Liana.
Conseguimos entrar em uma faculdade particular,juntas. A que tanto falávamos e sonhavamos em entrar,a gente ganhou a bolsa graças ao Enem e não tínhamos como estar mais feliz. Embora também estejamos nervosas,visto que segundo as nossas pesquisas não tem muitos jovens pobres por aqui. Acho que por ser tão longe da nossa realidade. E nem muito menos com uma realidade próxima a nossa,visto que somos duas garotas periféricas,então…Não sei como vai ser. Acredito que eles irão nos acolher como igual,ou não.
A faculdade era melhor do que imaginávamos,ENORME. Contém três andares e é extremamente chique tanto por fora quanto por dentro,é nível Universidade EUA.
Fomos bem vestidas para mostrar que não é porque somos pobres que não sabemos nos vestir bem. O cartão do Thiago me serviu num tanto que não tá escrito,comprei muitas roupas e material. Mas de cara as pessoas que faziam moda deram um tapa na nossa cara. Com visuais extremamente estranhos,que era bonito à maneira deles,mas que eu e Letícia não usaríamos jamais. E que de longe,estava na cara que aquilo era tendência,era estilo. Os olhares das pessoas também nos deixaram super desconfortáveis.
Liana: será que está tão na cara assim,que somos duas pobres entre várias pessoas extremamente ricas?—eu sussurro para Letícia,enquanto a gente desfilava fingindo que não estávamos perdidas.
Letícia: eu só não pergunto se a gente está cagada porque são muito deles.—a Letícia não deitava e com certeza ela daria um trabalhinho para essas pessoas,visto que os olhares eram de superioridade,eles realmente estavam nos olhando como se fossem melhores. E bom,deve entrar novatos aqui o tempo inteiro,mas talvez nunca pobres,porque não é possível que essas pessoas olhavam assim para todos que entravam nesse lugar.
Liana: a gente precisa saber onde fica a diretoria desse lugar.—não tínhamos idéia de por onde começar,o pior era que vamos estudar separadas. E nenhuma das duas sabe qual a primeira aula e nem muito menos a sala dessas disciplinas.
Quando achamos enfim,fomos instruídas das regras e de tudo que para eles eram super importantes. O reitor nos tirou muitas dúvidas e nos explicou que sala,horário das aulas e a disciplina,a gente tem acesso no atestado de matrícula e que isso só encontramos no aplicativo dessa faculdade,teríamos que consultar tudo isso virtualmente.
Eu estava super nervosa,ainda nem estava acreditando que eu estava prestes a ter a minha primeira aula de medicina,na faculdade tão sonhada e considerada a melhor do Rio de Janeiro. Eu e Letícia tivemos que nos separar,uma mulher que trabalha aqui quem estava nos ajudando,ela era super simpática. Nos levou as nossas respectivas salas e quando eu e Letícia percebemos que agora a gente se separaria,nos olhamos aflitas. A gente nunca tinha se separado em questão de escola,todos esses anos passamos tudo juntas e de repente já estávamos na faculdade,temos que nos separar e não sabemos de nada que nos espera,visto que já tivemos uma recepção super desagradável das pessoas. A gente se deseja boa sorte e seguimos. Bom,eu acho que a Letícia se viraria muito bem,visto que ela tem personalidade fortíssima e que ninguém se atreveria mexer com ela,agora já eu,tenho certeza que tudo isso será um desafio enorme para mim.
