⚠️ Alerta de gatilho: tentativa de estupro ⚠️
Noah Jacob Urrea
22 de junho
Nova YorkEra só mais um dia normal de quarta-feira quando o dia começou. O clima em Nova York estava levemente frio e ventava, o sol estava um pouco tímido no céu. Estavam Noah, Bailey, Joalin e Any na sala de jantar tomando o café da manhã, em silêncio como de costume, quando Josh e seus três capangas leais entraram no lugar.
— Hoje à noite tenho uma negociação com os chineses em um cassino. É uma negociação importante então não quero ver ninguém dando bobeira. — Ele disse com seriedade. — Krystian — Josh chamou. O chinês assentiu com a cabeça e deu um passo para frente.
— Noah vai ficar de olho do chefe da segurança, ele anda para cima e para baixo com eles o tempo inteiro e tem uma tendência a conspirar.
— Conspirar de que forma? — Indagou Noah, franzindo o cenho.
— Os líderes chineses não saem muito, raramente vão as festas dos líderes, toda vez que eles saem, no entanto, alguém acaba morrendo — disse Andrew com um meio sorriso pesaroso. — E geralmente pelas mãos do chefe da segurança.
— Já não temos um bom histórico com eles, então vamos ficar alertas. — Instruiu Josh. — Vamos ter soldados disfarçados de staff do cassino para ficar de olho nas bebidas e comidas, caso algum deles tente algo.
— Você por acaso se dá bem com algum líder? — Debochou Any, erguendo uma sobrancelha.
— Ele se dá bem com o Mattias — Andrew sorriu de canto, zombador, ganhando um olhar gelado do loiro. Any ri baixinho e espeta um morango com o garfo, levando-o a boca em seguida. — Any, Bailey e Krystian vão ficar de olho nos filhos do líderes. São três adolescentes, não deve ser difícil.
— Você diz isso porque nunca teve que lidar com adolescentes na sua vida, aposto. — Resmungou Bailey. — Eu não gostava de adolescentes nem quando eu era um.
— Vocês não tem que gostar, só façam o que eu mando.
[...]
A noite não demorou a chegar, e como poderia? O dia costuma voar quando você está se armando, colocando comunicadores e estudando rotas de fuga caso algo dê errado. Eles chegaram separadamente ao cassino, o primeiro foi Lorenzo que foi direto para o bar cumprir sua função da noite que era de barman; logo após ele, Joalin e Josh que não demoraram a localizar os líderes chineses em um canto reservado; e por último Any, Noah, Bailey e Krystian que se misturaram com a multidão.
O ambiente luxuoso do cassino se transformava em um palco de intriga a medida que Josh mergulhava nas delicadas negociações com os líderes da máfia chinesa. O clima estava tenso, mas a promessa de um acordo vantajoso parecia flutuar no ar, como o cheiro adocicado de charutos finos que preenchia o salão. Os olhos de Noah seguiam o chefe da segurança da família chinesa a medida que ele ia e vinha no salão, checando os outros seguranças. Através das luzes suaves do cassino, Noah conseguia ver Josh e Joalin sentados a mesa com a família chinesa, eles estavam rindo o que era um bom sinal; do outro lado, em uma das mesas, Krystian jogava, ou melhor, fingia jogar. Um olho na mesa e outro nos Beauchamps. Lorenzo estava no bar, misturando bebidas e distribuindo sorrisos, encantando homens e mulheres.
Noah passou os olhos pelo salão novamente, procurando o chefe da segurança mais uma vez. Os olhos verdes se arregalaram ao perceber que ele tinha perdido o homem de vista. Seus dedos voaram rapidamente para o ponto em sua orelha só para perceber que a conexão não existia mais.
— Any? — Ele chamou baixinho, cobrindo a boca levemente com a mão para ninguém ver. Sem resposta. — Bailey? — Novamente, nenhuma resposta.
Ele procurou Krystian e não achou. Lorenzo muito menos. E aquilo não tinha como ser bom sinal, não havia...
— Você parece estar precisando de uma bebida.
Uma garçonete de sorriso amável sorria para ele com gentileza, estendendo uma bandeja de prata com uma única taça de espumante.
Noah sorriu amarelo, querendo recusar, mas a garota era simplesmente adorável demais e parecia tão gentil que ele apenas assentiu sem graça e aceitou a taça, bebendo um gole. O líquido levemente amarelado e espumante desceu incômodo em sua garganta, deixando um rastro amargo.
