Liana.
Acordo com a minha ansiedade atacada,ontem avisei ao Thiago que hoje iria até a escola ver o resultado do Enem com a Letícia,eu estava tão,mais tão ansiosa que acordei cedíssimo. Lavei e hidratei o cabelo as cinco da manhã,sequei e deixei para escolher uma roupa depois. Fiz café da manhã,suco porque o Thiago não toma café e preparei a mesa com café,suco,pão,presunto e queijo,frutas,tapioca e prontinho. Nem muito para não desperdiçar e nem tão pouco para que não seja o suficiente,quero que dona Benê também coma quando chegar. As minhas mãos não estão me atrapalhando em nada,embora ainda estejam machucadas. Mas não foi nada profundo,então por isso não estar incomodando. E a vidraça do banheiro dele,ele mandou que viessem consertar hoje. Tomo meu café da manhã bem reforçado e subo outra vez para procurar a roupa. Olho primeiro o celular e vejo uma mensagem de Letícia dizendo que hoje quem teria que esperar ela era eu,porque a bonita acabou acordando tarde.
Hoje eu eu levaria o meu antigo celular para dar a ela,vou fazer uma surpresa na verdade. Já falei com o Thiago pedindo permissão e eu estava super sem jeito. Porém ele me disse que era meu e eu podia fazer o que eu quisesse com ambos,desde que eu não ficasse sem,porque ele precisava ficar me ligando sempre quando quisesse. A possessividade dele era demais,mesmo que ele tente me fazer achar que não se importa comigo.
Escolhi para a parte debaixo um jeans wide leg,cintura alta de algodão rasgada no joelho,eu me sinto super confortável e estilosa. Na parte de cima escolho um cropped branco com azul do Brasil,no pé uma rasteirinha e a bolsinha pequena de lado para por o celular. Relógio no pulso, antitranspirante na axila, perfume no corpo e desço.
O Thiago ainda não tinha acordado e adivinhem porque?; ontem chegou super tarde de alguma festinha clandestina dele. Então eu apenos saio,já avisei ontem para onde iria,ele que trate de lembrar.
A Letícia como bem me avisou,não estava me esperando e eu tive que esperar ela hoje. Mandei que acordasse mais cedo pois eu não tinha pedido ao Thiago ontem antes de dormir que mandasse um dos caras dele levar a gente,mandei mensagem mas como eu disse,a festinha dele fez ele esquecer até que tinha celular no bolso. Alguns segundos e ela chega quase correndo.
Letícia: não vou pedir desculpas,porque eu já te esperei muito na vida.—já chega falando,respirando ofegante.
Liana: ai vamo logo.—falo já andando,eu só queria ter que chegar logo.
Letícia: eu também estou super ansiosa,juro,tirando a redação eu acho que fui muito bem.—ela adimite.
Liana: sério,parece que eu vou infartar. Olha minhas mãos.—peguei no braço dela.—Estou suando,eu estudei tanto amiga,em meio a tanto caos e dificuldade…—eu estava tão nervosa.
Letícia: você vai passar! —ela tenta me passar confiança. A Letícia queria passar pra algo na área da saúde também. E eu sei que ela conseguirá,porém ela não está confiante,tem quase certeza que não vai conseguir pelo o fato de não ter estudado tanto. E só está ansiosa por mim.
Liana: ah,toma!—tiro o iPhone de dentro da bolsa. Eu tinha colocado dentro da antigo caisa e quase não saia da bolsa.
Letícia: tá brincando.—ela diz com as duas mãos na boca.
Liana: falei com o Thiago e ele disse que eu podia fazer o que eu quisesse com esse,então eu decidi dar para você.—ela pega da minha mão sem acreditar.
Letícia: amiga,sério?!...Eu não sei nem como te agradecer.—ela diz tirando o iPhone na caixa como se fosse algo super frágil.
Liana: já apaguei tudo meu daí. Está como novo.—digo também animada com a animação dela.
Letícia: tô começando a gostar do Terror.—fala mexendo no celular e eu não consigo não rir.
Liana: você é interesseira,né garota?—comento ainda rindo.—E quem te deu foi eu tá?não foi ele não.—ela me abraça toda feliz,dando pulinhos de animação. E logo após ela volta a mexer no celular.
Cheguei na escola com o coração na mão. De longe eu via um aglomerado de pessoas olhando o quadro grande que estava pregado na parede. Ali tinha nossos nomes,a quantidade de questões que conseguimos acertar ,e mais na frente o tão esperado:curso que conseguimos alcançar pela nossas notas.