Para melhorar a situação e óbvio,tinha que estar acontecendo comigo,eu chego atrasada. A sala estava lotada e meu Deus,eu fiquei super surpresa. Eu sempre soube que a faculdade de Medicina era a mais disputada,mas nunca imaginei ter tantos colegas de sala desse jeito. Eu pedi licença e o professor me ignorou,visto que as coisas aqui não funcionam como no ensino médio. Você pode entrar e sair quando quiser,o que você não pode é atrapalhar o professor. Enquanto eu procurava uma cadeira eu percebo um triozinho de meninas cochichando e rindo entre si,porém,elas estavam rindo de mim. Eram bem bonitas eu diria,bem bonitas e tinham estampado na testa que eram patricinhas ricaças. Percebi que o murmurinho delas chamou atenção de outro trio,mas dessa vez eram meninos,da mesma forma obviamente: playboyzinhos metidos e filhinhos de papai. Um deles fincou o olhar em mim no estante que virou a cabeça para trás para me olhar,ele era bonito e me olhou de cima abaixo,enquanto girava a caneta no dedo. Eu fiquei tão nervosa que estava meio tremula e para piorar,quando fui passar pelas as meninas,uma delas,que acredito ser tipo a líder das outras duas,visto que tudo que ela fazia as outras acompanhavam feito duas cachorrinhas e ela era quem tinha mais ares de “melhor que todo mundo”; coloca o pé na minha frente e eu acabo tropeçando,não caí,mas foi quase,então imagina a vergonha. Elas riram,os três patetas também e algumas outras pessoas do mesmo modo soltavam risinhos comedidos.
Eu sentei e fechei a cara para eles,as meninas me olhavam e uma delas me jogou uma cara de deboche seguido de um movimento com a cabeça,com uma sobrancelha arqueada,me afrontando como quem diz: “achou ruim gata?“. De repente achei que eu tivesse regredido para o fundamental. Então,começou a fluir,todos prestavam atenção no professor e adivinhem? ele propôs que todos nós nos apresentássemos. E aí,foi tudo em ordem de chamada,eu estava com muita vergonha,não queria ter que me levantar daqui. Então começou,todos iam se direcionando lá para frente. Foi então que eu descobri quem eram aqueles seis seres que com certeza me tirariam a paz durante esses anos. As três meninas se tratavam de: Dulce Villela,blogueira famosa e filha de um dos maiores empresários do Rio de Janeiro. Alta,bonita e loira. As outras duas se tratavam de Frida Castanhalle,igualmente de família rica,bonita,de cabelos escuros,com franja e curtinhos. Alta e magra. Por último Melanie Petterson,linda,de cabelos cacheados e cheios. As duas seguiam a Dulce como duas cachorrinhas,estava me sentindo em um filme americano. Diferente das outras ,eu diria que a Melanie tinha um olhar mais bondoso,parecia que ela só acompanhava as outras por algum motivo,talvez fama,popularidade,respeito.
Se você acha que não tem como piorar,vou te mostrar que tem sim. Os três caras que andavam juntos,eram igualmente como elas,andavam juntos para cima e para baixo,como cães de estimação,atrás de um deles,que igualmente a Dulce,era famoso nas redes. E calma que ainda tem mais: Henrique Villela,sim,irmão da Dulce. Altamente atraente eu diria,mesmo que ele seja o tipo hetero top playboy. Bem disputado eu me arrisco a alegar,visto que na vez dele muitas meninas suspiravam e ficavam de risinhos e conversas no pé do ouvido. Alto,loiro de olhos azuis,um magro bem definido,e estiloso. Os cães farejadores eram: André Barretto e Anderson Barretto,irmãos gêmeos. Se achavam num tanto que eu não consigo nem descrever. Eles também eram bem bonitos,morenos,altos e magros. Na minha vez eu não fiz questão de ir para frente,apenas levantei da cadeira e fiquei de pé onde eu estava mesmo e o professor me deixou no meu modo.
Liana: eu me chamo Liana Moura.—pausa. Eu estava nervosa e tentava não olhar para as meninas,ou os meninos,que eu sabia que me olhavam.—Eu tenho dezoito anos e eu moro no Alemão.—digo firme.
Dulce: Alemão?—ela fala,com voz de chacota.—De onde ela tirou esse nome?de um filme?—debocha rindo olhando para as outras meninas que acompanham ela.
Henrique: deixa a garota Dulce.—a voz dele ecoou na sala—Continua aí cabelo de fogo,porque eu fiquei curioso.—muitas pessoas riram agora,enquanto ele me olhava com um sorriso debochado,mascando um chiclete. O professor chamou a atenção deles e de repente todo mundo se calou outra vez. Eu respirei fundo e descidi que não os deixaria me intimidar,ou me humilhar somente porque eles têm mais dinheiro que eu.