A mulher sorriu novamente, parecendo satisfeita consigo mesma, e se afastou.
Noah olhou para a taça vazia com o cenho franzido. Foram precisos apenas poucos segundos para ele saber que algo não estava certo. Ele titubeou no lugar, as pernas parecendo falhar de repente e os outros sentidos começavam a perder a nitidez. Ele procurou os outros com os olhos, mas não achou nenhum deles. O pânico se instalou em Noah. Ele tentou abrir caminho pela multidão até o banheiro, mas toda vez que ele dava um passo, suas pernas tremiam violentamente e ele tinha que se apoiar em algo se não quisesse cair.
Ele lutava para se manter alerta, ele tinha que conseguir chegar a alguém antes que o que quer que ele tivesse tomado começasse a realmente fazer efeito. As luzes, a música e as vozes misturadas das pessoas não ajudava em nada em sua confusão mental. Noah engoliu em seco e agarrou o balcão do bar com toda força que ele ainda tinha, mas se sentiu escorregar e cair direto em mãos desconhecidas.
— 你看起來很累 (você parece muito cansado) — a pessoa sussurrou em seu ouvido. — 我帶你去房間 (vou te levar para o quarto).
E simples assim, ele foi arrastado para longe. O ambiente luxuoso transformou-se em um borrão indistinto, enquanto seu corpo semi-incosciente era conduzido para longe da segurança relativa e frágil de Beauchamp e sua equipe. Por trás do borrão de confusão produzido pela droga, ele conseguiu ter o deslumbre de um homem alto e pálido, as bochechas eram saltadas e magras, e um sorriso malicioso e cruel enfeitava seus lábios, alcançando até mesmo os olhos escuros e puxados. Noah achou que ele parecia com Krystian, por um segundo. Mas não, definitivamente não era. Aquele homem parecia ser do tipo irradiava maldade e perversão até mesmo em seus dias bons. A confusão estava começando a se misturar à frustração e à raiva enquanto Noah tentava recuperar o controle dos seus sentidos. Ele havia se tornado apenas mais uma peça em um jogo de poder?
— Quem... quem... é... você...?
— Não se preocupe com quem eu sou. — O homem sussurrou no ouvido dele, depositando-o em uma cama. — Já, já, você vai saber...
Noah abre a boca mas nada sai. Ele sente os toques lentos e quentes pelo seu corpo, retirando sua roupa como se ele tivesse todo o tempo do mundo. Ele quer protestar, arrancá-lo de cima de si e descarregar o pente da arma que está em cima cintura.
A arma...
Se ele conseguisse pegar...
O moreno tateia cegamente, em busca de uma salvação, mas tudo que ele consegue sentir é o corpo de outra pessoa sobre o seu. Uma mão segurando firmemente sua cintura enquanto a outra termina de retirar suas calças.
— Estava procurando sua arma? — Ele riu com desdém. — Joguei ela fora, não vai precisar dela.
— Para... sai...
— Você estava me observando... querendo isso... — O homem geme baixo, adentrando sua entrada com dois dedos.
Lágrimas descem antes mesmo que Noah consiga raciocinar. Talvez elas já estivessem lá, e ele não tinha reparado, mas agora todo seu rosto estava inundado delas. Ele implorou por algo. Por alguém que viesse para ajudá-lo. Bailey. Any. Josh. Qualquer pessoa que tirasse aquele homem de cima dele e o impedisse.
E assim, tão rápido quanto aquele homem o levou, ele foi tirado de cima dele. Noah não saberia dizer o que aconteceu, em um segundo aquele homem estava lá, enfiando seus dedos asquerosos dentro dele, e no outro ele ouviu o baque de um corpo sendo jogado na parede. Um segundo depois, uma cabeleira loira apareceu em seu campo de visão embaçado pelas lágrimas.
Josh.
Ele falava alguma coisa, mas tudo estava confuso demais.
As últimas coisas que ele conseguiu captar foram o barulho do corpo sendo arrastado para fora, a porta sendo fechada, e a voz abafada de Josh. Ele falava com alguém.
— Se alguém quiser entrar nesse quarto mate. E se eu sonhar que algum de vocês tentou algo, se encostarem no garoto, vocês vão desejar estar mortos.
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Crossed Paths
FanfictionNoah teve uma adolescência conturbada. Se envolveu com um traficante que o convenceu a ajudá-lo em um assalto onde ele morreu e o deixou com a ficha suja. Seus pais pagaram para limpar sua ficha, e desde então a sua vida tem sido muito monótona. Ele...