capítulo 49°- "eu preciso!"

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Liana

O vestido escolhido será na cor vermelha,mas ainda não tenho a mínima idéia de como vai ficar. O Thiago e eu como esperado estamos super estranhos um com o outro. Ambos estamos,a gente tenta as vezes puxar assunto aleatório,coisa que antes só eu tentava fazer. Agora ele tenta também,mas só piora a situação. Então ele desistiu e voltou a ser o Terror de sempre. Não o Terror que espanca e humilha,é o que é frio comigo. Porém ele têm me respeitado e isso para mim é muito importante. Na verdade,ele nem tem tentado mais me levar para cama,dentro desses dias ele não me procurou. E para ser sincera eu queria sim que ele tivesse procurado,para que eu pudesse dizer que eu não quero. Porque assim parece que não estar rolando porque ele quem não quer. A alguns dias atrás ele havia me falado uma coisa que me deixou sem palavras. Disse que não consegue mais transar com ninguém sem pensar em mim. E eu sei que depois da nossa discussão,depois de tudo que foi dito,na verdade do que não foi dito,dado que ele não disse nada como sempre,não se abre comigo,não tenta falar o mínimo do que ele sente para que eu entenda ele um pouco. Eu sei que não deveria ter ficado feliz,mas eu fiquei. A verdade é que ele também sente algo por mim,algo que se ele não sabe o que é ainda,eu que não vou saber mesmo. Porém eu sei que sente,entanto ele não quer se arriscar. O que ele quer é me ter aqui sempre quando ele precisar,esperando para que ele faça o que ele quiser,obedecendo,sendo submissa,enquanto ele continua com toda a vida de putaria dele. Ou não,visto que segundo ele,o Thiago não consegue mais ficar com outra mulher sem me imaginar nela. Mas acontece que ele não quer me respeitar,me assumir de uma vez. E eu descidi que não importa o que aconteça daqui pra frente,eu não vou me deixar iludir ainda mais. Pelo o meu bem, eu já estou tão magoada,preciso cuidar para não me machucar mais.
Na faculdade as coisas já estavam começando a ficar mais pesadas. Primeiro dia foi só flores,em questão de complexidade com a temática. Agora que já estamos pegando no conteúdo eu percebi que eu tenho que estudar em dobro, em triplo se for possível. Eu estava indo para a cantina lanchar com a Letícia quando no corredor eu encontro os três projetos de playboys heteros top. O tal de Henrique cochichou alguma coisa aos outros,que sorriram e passaram com os olhos no meu corpo,de cima abaixo.
Henrique:iae cabelo de fogo.—ele põe o braço no meu pescoço me acompanhando pelo o corredor. Será que eu mereço tudo isso?eu fico me perguntando: será que joguei pedra na cruz em outras vidas,em outras reencarnações minhas ? porque de verdade,eu só posso estar pagando algum pecado de outras vidas para merecer passar por tanta coisa estressante na minha atual.—Fiquei sabendo que na tua favela tem umas festinha da hora. Baile funk,né?—na minha favela?ele acha mesmo que tem lugar de fala para falar assim do meu lugar.
Liana: sim,inclusive dar de dez a zero nas festinhas de Playboy de condomínio. É balada que chama as suas festinhas,né ?—digo sorrindo sarcástica,enquanto observo ele mascando chiclete com cheiro de menta.
Henrique: é,né?…—ele também era muito sarcástico.—Como faz pra colar sem morrer com um tiro na cabeça,ou sendo assaltado?—os outros riram.
Liana: não faz!—digo sorrindo falso tirando o braço dele do meu pescoço.—Baile funk não é lugar de playboy filhinho de papai—digo enquanto vejo o brilho indo embora do rosto dele. E eu continuo seguindo para a cantina. A Letícia estava em uma mesa com dois amigos dela. Ela fez amigos bem rápido inclusive e eles eram o tipo bem descolados. Eu pego uma bandeja e vou colocando tudo que quero comer,depois eu vou sentar na mesa com eles. Eu chego cumprimentando os dois que foram super simpáticos comigo. A menina chamava Laura e o cara era o Alex.