Liana: não…—eu sorri olhando dela para ele.—Não é de um filme. É uma favela!—eu digo de cara fechada,olhando para eles com olhar de autonomia. Eles ficaram sérios no mesmo estante,e a tal de Dulce estava surpresa. —Eu sou bolsista e periférica. Mas quero que todos saibam que eu não me envergonho disso. Pelo o contrário,eu tenho muito,muito orgulho.—digo olhando para todos logo abaixo que agora me olhavam,prestavam atenção em mim.—Eu não sei se tem algum outro bolsista nessa sala além de mim. Mas se não tiver,eu espero que não seja por isso.—pausa.—Por eu ser a única bolsista dessa sala,que vocês venham me tratar diferente. Estou aqui,porque assim como vocês eu tive e tenho capacidade para estar aqui!—o professor também me olhava atento.—Então…Eu espero ser respeitada,como igualmente eu também irei fazer com todos vocês. —pausa.—Porque é assim que funciona não é?—eu olhei para as meninas que se acham as super poderosas da sala e depois para os três projetos de héteros top.—Respeitando para ser respeitado?!!—minha cara ainda estava seria e com um olhar de autonomia. Eu digo que era somente isso e sento novamente em seguida,enquanto todo mundo continua calado por alguns segundos e a cara da Dulce era uma mistura de surpresa e raiva,e eu gostei de ver isso. O tal de Henrique que conseguiu assim como a irmã dele me fazer sentir repulsa deles me olhava um tanto…Adimirado,eu diria. Eu encaro ele e arqueio uma sobrancelha,então ele tira os olhos de mim rapidamente. O professor toma a frente outra vez e continua com a apresentação dos demais.
Pelo menos minha convivência com a Letícia me ensinou alguma muita coisa,né? o resto da manhã passou tranquila,eles não zuaram mais,mas os olhares de nojo,deboche, raiva,estavam neles ainda. Eu resolvi não dar importância e algumas outras meninas até tentavam se aproximar de mim.
Tivemos trote solidário organizado pelos professores e alguns veteranos. Foi muito legal! Teve muita tinta, muitas gincanas com direito a prêmios, muita música, risadas e churros! Sim, teve churros! Foi uma manhã muito bacana. Naquele momento, eu pude perceber de verdade que a medicina não era só um sonho mas, agora, uma realidade. A medicina iria me acompanhar a partir desse dia, do meu primeiro dia de aula. Embora que eu tivesse muitos outros novos obstáculos,não só com o curso,mas com as pessoas também;ainda assim eu estava grata a Deus e feliz por estar aqui,cursando a tão sonhada medicina!
Eu e Letícia pegamos um ônibus de volta ao morro,e no caminho eu contei tudo que aconteceu na sala. Ela ficou feliz por eu não ter ficado calada diante aquelas pessoas metidas a melhores que os outros. Contou que as pessoas na sala dela foram até legais com ela e que só não fez mais amizade porque ficou o tempo inteiro com a cara fechada,porque já tinha ficado estressada com os olhares das pessoas na gente. E eu aposto que a Letícia só não conseguiu fazer amizades porque as pessoas ficaram com medo dela,sem dúvidas.
Chego em casa faltando duas para uma e meia,dona Benê havia preparado almoço,visto que assim que entro na cozinha sinto um cheiro ótimo. Eu subo para o meu quarto e tomo um banho rápido,dado que estava com muita fome. Esbarro com o Terror descendo as escadas.
Liana: você já comeu?—eu pergunto,passando rápido por ele. Estava com tanta fome que não via a hora de comer logo.
Terror: já.—ele responde seco.
Liana: e já está de saída de novo?—pergunto enquanto ele me segue até a cozinha.