Eu via várias pessoas olhando aquele quadro,elas procuravam o nome delas com ansiedade. Algumas depois de tanto olharem saiam cabisbaixas,certamente não conseguindo exercer o que queriam. Eu via outras que gritavam de tanta alegria,outras que ao meu ver não tinham conseguido o que queriam, porém estavam muito felizes com o que tinham alcançado.
Eu não conseguia nem ver o quadro,por mais grande que seja. Eram muitas pessoas na frente. Fiquei um pouco afastada,eu estava com medo de chegar perto,e iria ficar ainda mais quando fosse procurar meu nome.
Estou orando o tempo todo,eu e Leticia já tínhamos combinado tudo. Pra qual faculdade iríamos,o dia de irmos comprar material. Eu sei que ainda faltava muita coisa pela a frente,mas isso é coisa para depois,agora só preciso me preocupar em ter passado e se Deus quiser sim. E aí,terei que tomar um porre com a Letícia mais tarde,eu havia prometido a ela como forma de comemoração.
Aqui no Rio de Janeiro tem várias faculdades particulares com vagas do Enem,são nessas grandes faculdades que pretendemos nos matrícular,claro,se nossas notas forem boas. Vai sair coisa do nosso bolso?sim! Mas eu não teria chegado até aqui para desistir por causa de dinheiro. Até porque,são caras,mas eu consigo pagar,se tivermos ganhado a bolsa com o Enem,iríamos conseguir sim. Certamente eu e Leticia não vamos passar pro mesmo curso,mas conseguiríamos ir pra uma mesma faculdade,assim espero.
De longe eu vi Leticia se esforçando pra sair daquele ninho de pessoas,ela estava com um sorrisão no rosto,percebi que ela chingava algumas pessoas que a espremiam. Quando enfim ela conseguiu sair,passou o olhar em volta e eu acenei pra que ela me visse. Assim que ela pós os olhos em mim,ela abriu um sorriso que mal cabia em seu rosto,a mesma correu até mim e pulou nos meus braços.
Liana: Ai doida,você tá me machucando. —a olhei sorrindo e percebi que ela estava quase pálida,parecia nem conseguir falar. __ Que foi?você passou?—perguntei entusiasmada.
Leticia continuava intacta sorrindo feito uma idiota e até já estava mudando de cor,enquanto olhava para as pessoas,provavelmente procurando alguns dos nossos amigos.
Liana: LETICIA FALA ALGUMA COISA,VOCÊ ESTÁ ME DEIXANDO NERVOSA. —falei um pouco alto,chamando a atenção de algumas pessoas.
Leticia: Liana… EU PASSEI.—ela grita batendo palminhas e pulando em mim.
Liana: Você passou para o quê? Me fala logo de uma vez,eu preciso saber.—disse já sem paciência
Leticia: nutrição!—ela sorriu e eu acompanhei o sorriso dela.
Liana: você tá brincando? — falei a olhando surpresa. Era na área da saúde como ela queria e a Letícia não tinha perspectiva nenhuma de passar para algo nessa área. Nutrição estava ótimo para ela.
Leticia: Não,eu não tô. — ela estava tão feliz.
Liana: AMIGAAAA. —gritei a abraçando,enquanto ela ria alto.
Liana: Parabéns.—disse me afastando do abraço. Ela estava com o olhar longe,meio desacreditado agora—O que foi?você não gostou?—perguntei mesmo sabendo que não tinha possibilidade de ela não ter gostado.
Leticia: não gostei? Você tá brincando? Liana eu ia até desistir de fazer faculdade,e de repente eu passo pra nutrição. Nutrição Liana, um dos cursos mais desputados e importante pra sociedade—pausa.—Não que eu me importe,né? mas…aí eu vou me esforçar tanto— falava eufórica fazendo movimento com as mãos.
Liana: você conseguiu sua vaca.—a gente se estapiava que nem duas retardadas.—Tá...Agora vamos parar com esse mico porque tem muita gente olhando —olhei em volta,e algumas pessoas nos olhavam mesmo,mas não eram olhares que julgavam. Todos sabem o quanto é importante para jovens periféricos conseguirem passar no Enem,o quanto isso abre portas. A maioria daqui também eram pessoas periféricas e que também já viveram em situação de extrema pobreza, só Deus sabe o quanto eu torço por elas.
Leticia: Não tem como ficar calma. Eu tô com vontade de sair gritando... Porque você está calma? —me olhou e voltou a falar. —Ah claro,esta com medo de olhar o resultado como sempre,você sempre medrosa. Vai logo Liana,vai olhar esse caralho. —ela estava ansiosa por mim. Comecei a roer minhas unhas,minhas mãos começaram a suar,eu comecei a sentir um frio na minha espinha. Leticia começou a me empurrar até o quadro,e quando finalmente chegamos,eu olhei tudo aquilo,e tentei voltar,mas Leticia pegou em meu ombro e virou-me de volta pra frente.