Alex: com todo respeito,mas você é linda demais.—ele diz a mim e eu fico vermelha certeza. Eu não sei lidar com elogios,ainda mais quando são assim,espontâneos.
Liana: ah que é isso,obrigada.—a Letícia ria olhando de mim para ele e a menina também tinha um sorriso no rosto.—Fiquei sem graça—confesso por não ter mais o que falar.
Laura: ah poxa,você é rápido né cara?—ela diz olhando para o Alex ainda sorrindo.—Já cantou ela primeiro que eu.—ao que parece sim,ela estava dando em cima de mim. A gente riu todos juntos.
Liana: para gente,eu já devo estar parecendo um pimentão.—falo alinhando o cabelo com os dedos.
Laura: ah mas não tem problema.—fala descontraída —Eu curto mesmo é uma morena meio surtada.—ela disse olhando para Letícia de canto bebendo o suco,com sorriso libertino no canto da boca. Eu abri a boca com semblante de surpresa,sorrindo perplexa enquanto o Alex morria de rir. A Laura tinha um estilo muito bonito de mulher desfem barra meio termo como elas dizem.
Letícia: saí que eu sou hetero garota e muito bem comprometida olha.—ela diz ainda sorrindo.
Alex: tu é foda viu sapa—ele diz recuperando-se de uma crise de risco. Sapa é uma gíria que eles usam referindo-se a mulheres lésbicas. Os minutos com eles passou rapidinho demais e muito gostoso também. Eu ri horrores e gostei muito deles,são super alto astral.
Volto para a sala e quando passo pelas as meninas super poderosas da sala a Dulce faz uma cara de nojo,na minha cara. Mano,que menina insuportável,se eu pudesse eu pegava a cabeça dela e enfiava dentro da privada,matava logo afogada.
Dulce: eu não suporto pobre.—sim ela teve a coragem de abrir a boca para falar isso logo que eu passei por elas. A tal Frida riu e a Melanie sorriu mas parecia um sorriso falso. Ela não parece gostar dessas atitudes fútil das amigas e tem vezes que ela parece super desconfortável com algumas piadas. Parece que ela só estar ali para se enquadrar dentro de um padrão. Padrão esse que não era dela e ela não devia se prestar a tais coisas. Essas meninas são altamente preconceituosas,nojentas,espero que quebrem muito a cara ainda com a vida,para que aprendam. Com certeza o que é delas estar guardado,a lei do retorno é certa para todos.
A aula acabou e a Letícia me esperava na porta da minha sala. Ao sairmos da faculdade a gente esbarrou com o gêmeos,dentro de um carro lindo,daqueles que são abertos na parte do teto,acho que Jaguar F-Type o nome,era perfeito,na cor branca. Os gêmeos eram bonitos e até dava para diferenciá-los pelo corte de cabelo. Um deles,que ainda não decorei qual o nome é de quem,nos olhava com uma cara meio indecifrável. A gente estava ignorando até então,até que o mesmo que nos olhava chama nossa atenção.
André: ou,vocês querem carona?—um deles pergunta enquanto o outro lança um olhar reprovador para o irmão.
Letícia: Não,a gente tem duas…—eu corto ela no mesmo estante. Por mais que eu ache que eles merecessem ouvir um fecho de Letícia,tenho que concordar também que eles não estão nos tratando mal,ou nos faltando com educação,então devemos tratá-los do mesmo modo. Sem contar que ele não conhece a Letícia,vai ficar sem entender nada o fato dela ter sido tão deseducada.
Liana: não obrigada,estamos bem a pé.—digo sorrindo sem mostrar os dentes. E continuamos andando no tempo em que eu puxava a Letícia pelo o braço.
André: ei moreninha.—ele chama outra vez,mas agora a Letícia.—Qual o teu nome?—o irmão dele leva uma mão até o rosto,como se não acreditando no que irmão estava fazendo.
Letícia: não te interessa da Silva.—diz e abre os braços sorrindo cinicamente. E por incrível que pareça ele também sorri.
