Joshua Kyle Beauchamp
11 de junho
RomaAo longo da história da humanidade, se havia algo que motivava os homens, despertava o pior deles, destruía famílias e amigos, era o poder. A ânsia por poder. Todos nós somos capazes de suportar as adversidades que a vida possa colocar no nosso caminho, mas se quiser realmente conhecer alguém, avaliar seu caráter, dê-lhe poder. Na máfia, a ânsia pelo poder, por ser o mais poderoso de todos, era algo ainda maior. Casamentos arranjados, assassinatos, invasões, tudo em nome de mais uma gota do doce néctar dourado do poder.
Josh não se lembrava da última vez que tinha se sentido tão poderoso quanto se sentiu no momento em que adentrou aquele salão. Ele arrumou as abotoaduras de ouro que adornavam o smoaking preto sob medida, um sorriso divertido brincando nos lábios avermelhados a medida que se deleitava com todos os olhos voltados para si, os cochichos, as expressões surpresas e até mesmo irritadas de alguns.
— Perdão pelo atraso — ele disse com um sorriso, abrindo os braços a fim de saudar todos. — Voltar dos mortos exige muito de um homem. Se é que me entendem. — Josh soltou uma piscadela divertida, para ninguém em específico, e caminhou para o centro do salão onde Mattias estava parado, os olhos castanhos grudados nos dele. Seu primo não demonstrou nenhuma reação, ao contrário dos outros. Um bloco de gelo no exterior. Como sempre. Mattias era como um quadro branco quando queria ser.
— Bem-vindo de volta — ele esticou a mão para o loiro que prontamente a segurou, apertando firmemente.
— É bom estar de volta.
Mattias esboçou um leve sorriso, mas seus olhos brilhavam. Eles eram como irmãos, afinal de contas. Cresceram juntos, se tornaram quem eram hoje graças um ao outro. O silêncio que fomos conta do salão era quase perturbador, nem mesmo a música era ouvida mais. Tudo que era possível ser captado eram as respirações dos convidados e os ocasionais sussurros. Mattias olhou ao redor com desgosto.
— O que estão olhando? — Ele disse, o tom imperativo. — Isso aqui é uma festa, dancem!
E na mesma hora a música voltou a tonar conta do salão. Os olhares e sussurros em direção à eles ainda existiam, mas estavam mais discretos agora. E então a máscara de gelo caiu, e Mattias voltou a ser o italiano bobo de quem Josh se lembrava.
—Bom te ver, Cane Pazzo. — Disse ele o ousando para um abraço apertado, fazendo o loiro rir e bater nas suas costas. — Estávamos preocupados.
— Como joalin se saiu? — Indagou Josh quando eles se separaram.
— Ela ainda precisa de treinamento. Sabe que ela não é a melhor em controlar as emoções.
— Ainda temos tempo — ele olhou de relance para a irmã que o encarava de longe. Joalin o encarou de volta, as mãos trabalhavam nervosamente nas luvas pretas, ela queria ir até eles, Josh sabia disso, mas estava controlando até o último fio de cabelo para não fazer nada que desse a entender que não sabia de sua volta. Ele sorriu para a irmã para tranquilizá-la, e funcionou por que Joalin devolveu o sorriso para ele. Um sorriso brilhante e expansivo.
— Como estão a Laura e as crianças? — Ele perguntou para Mattias, mesmo que seus olhos estivessem em Joalin.
— Estão ótimas, sabe que ela detesta esses eventos e prefere deixar as crianças fora por enquanto.
— Zia Juliana?
— Ela e Francesca aproveitaram da minha distração em organizar o baile anual e pegaram o avião. — Josh voltou a olhar para o primo, um sorriso de canto estampado nos lábios. — Estão nas Bahamas neste exato momento
— Claro que estão — ele balançou a cabeça em negação, sua tia e prima eram espíritos livres. Odiavam ficar muito tempo no mesmo lugar, e estavam sempre procurando uma chance de dar uma escapada. — E o complô contra mim? Como está o andamento? — Ele perguntou com interesse, agarrando uma taça de champanhe de um dos garçons que passava.
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Crossed Paths
FanfictionNoah teve uma adolescência conturbada. Se envolveu com um traficante que o convenceu a ajudá-lo em um assalto onde ele morreu e o deixou com a ficha suja. Seus pais pagaram para limpar sua ficha, e desde então a sua vida tem sido muito monótona. Ele...