Leticia: Olha Liana,olha.—ela estava eufórica.
Ta,eu tinha que olhar,eu precisava olhar. De qualquer forma,o meu objetivo ali era estar entre aqueles que passaram pra medicina,o meu foco era a medicina. Se de repente eu passasse pra direito, eu iria ficar satisfeita,mas não feliz. O meu sonho sempre foi ser médica,era o que minha mãe e meu pai queriam que eu fosse,eles ficariam felizes por qualquer outra coisa,eu sei que ficariam. Mas esse se tornou meu sonho também. Eu quero realizar por eles, por eles terem sonhado com isso,mas também por mim,por sempre ter tido esse sonho de ser uma médica,de ajudar as pessoas,de curar,de salvar vidas. Olhei pra Leticia e ela me passou confiança pelo o olhar. Eu resolvi olhar de trás para frente. Procurei o curso de medicina e, vi o número de pessoas que tinham passado . Lá tinham sete pessoas. Meu coração faltou saltar pela a boca,dado que as chances eram poucas. Eu olhei outra vez,eram sete pessoas,apenas sete pessoas tinham conseguido. Olhei novamente para a Leticia.
Liana: sete pessoas amiga. Só sete pessoas. —falei aflita.
Leticia: Eu tenho fé. — falou e eu continuei olhando.—VAI LIANA. —me apressou com a delicadeza do coice de uma mula. Comecei a passar o dedo no quadro até chegar ao nome da pessoa. Fui arrastando meu dedo até o primeiro nome de baixo para cima.
Liana: José Abelardo da Silva Gomes. — a ansiedade me fazia ler em voz alta,mas para que somente eu e Letícia pudéssemos escutar minha voz. A Leticia continuava atrás de mim,a olhei novamente e vi que a mesma estava de olhos fechados e de dedos cruzados.
Liana: Por que tá de olhos fechados?—pergunto a olhando.
Leticia: Vaiiii Liana. — insistiu ainda de olhos fechados. Fui até o segundo nome,e arrastei meu dedo até lá na frente.
Liana: Beatriz Cardoso Alencar. —meu coração apertou. Fui até o terceiro nome e coloquei meu dedo novamente.
Liana: Afonso Henrique Lima. —eu já estava prestes a chorar. E de novo.
Liana: Danilo Damasceno. —respirei fundo novamente,estava sem fôlego.—Júlio César…Adriano Barros—pausa,fechei os olhos para olhar o próximo número. Enquanto pedia em pensamentos: "senhor,o Senhor sabe o quanto isso é importante para mim,me ajude”. Ainda de olhos fechados eu arrasto meu dedo lentamente até o começo do quadro. Abro meus olhos novamente e observo. Encaro o quadro sem reação alguma. Olho para Leticia e percebo a mesma ainda de olhos fechados. Continuei a olhando até que ela abriu apenas um olho,e tomou um leve susto ao me ver de olhos arregalados a fitando.
Leticia: Qual é o último nome? — perguntou nervosa.—FALA MINHA FILHA. — gritou fazendo as pessoas novamente nos olharem,mas a essa altura eu não me importava se Leticia gritasse,nem muito menos se as pessoas olhassem.
Liana: Liana Moura Chances —sussurrei.
Leticia: o quê?—já pergunta sorrindo.
Liana: LIANA MOURA LETICIA. LIANA MOURA. — gritei.— É O MEU NOME?—Leticia olha o quadro.
Leticia: Sim...É O TEU NOME. — gritou e me abraçou. Eu chorei,e chorei mesmo,com vontade,tamanha era a minha emoção.
Leticia: Tu conseguiu amiga. Eu sabia,eu sabia.—ela sabia o quanto isso era importante para mim,o quanto eu esperei,o quanto corrri atrás.
Liana: EU CONSEGUI... —gritei olhando para o céu. "Foi por vocês”; sussurro em pensamentos,como se falando com os meus pais. Será que eles estão orgulhos?
Eu sai dali tão feliz que qualquer pessoa conhecida que eu via pelo o caminho eu abraçava,eu e Leticia andávamos e comprimentavamos quase todas as pessoas na rua,pareciamos duas malucas. Eu estava tão feliz,tanto por mim quanto por Leticia. Ela havia feito o ENEM só por ter que fazer,e de repente ela consegue um curso de nutrição,estou tão feliz por a gente. Estou tão feliz por mim,eu consegui mais uma vez. A Leticia queria muito contar a tia dela,e a mãe. E eu também queria muito contar para elas,eu sentia a necessidade de contar a quem é especial pra mim. A primeira pessoa que veio na minha cabeça foi o meu tio.