André: marrentinha você,né?dona não te interessa da Silva. —ela quem fecha agora a cara para ele,mostrando o dedo do meio. Ao mesmo tempo que eu baixava a mão dela e sorria para eles sem mostrar os dentes. Não queria que eles tivessem motivo para pegar ainda mais no meu pé .
Letícia: folgado.—ela xingava ele no tempo que andávamos.
Liana: ele ficou foi interessado em você,isso sim.—comento sem nem da muita importância.
Letícia: é…Deixa meu preto saber disso pra ele ver como ele não parte esse filho de bacana em dois.—ela conta toda exaltada fazendo movimento com as mãos. E eu fico pensando em como sempre têm que ser assim: pessoas ricas sempre achando que podem ser melhores do que os pobres e que nós por sermos pobres vamos querer algo com eles,só por serem ricos. Geralmente essa playboyzada sempre fazem e curte as mesmas coisas,todos eles,exatamente como nos filmes. São sempre os moradores da zona sul ou barra da tijuca,filhinhos de papai literalmente, pessoas que vivem em academia na maromba e vive na malandragem, na boa vida. Geralmente é um tipo de pessoa opressora que vê alguém mais fraco e humilha ou da porrada parecido com pitboy valentão que briga na rua e vive praticando artes marciais como jiu jitsu, judô, taekwndo e muay-thai. Também são os típicos que gostam de andar por aí desfilando com mulheres gostosas e bonitas e viver na praia surfando ou jogando altinha. Frequenta baladas caras e mete a porrada em quem enche o saco. Geralmente vive arrumando caô com os outros e adora arrumar encrenca. O perfil do playboy carioca é sempre de origem da zona sul ou que mora no Leblon, Ipanema, Barra ou Gávea, apresenta corpo sarado e roupa de surfista e vive em bonde. Geralmente pertence a uma elite local no caso no bairro de alta classe que mora. Sempre igual,os anos passam,as gerações mudam,até o século também. E eles sempre vão continuar,da mesma maneira. A desigualdade também,tudo igual,afinal é Brasil,né?onde pobre é pobre e rico é rico,sem mais.
Chego em casa como sempre:morta! faço tudo como todos os dias e desço para almoçar. Eu almoço,lavo a louça que sujei,limpos as mesas,aspiro a casa,lavo algumas roupas e o Thiago nem sinal,ele estava mesmo me evitando,ou de fato essa invasão surpresa dos polícias tem deixado eles ainda mais atento e estão trabalhando mais encima disso. Investigando e cuidando para não voltar mais a acontecer. Ele anda muito estressado por conta disso,afinal ele quase morre. Escuto que alguém toca a campainha,pego o interfone no tempo em que observo pela a camera o Douglas lá fora.
Liana: oi?—eu atendo e espero que ele fale algo.
Douglas: chegou carta do correio pra tu.—ele diz enquanto observa ao redor para saber se não tinha ninguém olhando. E bom,realmente não parece que tem gente nos observando quando a gente está lá fora,mas tem sim. Aqui tem olhos ao redor de toda a casa. Quando ele fala em carta eu penso no Lucas no mesmo estante. Engulo em seco e começo a ficar nervosa. Largo o interfone e corro para abrir o portão,ele me entrega a carta e eu fico olhando para ele meio sonsa. Olho para a carta e graças a Deus logo na frente não tinha o nome do Lucas,a outra também não tinha,mas eu morro de medo que de repente ele ache que eu não sei que é ele e, coloque o nome dele.
Liana: obrigada.—digo sorrindo sem mostrar os dentes no tempo que já foi entrando. Eu corro depressa para o meu quarto e tranco a porta.
Na carta:
Olá minha princesa,espero que esteja bem!
Quero te dizer que ainda não desisti de você. Eu sei que estou parecendo um maluco,mandando essas coisas,parece até sem sentido não é?
Mas para mim não é Liana,não parece que eu estou mandando uma carta do nada,dizendo estar apoixanado por uma menina de cabelos bonitos que eu ví apenas duas vezes na vida. Eu sei que isso é muito louco,eu também acho muito louco. O fato de eu ter te visto apenas uma vez e já não conseguir mais parar de pensar em você,ou de sonhar com você. Ou de lembrar do teu cheiro,do teu abraço,da tua boca…Tão próxima a minha.
