Noah Jacob Urrea
6 de junho
Nova York— Temos um problema.
— Só um? — Sibilou Krystian ao erguer uma sobrancelha para Josh enquanto girava o cabo de uma faca pequena entre o dedo indicador e o médio. — Eu vejo três. — Ele encarou Any, Noah e Bailey com desgosto, recebendo olhares fulminantes do trio.
Josh revirou os olhos e o ignorou completamente. — Ao que parece tem um complô contra mim se formando entre os líderes das facções. — Noah trocou um olhar nervoso com Any. Isso não era nada bom. Eles não queriam estar no meio de uma guerra caso isso saísse do controle. — E é por isso que precisamos de um plano. Christian Colb é o alvo. — Anunciou sem grande emoção, apontando para um das dezenas de televisores na sala de trabalho de Andrew.
O trio arregalou os olhos em conjunto. Não, não, não! Simplesmente era impossível! Exceto que, bem, aparentemente, não era.
— Oh, droga — os três praguejaram ao mesmo tempo.
Any se vira para Noah tão rápido que os olhos verdes mal conseguem captar o movimento até que o rosto assustado da brasileira esteja voltado para si.
— Mas que porra é essa?!
— Você sabia disso, porra? — Bailey o confronta.
— Eu não!
— Podemos falar um idioma que todos entendemos, por favor? — Andrew se exasperou, chamando a atenção dos três. Noah olhou para a foto com os olhos arregalados e o coração batendo forte, ele conseguia sentir os olhares de todos naquela sala voltados para ele. Mas... como aquilo era possível? Como, de repente, tudo que ele pensou ter deixado para trás havia voltado?
— Alguma coisa que queiram nos contar? — A voz rouca de Josh tirou o moreno do seu turbilhão de pensamentos. Ele o encarou com hesitação, os olhos azuis estavam frios e afiados como o habitual, mas algo dizia a Noah que era melhor ele começar a falar.
— E-Eu conheço ele.
— O nome dele é Marcus Santos — disse Any, fitando o loiro com seriedade, os olhos castanhos pertubadoramente nublados. — Ele meio que... foi meu namorado.
— Você tem exatos 5 segundos para explicar essa história antes que essa faça perfure a sua carótida — ameaçou o chinês, parando de rodar a faca entre os dedos e apertando o cabo na mão.
— Quando a gente tinha 16 anos, não foi exatamente a melhor época da nossa vida — Noah encolheu os ombros.
— Marcus e eu nos conhecemos em uma festa, no Brasil, no começo era só curtição, a gente usava drogas e bebia juntos. Era emocionante. Um dia... ele perguntou se eu queria ajudar ele a entregar um carregamento, disse que seria divertido. Adolescentes de 16 anos tomam decisões estúpidas, então eu fui. Só que não parou aí. Noah e Bailey passaram alguns meses no Brasil, e ficamos muito próximos. Eu apresentei eles ao Marcus e aos amigos deles, em um momento, mas não era para eles se meterem naquilo. Só que Noah começou a sair com o melhor amigo do Marcus, e Bailey com o outro. Eles fizeram a nossa cabeça o suficiente a ponto de nos convencerem a roubar um banco — ela suspirou pesadamente. — Todos deixamos um parte da nossa humanidade para trás naquele dia. Quando vimos que não ia dar certo, Noah e eu demos um jeito de fazer Bailey sair dali sem ser visto. Mas uma confusão começou e o Matheus, o namorado do Noah, acabou morrendo. Eles conseguiram pegar o Noah mas Marcus e eu conseguimos fugir. não tinha mais como ficar então viemos pros Estados Unidos ilegalmente, ficamos algum tempo e então Marcus e eu fugimos para o México. Eu achei que lá poderíamos recomeçar, só nós dois sem mais nenhuma confusa — ela riu com escárnio, os olhos castanhos sombrios e longe como se estivesse tão imersa no passado que havia esquecido que ainda estava naquela sala com aquelas pessoas. — Mas aí ele teve a brilhante ideia de começar a se envolver com a máfia mexicana, nos deram uma missão. Eles precisavam de algo da sala do governador, então nós... bom, a gente entrou. Mas a coisa ficou meio complicada.
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Crossed Paths
FanfictionNoah teve uma adolescência conturbada. Se envolveu com um traficante que o convenceu a ajudá-lo em um assalto onde ele morreu e o deixou com a ficha suja. Seus pais pagaram para limpar sua ficha, e desde então a sua vida tem sido muito monótona. Ele...