Subi o morro mais um pouco e de longe avistei minha antiga casa. Corri e abri a porta rapidamente. A casa estava limpa ainda,pois eu costumo vim limpar de vez em sempre,quando Terror me deixa livre,eu sempre limpo e trago alimento. Porque apesar de ele ter me vendido eu tenho um carinho muito grande por ele,por ele ser a única pessoa que tenha o mesmo sangue que o meu. Me importar com ele não é ser trouxa,é ter um bom coração. Porém,talvez não tão bom assim,visto que ainda não o perdoei de todo o meu coração.
O vi saindo de seu quarto,o olhei e sorri,ele estava como sempre. Barba grande,uma bermuda Jean azul,e uma camisa desabotoada na frente. Ele era desleixado por sempre andar sujo? Sim. Mas em relação a isso eu não posso ajudar,até porque,até roupa eu compro pra ele,mas ele insiste em ficar sempre com o mesmo pano de chão. Ele me olha com cara de tédio por estar o fitando.
Pedro: o que é? — perguntou ao me ver observar-lo
Liana: titio. Eu consegui passar pra medicina,eu vou estudar pra me tornar uma médica.—eu falo sorrindo.
O olhei e até poderia dizer que eu vi uma expressão de surpresa misturada com uma pitada de felicidade,mas ele é rancoroso e não iria demonstrar mais que aquilo.
Pedro: e o que eu tenho a ver com isso?—falou e andou até a cozinha. Mas eu estava tão feliz que sorri com a reação dele.
Eu sei que ele finge que não se importa por ser um homem ranzinza. Mas eu sei que ele ficou feliz,desde de pequena eu sempre enchia os ouvidos dele dizendo que eu iria ser uma grande médica,e ele sempre dizendo que éramos pobres,que eu nem era tão inteligente assim,e que jamais conseguiria me tornar uma médica. Sim! Meu próprio tio me falava isso. E hoje ele me ver passando em primeiro lugar para medicina,ou seja,estou mais perto do que longe. Eu sei que ele ficou feliz,por mas que ele demonstre ser uma pessoa ruim,eu sei que ele tem um coração ali. Fui até ele e lhe dei um beijo no rosto e sai correndo.
Pedro: volta aqui garota. —ele faz menção de correr atrás de mim,irritado. Continuei a subir o morro correndo e rindo da cara que ele havia feito.
Eu subia o morro pulando e cantando que nem uma doida que acabara de fugir do hospício. Senti algo vibrando na bolsa que eu levava de lado. Peguei meu celular e na quinta chamada eu atendi.
Ligação on
Terror: Onde tu tá? —perguntou bruto como sempre.
Liana: Tô subindo o morro. E você tá onde?—eu ia vê-lo,foda-se.
Terror: Tô na boca,já já tô em casa. Quero tu em...
ligação off
Ele iria ficar puto porque desliguei o celular na cara dele,mas eu já estava perto da boca,só queria abraça-lo e contar a novidade. Entrei correndo passando pelo o vapor,o mesmo me puchou pelo o braço,me trazendo de volta.
***: Pensa que vai pra onde? — apertou meu braço,esse eu nunca tinha visto.
Liana: eu vou falar com o Terror.—eu havia me assustado com a forma que ele me agarrou.
***: vai pra casa,ele não mandou chamar nenhuma putinha.—meu queixo caiu no mesmo estante.
Liana: Me solta, por favor —peço entre dentes.
Terror: Larga ela,porra. —o vejo andando até nós,em passos vagos e calmos,com os olhos estreitos. E eu estava ainda toda eufórica. Thiago como sempre,ignorante e frio, mas com a calma de um Buda. Ele estava de calça moletom e sem camisa,correntinha brilhando e eu, automaticamente hipnotizada o olhando. Ele carrega na cintura uma arma maior que eu,e calçava nos pés uma havaianas branca do Brasil. Ele pegou em meu outro braço com força e puchou,fazendo o outro cara me soltar. Fala sério! uma boneca inflável agora?
Terror: Toca nela de novo e tu perde a mão.—ele disse olhando dentro da retina do cara e eu olhei para o rosto dele e puta merda,ele queria matar o cara,mas eu achei super bonitinho o fato dele estar me defendendo.