 Uma viagem de barco,apenas uma manhã comigo,é o que eu te proponho,sem segundas intenções e nem muitos menos expectativas,eu só queria te conhecer melhor e que você também possa me conhecer melhor. Eu posso te dar tudo que você procura e merece. Namorar,noivar,casar,ter filhos,o que você quiser…Fugir!morar longe desse lugar,em outro país…
Quer ser mãe?eu serei o pai de seus filhos,se não quer ser,tudo bem. Acho que viveríamos bem como casal,quer cursar uma faculdade ou mil delas? eu estaria aqui,para te apoiar em tudo,podemos fazer isso juntos. Não importa o que você diga,ou queira Liana,eu tenho a solução,eu posso e estou disposto a te dar!
E quando você tiver lendo isso,deve pensar que ninguém nunca daria algo em troca de nada para alguém. E que não seria eu que daria. E se pensou, você tem razão,eu não estou te propondo tudo isso em troca de nada. Tenho sim uma condição se caso você aceitasse tudo isso. Minha única condição seria: que você estivesse ao meu lado. Minha doce red Riding Hood.
{local de encontro e um número de telefone}
Eu estava estagnada depois de ler,totalmente paralisada enquanto olhava para essa carta. Sem saber o que pensar depois disso. Eu li outras três vezes,outras diversas vezes para ser mais sincera. Ele desconfia que eu tenho alguém ,também depois do dia que liguei para ele desesperada pedindo para que ele se afastasse de mim entregou tudo. E ele desconfia que eu esteja sendo oprimida, tenho certeza. Ele parece ser realmente muito inteligente,por isso sacou tudo,do contrário não iria me propor que fugíssemos. Eu penso na possiblidade de encontrar ele,se ele me pediu que confiasse,que ele teria um jeito para que ninguém soubesse,então ele sabe que não posso de maneira nenhuma ser descoberta com ele. Sim,eu estava pensando em realizar o meu próprio autocídio. E por quê ?porque eu já não aguento mais tudo isso que estou passando com o Thiago,tudo que ele está me fazendo passar. Porque eu preciso,eu PRECISO me desapaixonar do Thiago,ou ele vai conseguir me matar,ele já está me matando aos poucos,e o pior é que eu ainda estou o ajudando.
Eu coloco a carta debaixo do fundo falso da poltrona,não quero queima-las,eu acho tão lindo a forma como ele dedica as palavras a mim,o jeito que ele se declara. Eu queria tanto poder o conhecer melhor sim. Mas sem todas as dificuldades que tenho que recear. Apenas como uma mulher normal,com direito de escolher quem eu quero conhecer,com quem quero escolher estar,sair,beijar.
Entanto preciso pensar mais,não posso simplesmente entrar nesse contratempo assim,de cara. O Terror me mataria,porém eu estou completamente cega com a idéia de poder ser amada de verdade por alguém como o Lucas,disposto a fazer tudo por mim. Coisa que talvez o Thiago nunca seria.
O resto do dia vai se passando e eu fico revezando entre estudar e ajeitar uma coisa e outra. O sol estava quase se pondo e ele ainda não tinha aparecido. Se ele não chegou até agora,então provavelmente ele não vai vim dormir em casa hoje. Resolvo ir no meu tio,fazia uma semana que eu não tinha mais ido vê-lo.
Descendo o morro eu passo enfrente a boca e o meu coração acelerou quando eu vi ele,em cima de uma moto com uma mulher que de imediato eu pensei que fosse a Taynara. Mas ao reparar melhor,quando a luz bateu nela,eu pude perceber ,era uma mulher ruiva. Talvez ele quisesse algo mais parecido comigo para a imaginação fluir melhor,crápula,cachorro. Eu finjo que não vejo e continuo seguindo para a casa do tio Pedro. Quando eu chego ele estava.
Liana: boa noite tio. A bênção?—eu peço assim que entro e encontro ele na sala com um litro de vodka,jogado no sofá. —Aí você não tem jeito mesmo né tio?
