Capítulo 7 - Wanna play?

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Noah Jacob Urrea
7 de junho
Nova York

— Nos vemos em Roma — disse Any com um sorriso contido ao abraçar Noah com força. Bailey se juntou a eles no abraço dois segundos depois, como um bom coração de manteiga que ele é.

— Cuidado com ele — o filipino sussurrou temeroso. A verdade era que o três estavam nervoso com tudo aquilo, eles estavam sendo jogados de um canto ao outro do mundo sem saber qual seria o próximo passo.

— Vocês também — o americano sussurrou de volta, olhando para frente onde Andrew estava com os olhos vidrados no tablet, como sempre. Provavelmente estava resolvendo os últimos detalhes já que planejavam sair pela madrugada e só conseguiram deixar tudo pronto á tarde. Any separou o abraço e olhou de relance para trás.

— Com o nerd ali? — Ela zombou. — Puff, a gente derruba ele fácil, fácil.

Noah e Bailey riram ao vê-la fingindo limpar poeira dos ombros e o moreno revirou os olhos quando percebeu que o assunto da conversa estava indo até eles.

Ele está vindo.

— O avião está quase decolando, — Andrew avisou —, está na hora — ele apontou para a aeronave com a cabeça, esperando que os dois seguissem ele.

Any lançou um olhar confiante para Noah, como se dissesse para ele não se preocupar, pois eles ficariam bem; já Bailey, ele se lançou sobre o moreno em mais um abraço apertado. Noah retribuiu ao aperto e deixou um beijo na bochecha do amigo antes de deixá-lo ir. Com o coração apertado e as mãos tremendo, ele viu seus dois melhores amigos se distanciando e entrando em um avião com um estranho. Aquilo tinha que acabar rápido, quanto tempo levaria até que eles estivessem envolvidos demais para escapar depois?

— Senhor Urrea — um voz grave soou. Noah se sobressaltou pelo susto, e levou a mão ao peito ao se virar para encarar o homem atrás de si. Um soldado. O terno abraçava perfeitamente cada parte do corpo musculoso e pálido, mas o que pegou a atenção a atenção de Noah primeiro não eram os fios lisos, e extremamente escuros, nem os olhos acinzentados, e sim a grande tatuagem no dorso de sua mão direita que segurava uma mala marrom pela alça. Um grande círculo que pegava quase toda a pela com a cabeça de um animal que parecia um gato, mas muito mais letal. No mínimo estranho. — A mala do senhor Beauchamp que esqueceram de colocar dentro do avião. — Ele estendeu o braço que segurava a grande bolsa de couro marrom, esperando que Noah a pegasse. Urrea franziu o cenho, confuso, mas segurou a alça da bolsa.

— Obrigado...

O homem assentiu rapidamente e saiu andando na direção oposta, como se nada tivesse acontecendo. Aquilo foi estranho. Noah acompanhou com os olhos o soldado mas não demorou a perdê-lo de vista. A mala parecia cada vez mais pesada em suas mãos e uma inquietação surgiu. Ele precisava olhar, precisava saber. Urrea olhou de um lado para o outro, sabia que Josh estava dentro do avião, e o piloto também, só estavam esperando por ele. Seria rápido...

— O que está fazendo aí, piantagrane?

O corpo inteiro de Noah tensionou ao escutar a voz de Josh atrás de si. Ele se virou para encarar o loiro parado no meio da escada que dava para dentro da aeronave, com as mãos dentro do bolso e uma sobrancelha erguida.

— Nada.

— Então entre no avião — ditou seriamente. — Está me fazendo perder tempo — ele reclamou. Noah mordeu o lábio inferior para deter uma resposta mal educada e se permitiu apenas balançar a cabeça e segurar mais forte a alça enquanto subia os degraus com calma, entrando no avião logo após o loiro.

A porta foi fechada atrás deles e uma mulher com um sorriso contido e gentil fez o favor de pegar a bolsa de suas mãos e levá-la para longe. Noah queria praguejar e segui-la, mas sabia que Josh provavelmente não lidaria muito bem com a sua curiosidade a respeito do que tinha em sua mala. Então, Urrea apenas se sentou, e respirou fundo. Você não precisa saber o que tem naquela mala, ele disse a si mesmo enquanto agarrava os braços da poltrona com os olhos fechados.

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