***: Foi mal aí patrão.—o cara diz apenas e baixa a cabeça.—Foi mal dona.—eu apenas acenti com a cabeça.
Terror deu um tapinha estralado na cabeça do cara, me fazendo quase rir,porque foi engraçado. Depois me olhou sério, ao perceber que eu estava segurando o riso. Ele me arrasta pra dentro em seguida.
Terror: Por que tu desligou aquele caralho na minha cara?—perguntou bravinho.
Liana: eu queria...Queria te dizer uma coisa. —sorrio cheio fazendo a linha fofa. Ele me encarou como se esperando que eu falasse,porém ainda de bico enorme.— Eu passei pra medicina!—eu disse tentando disfarçar o tanto que estava eufórica —Logo logo eu vou está fazendo meu curso de medicina. Eu vou ser médica. —eu não sei o que passou na minha cabeça,mais eu me joguei nele o abraçando pelo o pescoço. No susto ele me agarrou.
Terror: o que é isso?— ele pergunta depressa,meio que surpreso com a minha reação.
Liana:desculpa. —falei me afastando dele— É que eu tô muito feliz. — digo ainda sorrindo abertamente. Ele me olhou por alguns segundos e sorriu de lado,mas tentou disfarçar.
Terror: beleza.—a carinha dele era tão linda. Eu sabia que ele havia ficado feliz.
Liana: Como assim beleza?Você não ficou feliz por mim?—inquiri em tom de brincadeira.
Terror: fiquei…— falou em tom de pouco caso,enquanto eu sorria.—Fiquei!—agora ele me olha com olhinhos radiantes. O encarei e não resisti, fui até ele o abraçando novamente.
Liana: Ficou mesmo?—digo baixinho contra a boca dele. Eu adimito que abuso muito dele quando ele está dessa forma comigo…Carinhoso. Depois de tudo,o ver assim baixando a guarda aos poucos me deixava boba e tão,mais tão feliz.Se ele continuar assim,eu vou me apaixonar por ele de verdade. Eu dou um celinho no lábio gostoso dele e ele balança a cabeça como resposta da minha pergunta e me toma para um beijo mais demorado. Meu Deus,eu queria tanto que ele fosse sempre assim,não há como mentir mais para mim,eu queria tanto viver um romance com ele,o ver se transformando aos poucos. Pena que tenho muito medo que ele possa regredir,como já fez tantas e tantas vezes.
Terror: e essa porra de faculdade aí?—pronto,acabou o momento fofinho.—Tem macho não tem? — perguntou já tentando me afastar do abraço, mas eu não queria soltá-ló,entanto ele me afastou mesmo assim e sentou na cadeira dele. O olhei séria e revirei os olhos,fazendo cara de tédio com essa pergunta dele.
Terror: Não revira a porra dos olhos Liana,já te falei.—ele reclama e a carinha de chateação dele passou a ser muito linda também. Ele me puxou fazendo-me sentar em seu colo. Tentei levantar mas o mesmo segurava em minha cintura com força a puxando pra baixo.
Liana: tem...Tem homem. —digo respirando fundo.— E qual o problema?
Terror: se orienta Liana.—diz em tom cominador—Tô de olho em ti.
Lian: eu não vou falar com nenhum homem...—claro que eu estava brincando e deixava claro pelo o olhar.—Ôh..—cruzo os dedos e beijo.—Prometo.
Terror:É…Vai brincando e achando que eu não tô falando sério.—diz passando as as mãos nas minhas coxas.—Agora você vai pra casa me esperar daquele jeito.—ele já estava com tom safado. Fico fraquinha quando ele fala assim.
Liana: Esperar pra quê Thiago?—pergunto olhando pra carinha de tarado dele.
Terror: pra comemorar.—me analisou,só esse olhar dele me fazia arrepiar por completa. Eu engulo em seco.
Liana: mas... Eu quem tenho que escolher.—digo o puxando pela a correntinha.
Terror: Liana... —ele diz em tom desafiador,como se estivesse prestes a me atacar aqui mesmo.
Liana: já tô indo...Pra casa...Te esperar.—levantei rápido indo quase correndo até a porta.
Terror estava mudando,claro que não é aquele cem por cento,mas está mudando. Eu que convivo com ele todos os dias,já percebo uma diferença enorme,justamente porque o conheço. Mesmo que pareça pequena,se tratando do Terror já é grande coisa.
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Entregue A Um Traficante
Ficção AdolescenteSe você procura um livro onde tenha traficantizinhos bonzinhos que tratam mulheres como devem ser tratadas e são bons com todo mundo, já lhe expulso daqui, neste livro vou falar da realidade, e se você já sabe que a realidade do nosso mundo não é a...