Pedro: e tu…—ele soluça. —ainda não estava tão bêbado. Passo os olhos por cima da mesinha que ficava de frente ao sofá e vejo cartões e um prato. Ele estava usando droga,certamente. Por isso tão resistente ao álcool. —Trouxe algo útil para mim hoje?—útil? o alimento que trazia para que ele não morresse de fome, não era útil para ele agora?
Liana: o que seria útil pra você tio Pedro? —eu pergunto em tom de tédio.
Pedro: dinheiro!o que mais seria?eu sei que você tem.—ele fala forte e agora ele olha para mim. A pupila dele estava super dilatada e de repente eu senti medo. Ele não estava ligando para mais nada,ele escapou de uma overdose e nem assim ele parou de usar drogas. Já chegou em um nível que o faz capaz de tudo por dinheiro.
Liana: eu não tenho!—digo e vou na cozinha reparar se ainda havia comida no armaria e ainda tinha. Porém o microondas não estava mais aqui e a televisão já não estava mais na sala. Ele havia vendido?—Onde está a televisão e o microondas tio Pedro? você vendeu?—eu pergunto meio perplexa. Ele nunca havia chegado no nível de vender os aparelhos de casa.
Pedro: vendi.—ele levanta e eu me afasto no susto.—Me da um pouco de dinheiro aí Liana,eu sei que você tem.—Por Deus ele estava tão drogado.
Liana: eu já disse que não tenho dinheiro aqui.—digo e continuo me afastando disfarçadamente para que ele não perceba que estava me colocando medo.
Pedro:VOCÊ TEM SUA VAGABUNDA, VOCÊ NÃO É MARMITA DE TRAFICANTE?—ele grita cospindo tudo em mim e eu tomo um susto enorme.
Liana: eu não devia mais me importar com o senhor.—eu digo entre dentes e vou embora. Bato a porta com força e respiro fundo para não chorar. Olho para a rua onde as pessoas transitavam,alguns vizinhos sentados na calçada me olhavam e umas vizinhas conhecidas até acenaram para mim. Foi quando eu percebi tio Pedro abrindo a porta atrás de mim,quando viro para olhar o motivo de ele ter aberto a porta com tanta agressividade,sou surpreendida com um soco no estômago,que me fez cair no chão de emediato, me faltou o ar e antes que eu pudesse recuperar ele vem para cima de mim.
Pedro: sua piranha desgraçada.—um chute. Eu começo a me afastar,arrastando-me no chão.
Liana: PARA!—eu tentei gritar,mas o som não saiu tão alto como eu tentei que saísse.
Pedro:eu devia ter te mandado pra um orfanato,sua ingrata!—ele agarra no meu cabelo tentando me levantar do chão para bater em meu rosto. As pessoas pediam para ele parar e ele não parava.
Liana: me larga—eu disse gemendo de dor.—Eu já disse que não tenho dinheiro pra te dar.
Pedro: não tenho dinheiro,não tenho dinheiro.—ele repete mudando a voz.—Teu macho não te dar dinheiro pelos os teus serviços não?hein vagabunda?—ele tenta socar meu estômago outra vez quando e eu me defendendo com o braço e com certeza ficaria roxo. Quando ele se prepara para dar outro,eu escuto o barulho da moto,era ele.
Terror: tira a mão dela agora seu velho desgraçado.—ele grita e por mais que ele fosse a última pessoa que eu queria ver aqui,eu até respirei aliviada. Mesmo ao escutar a voz dele de quem estava prestes a matar alguém. Ele arranca tio Pedro de cima de mim e eu estava tão desnorteada que tive a impressão de o ver voar.
Felipe: Tu tá bem ruiva?—eu apenas acenti com a cabeça.—Consegue levantar?—ele me ajuda e de repente eu começo a escutar gritos do tio Pedro e barulhos de socos. Olho em direção e vejo o Thiago encima do meu tio,o rosto dele já sangrava de tanto que ele batia. O Felipe me solta e corre até eles,tentando tirar o Thiago de cima do tio Pedro.
Felipe: calma aí cara,tu vai matar o velho,tu vai matar o velho!

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