Terror: daqui a pouco.—ele diz apenas e eu acenti com a cabeça. Percebo que ele continua a me observar enquanto eu coloco comida no meu prato.—Como foi lá?—inquiriu mas eu estava tão concentrada em montar meu prato que acabei não prestando muita atenção.—Hein caralho?—ele me pressiona,sempre bruto. Bastou eu ter que sair que sei lá,ele voltou com a ignorância e frieza dele. Parece que sempre esperando que eu faça algo errado e ele sabe que é fácil eu cometer erros estando longe dele. Em uma faculdade cheio de jovens como eu,aposto como ele já pergunta sabendo,porque como ele mesmo fala: “cada passo teu tá escoltado Liana.”
Liana: foi…Bom.—eu digo apenas.
Terror : bom?só isso?—ele estava de fato interessado em saber como foi o meu primeiro dia de faculdade? por quê?
Liana:é…Foi chato assim que chegamos,as pessoas são todas cheias de dinheiro e acham que por isso podem pisar nas outras.—eu digo colocando meu prato encima do balcão,de seguida a pegar suco na geladeira e sentando para comer. Ele sentou do outro do balcão,na parte de fora, ficando na minha frente,não gosto de comer com alguém me olhando.
Terror: é cheio de ricaço então?!—eu realmente não estava entendendo onde ele estava querendo chegar.
Liana: sim…—pausa o olhando nos olhos.—Que foi Terror?—indaguei estranho tantas perguntas.
Terror: que foi o quê? —ele coloca o cotovelo no balcão e apoia a cabeça na mão,me olhando.—Não posso saber como foi o seu dia?—ele estava estranho sim e ele sabe disso.
Liana: pode…—digo ainda desconfiada,porém não pergunto mais nada. Ele é extremamente articulado,certeza que tem um motivo para tantas perguntas.
Terror: você não liga para dinheiro então?—ele muda de assunto .
Liana: eu não.—digo ainda de olho no meu prato,nossa a comida tava muito boa—Dinheiro dos outros não,só se for o meu. Nada que é dos outros me enche os olhos.—eu digo ainda distraída com o prato de comida,cortando a carne e o brócolis. Dona Benê é realmente ótima na cozinha. Percebo ele não falar mais nada,então eu olho para ele e encontro os olhos deles cravados em mim.—Que foi?—pergunto sem jeito ,bebendo um suco para disfarçar.
Terror: qual mulher hoje em dia não é interesseira?—ele diz,mas pareceu em tom de brincadeira.
Liana: e é errado?—agora ele me olha,confuso.—É errado termos ambição?—pausa,e ele continua me encarando. Talvez pela fala contraditória ao que eu tinha falado antes.—Eu me considero interesseira!. Eu tenho interesse sim em ter dinheiro,ser bem sucedida. Estar formada,bem de vida. Mas sem precisar dos outros para isso,sem precisar fazer alguém de escada. Sem precisar pisar em ninguém…Eu nunca me sentiria bem por usar uma pessoa por interesse,por dinheiro ou bens materiais. Eu não sou assim e nem nunca vou ser.—eu digo já levantando para por o prato na pia e o olhar dele em mim era de admiração agora,parecia que ele estava encantado e eu fico super sem graça quando o olhar dele estar assim,tão fixo em mim.
Terror: tu nem parece de verdade.—diz ainda me encarando.
Liana: quê?—indaguei,meio surpresa.
Terror: nada.—ele diz como se saindo de um transe.—Tem umas roupas minhas para lavar. Tá lá tudo no quarto, daqui a pouco sobe lá e pega.—disse mexendo no bolso.—Toma aí—ele coloca três notas de cem encima do balcão.
Liana: o que é isso ?—pergunto olhando para o dinheiro.
Terror: o que sobrou do teu pagamento do mês.—ele diz óbvio.
Liana: mas…—eu não sabia o que falar. Então resolvo pegar cem para juntar com o outro que eu estava guardando e os duzentos vou pedir que ele acrescente para pagar a minha dívida. —Fica com os duzentos,por favor.—entreguei de volta.
Terror: por quê? —ele pergunta de cenho franzido.
Liana: para a dívida.—digo.—Um ano,lembra?não quero ficar te devendo nada.—eu digo meio espontânea e descontraída. Porém percebo que a cara dele foi fechando aos poucos.
