Liana.
Ainda no carro de Felipe eu refletia sobre o quê a Letícia tinha falado. Eu não posso continuar com isso se ele não mudar,se ao menos ele fizesse como prometeu,não me batesse outra vez,e apenas deixasse que eu terminasse de pagar tudo que devo com o meu trabalho e depois me deixasse em paz de uma vez por todas. Eu juro que não o procuraria mais.
Mas eu não tenho coragem de matar ele,só de pensar na possibilidade me embrulha o estômago,e se eu tiver que apelar para uma solução mais drástica,com certeza não vai ser tirar a vida dele. Fugir,sumir,sei lá,qualquer coisa,só não consigo matá-lo, isso não!
Assim que chegamos eu escuto barulho de música alta e eu estranho de imediato,mas nem Felipe e nem Letícia pareceram também surpreendidos.
Liana: ué,ele tá fazendo alguma festa na casa dele hoje?—indaguei e eles não disseram nada. Mas eu continuei achando estranho na verdade,não pela a festa que ao que parece ele estava dando logo no dia que eu volto para casa. Ele é imprevisível,dele podemos esperar tudo ao mesmo tempo que nada. Porém as músicas... sei lá, digamos que não estava estilo Terror e os amigos,era mais tipo...eu?! Pagode e funk dançaveis com toques legais, sem letras sujas e misóginas.
Descemos do carro e passamos pelo o portão,seguimos pelo o Jardim e antes de abrir a porta de vidro já pude perceber a grande mesa da sala de estar toda decorada. Haviam balões grandes e vermelhos amarrados em cada cadeira,a mesa estava repleta de luzes e trazia um ar sofisticado e chique,estava radiante.
Liana:mas o que é isso?—indaguei surpresa.
Letícia: ele acha que pode se desculpar te surpreendendo com uma festa de aniversário—ela sussurra no meu ouvido e nossa,ela estava de fato odiando ele num nível de morte. A Letícia quer que ele morra!
Felipe: menor—ele fala olhando também surpreso para a mesa. E eu sei que ele precisaria de muito mais que isso para poder se desculpar por tudo que tem feito,porém isso mostra que de fato parece que ele se sentiu culpado. Nunca na vida que isso seria o tipo de coisa que o Terror faria,então sim,já é alguma coisa,alguma coisa que embora não se saiba ao certo o que seja e onde pode dar,porém era como se uma esperança,uma luz no fim no túnel.
A gente então seguiu para a parte de trás da casa,de onde estava vindo o som alto e eu me surpreendi de imediato ao ver tantas pessoas,bebendo e comendo. Aqui de perto a música era três vezes mais alta. O centro das atenções foi eu naquele momento,eu fiquei que nem um pimentão,não teve aquele "SURPRESA",mas o que tinha de gente,quando perceberam minha presença vindo em minha direção,que nem um bicho, pra me parabenizar,era literalmente de se assustar.
Tinha pessoas que eu nunca falei na vida me pedindo para tirar foto com elas,e eu tirei fotos com todos atrás da mesa de decoração,mas a maioria eram meus amigos e colegas,ou pessoas da minha rua que eu conhecia e conversava coisas aleatórias,as demais pessoas não me pediram fotos,estavam aqui somente pela a festa mesmo. Até a Carol estava aqui e por incrível que pareça,sem a Suelen.
Acredito que a parte dos convidados também não foi o Terror quem ficou responsável,certeza que foi a Letícia. Já voltando para a área da piscina,eu vou agradecendo todo mundo que me parabenizava, sorrindo simpática e super sem graça,alguns até me deram presentes. Muitas pessoas que eu conhecia também estavam aqui,pessoas que eu já havia trocado conversa. E de longe eu o vi,sentado em uma roda com os amigos. Ele me olhou, e eu poderia dizer que eu vi um quase sorriso se formar em seus lábios ao me ver,não foi um sorriso,mas foi quase. Ele me analisou por alguns segundos e voltou sua atenção aos amigos. Percebo o Felipe indo em direção ao Terror e os amigos,e eu e Letícia ficamos juntas como sempre.
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Entregue A Um Traficante
Ficção AdolescenteSe você procura um livro onde tenha traficantizinhos bonzinhos que tratam mulheres como devem ser tratadas e são bons com todo mundo, já lhe expulso daqui, neste livro vou falar da realidade, e se você já sabe que a realidade do nosso mundo não é a...