu Deus,será possível?espera só —eu digo batendo com os braços nas pernas,já sem paciência e vou andando em direção a porta.
Liana: mas que droga! —já fui falando antes de abrir a porta. —Eu já falei pra você falar pra quele filho da... — dei de cara com o Terror me olhando .
Terror : filho do que? —ele pergunta de cara fechada e sobrancelha arqueada.
Liana: o que?... Você...—de repente eu fiquei sem palavras.
Terror: filho de que?—ele indagou,com a cara fechada,de puto.
Liana: de… Deus.—eu digo para cortar o clíma,para não deixar transparecer que estava com medo dele. Ele olhou pro lado mostrando despaciencia e cansaço .
Terror : eu mando os cara vim te buscar e tu faz mó show,tá se achando ou o quê?—a voz estava grossa e mais forte.— Diz que só vai a força,porra,tá aqui eu então caralho,eu vim te buscar a força.—ele era bem capaz.
Liana: show? Eu tô fazendo show agora?—estou mesmo,pelo menos uma vez na vida eu posso.
Terror: caralho Liana,porra da uma segurada nessa tua emoção de menina rebelde aí,eu tô tentando mudar... —fiquei meio surpresa ao escutar. Porque de fato ele reconhecesse mesmo que estava tentando mudar. Mas eu cortei na mesma hora.
Liana: ... tentando mudar? — ri sarcasticamente olhando pro lado. — Vi ontem como você estava tentando mudar.—eu estava muito chateada e como não sei discutir eu apelo para o deboche,porque assim consigo demostrar minha indignação.
Terror: tu nem sabe do bagulho e já fica aí dando uma de emocionada.—ele balança a cabeça negativamente, torcendo a boca olhando para longe.
Liana: todo mundo sabe o que você foi fazer lá com aquela... Piranha. Eu não precisava ver pra saber. —se antes eu queria disfarçar que estava chateada,agora ele já percebeu. Eu não queria que ele soubesse que me atingiu ao ponto de me magoar vê-lo ficar com aquela mulher. Ele coçou a cabeça,despaciente.
Terror: Vem comigo... Por favor? — fiquei calada. — Deixa eu te explicar,eu preciso conversar sério contigo,vamo lá em casa?—ele pediu,quase implorando.
Liana: não rola. —tentei fechar a porta e ele colocou a mão.
Terror: ouu—chama a minha atenção com a cara fechada.—Tu não tá falando com os meus homens não,baixa a tua bola que tu vem comigo sim. — ele disse enfiando o dedo na minha cara,no tempo em que puxou a minha mão.
Liana: eu não vou!—eu tentei resistir.
Terror: não rola.—ele continua me arrastando pela a mão.
Liana: não rola o quê?—eu tentava tirar a mão dele da minha mão com a outra mão.
Terror : de você não vim comigo. —e continuava me puxando,quando eu vi que não adiantaria eu ficar resistindo,resolvi ceder logo de uma vez.
Liana: tá bom Thiago,tá bom. TÁ BOM. — gritei e só assim ele parou e me olhou.
Terror : tá bom o que caralho? —ele para me olhando na cara,de cenho franzido,boca entre aberta,maxilar trincado,puto e impaciente.
Liana: eu vou com você,me deixa só trocar de roupa por favor.—nesse momento ele me examinou,passando os olhos pelo o meu corpo.
Terror: porra Liana? Tu tava com isso quando eu mandei vim te buscarem? —ele perguntou em tom enraivecido. Cara,eu odeio sentir tesão nele quando ele demonstra ciúmes assim.
Liana: tava ué,tinha acabo de acordar praticamente.—digo baixando a camisola.
Terror: ele ficou te olhando? —perguntou referindo-se ao garoto que ele mandou aqui.
Liana : claro que não Thiago.—afirmo revirando os olhos.
Terror :hun.—faz som com a boca me analisando,será que esse louco achava que eu estava mentindo para ele?
Falei com Leticia que iria com ele,me troquei e ela me desejou boa sorte. E eu acho que vou precisar mesmo.
Cheguei lá fora e ele nem olhou na minha cara mais,se posicionou direito na moto e esperou que eu subisse. Essa era diferente das várias que ele tinha,era mais alta e eu odiava moto alta.
Liana: tem como você me ajudar a subir por favor? —perguntei puta de ódio por ter que falar com ele com todo aquele clima. E fiquei com mais ódio ainda quando ele apenas virou-se de lado e me deu a mão pra que eu me apoiasse e subisse na moto,sem me dirigir a palavra. Ok! Se ele quer assim,assim vai ser,hoje eu não dirijo mais a voz a ele. Nem eu acredito mais nas minhas próprias mentiras.
Chegamos e eu desci da moto e já fui logo andando rumo ao portão da casa,pisando firme. O portão estava trancado,coloquei minha digital e abriu. Eu adentro rápido com um bico gigante. Sentei no sofá da sala e esperei por ele
Terror : vamo subir! — mandou,ele nunca pede,sempre manda.