Terror: guarda essa porra,tô mandando.—ele diz extremamente bruto. De seguida indo em direção a geladeira tomar um suco.
Liana: o que foi?…eu disse algo que você não gostou?—eu fiquei toda sentida. Fazia tantos dias que ele não falava assim comigo.
Terror: não ! só não gosto que recusem o que eu tô dando—diz sem me olhar, de costas para mim. Alguns segundos calados e eu não sabia o que falar e estava com medo de falar alguma coisa que o irritasse ainda mais.
Liana: mas Thiago…Esse dinheiro não foi o que sobrou do meu salário?—eu pergunto com a voz suave,para que ele entenda que estou falando de boas.—Eu quero que você desconte o que eu te devo com ele,por favor.—ele não diz nada.—A dívida,eu tenho que terminar de pagar antes de um ano,você lembra?…—de repente passou na cabeça que…
Terror: como esquecer se tu fica lembrando dessa porra o tempo inteiro? —ele gritou,após ter virado para mim que nem um bicho. Me assustou e eu não sei porque,mas eu fiquei com vontade de chorar. Fazia algumas dias que eles estava indo tão bem,nunca mais havia sido ignorante e nem muito menos gritado comigo que de repente me bateu um sentimento de culpa,como se a culpa tivesse sido minha. Mas então eu comecei a olhar dentro dos olhos eles,ele estava estressado,irritado. Porém…Irritado porque eu havia falado sobre o prometido de um ano? mas ele não prometeu?
Não! ele não prometeu,ele me prometeu que não encostaria mais em mim. Sobre me deixar livre de tudo que devo depois de um ano ele não prometeu. Perdi o medo e o ressentimento por ele ter gritado comigo no mesmo estante. Ele não podia tentar me enrolar de novo.
Liana: você vai me deixar ir depois de um ano,né?—ele respira fundo,levo os dedos ao nariz,baixando a cabeça como se tentando se controlar.
Terror: eu prometi não prometi?—grosso e bruto.
Liana: não! —digo firme e ele me olha nos olhos.—Você me prometeu que….Não!—eu tenho uma lembrança. —Você me disse que tinha prometido ao Felipe que não me bateria mais…—ele me interrompe.
Terror: não mete a louca porra.—ele diz alterado enfiando o dedo na minha cara,eu me controlava para não chorar, eu não tenho motivos. Só estou sentida por ele ter tido esse mini surto do nada e ter voltado a falar assim comigo.—Eu te dei a minha palavra.—agora eu quem me aproximo mais dele.
Liana: sim,ok,tá bom.—eu estava da mesma forma que ele ,meio alterada nas palavras.—Você deu sua palavra que não me bateria mais…—pausa,ele me encarando enquanto tentava controlar a respiração,ele estava nervoso ?—Mas não me deu a sua palavra quando disse que depois de um ano eu não te deveria mais nada e poderia fazer o que eu quisesse, ir embora,qualquer coisa.—digo entre dentes. E agora ele fica calado, me encarando como um animal muito muito perigoso,mas que estava encurralado. O peito dele subia e descia. —Terror,me promete…—pedi,quase que suplicando. Por lembrar que eu estava me apaixonando por ele. E estava ficando aflita com o fato de pensar que talvez eu não ia querer ir embora depois de um ano. Que talvez se ele continuasse melhorando,eu ia querer me dedicar a nós. Eu poderia simplesmente esquecer fácil tudo que ele fez, essa vida que ele leva. Porém,eu preciso que ele me mostre que pode mudar,ele me disse que não queria,mas ele estava tentando. E daí quando eu percebo que parece que ele quer me prender novamente,como se estivesse me enrolando,outra vez , me faz ter medo novamente. Eu preciso que ele me deixa livre para escolher e assim não é me deixar livre,assim não sou eu quem estou escolhendo ficar,é ele quem está fazendo essa escolha por mim,está me prendendo e assim eu não quero! assim eu não aceito mais !
Eu irei esperar o tempo. Um ano…Se ele não me deixar ir,se ele não me deixar escolher, decidir,ficar ou ir. Eu desistirei dele!
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Entregue A Um Traficante
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