Liana: a gente não só vai conversar? Não dá pra conversar na sala não? —estava achando que ele tentaria alguma coisa,se não ele,eu ! ele fica gato pra caralho puto,de boné,correntinha e hoje de branco,juntou com o perfume já era minha postura.
Terror : o quê que foi Liana ? Pra que toda essa marra porra? Deixa disso caralho,tá me irritando de...—deixei ele falando sozinho e subi logo de uma vez pro quarto dele,pisando firme,tudo do jeito dele sempre,sempre. Ai de mim se não fizer. Sentei na cama do mesmo e esperei que ele começasse falar,fingindo plenitude,mas eu tava com o meu coração a mil,com medo do que ele fosse revelar. Visto que esperava alguma coisa diferente do que eu já estava imaginando: que ele transou com ela dentro daquele quarto ridículo.
Ele puchou uma poltrona que ficava no quarto dele. Que era para mais uma decoração cheia do jeitão dele. Era pesada pra caralho mais ele puxou como se fosse a coisa mais leve do mundo. Pós ela em minha frente e sentou,e eu ficando cada vez mais nervosa .
Terror: foi mal! — e baixou a cabeça. E eu quase que enfio um soco nele. Como é? Ele me chamou aqui pra me falar "foi mal?" que vontade de matar esse filho da puta.
Liana: foi mal Thiago? Você me leva pro baile com você,me dá um perdido e vai ficar com uma qualquer,sabendo que eu estava lá embaixo,morta de iludida,toda feliz com a gente…De novo Thiago,de novo você faz questão de me humilhar,me fazer de boba,me fazer sofrer...—eu falava tudo sem parar e já ameaçava chorar,mas eu não irei!
Terror: Liana me escuta,na moral! Eu não teria porque mentir pra ti. Eu não levei ela pra gente ficar,eu juro pra você que não rolou nada.—disse sério e verdadeiro. Embora eu ainda não tivesse acreditado,pareceu de verdade.
Liana: a não! Levou ela pra dentro do puteiro do baile pra brincar de cavalinho com ela! —ironizei com algo totalmente sem sentido,porque estou nervosa e não sei discutir. Estamos tendo nossa primeira DR saudável,se é que existe. Enquanto ele ficou me encarando por um bom tempo,certamente imprecionado com minha reação. E tenho que confessar que eu também estava um pouquinho surpreendida comigo.
Terror: pra quê eu iria mentir pra te pô? —perguntou impaciente. —Ela chegou em mim no baile,querendo satisfação do porque eu tava contigo,a gente teve uma mini discussão e a mina começou a chorar.
Liana: aaah. —disse e ri sarcastica.— Ela chorou e você como é muito coração mole,levou ela para aquele quarto imundo,pra consolar ela brincando de cavalinho! —eu estava tão indguinada.
Terror : Caralho Liana,que mané cavalinho. A Taynara tem meio que uma história comigo,a gente não tem nada,nunca teve,ela passou uma fase difícil comigo,enquanto eu estava na tranca. —ah pronto,está explicado porque ela se considera mulher dele. —Aí ela passou mó cota inventando pra favela que era a fiel e a porra toda. Pessoal gosta muito de falar da vida dos outros,principalmente da minha. As pessoas tão vendo que eu andando contigo demais. Além de ainda por cima, tu tá trabalhando dentro da minha casa,morando…Daí tão julgado ela como chifruda—e ela é mesmo—Pô deve tá sendo difícil pra guria,o povo quando quer, acaba com a vida de qualquer pessoa. — obviamente ele estava me falando a verdade. Visto que o conheço e tenho como exemplo várias atitudes dele,que todo mundo conhece. Que mostram que ele jamais inventaria tudo isso. Se ele tivesse feito alguma coisa,ele diria e pronto. Não estava nem aí.
Liana: você nunca me consolou quando me viu chorar,diversas e diversas vezes,inclusive por culpa sua quase todas elas. — falei bem baixo,com a cabeça virada para o lado,sabendo que ele tinha escutado. Ele ficou calado,eu diria que quase sem jeito,coisa rara de se ver. Suspirei, cansada de tudo isso.
Liana: eu não aguento mais! —confesso.
Terror: tô ligado. —eu o encarei no mesmo estante .— Era sobre isso que eu também queria conversar contigo. —falou sem me olhar,até que me olhou nos olhos e tentou falar algo,mas ele simplesmente ficou me olhando. Eu fiz um gesto com a cabeça para que ele continuasse,eu queria saber. Mas ele não disse nada além de me puxar para cima dele. Percebi nesse estante que ele tinha algo para me falar,mas pareceu perder a coragem.
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Entregue A Um Traficante
Novela JuvenilSe você procura um livro onde tenha traficantizinhos bonzinhos que tratam mulheres como devem ser tratadas e são bons com todo mundo, já lhe expulso daqui, neste livro vou falar da realidade, e se você já sabe que a realidade do nosso mundo não é a...