Noah Jacob Urrea
5 de junho
Nova YorkO sol nasceu brilhante em Nova York adentrando pelas janelas do quarto onde Noah ressoava tranquilamente. Ele abriu os olhos devagar, lembrando dos acontecimentos dos últimos dias e ele quase quis rir. Quantas coisas ruins conseguem acontecer com uma pessoa só? O universo o odiava por algum motivo? O que ele tinha feito para merecer àquilo?
Bem, ele não tinha tempo para se lamentar, tinha que falar com Bailey e garantir que Any estivesse em Boston em algumas horas. Ele suspirou cansado e coçou os olhos verdes, ainda se sentindo sonolento. Quando ele se sentou na cama e a visão finalmente focou Noah deu um sobressalto surpreso ao ver os quatro homens e a garota loira ali parados o encarando.
— Mas que porra...?
— O nervosinho acordou. — Josh disse com um sorriso debochado. — Bom dia flor do dia, sabe que horas são? — Ele ergueu uma sobrancelha.
Noah franziu o cenho confuso.
— 7?
— Hora de algumas explicações. — O loiro se levantou e foi até a cama com os olhos fixados no garoto moreno. Ele colocou duas fotos sobre os lençóis e o encarou seriamente. — Conhece? — Noah pegou as fotos meio hesitante, tentando se lembrar.
— Oh! — Um sorriso carinhoso surge em seu rosto. — Tia Ur e o tio Ron! — Josh juntou as sobrancelhas grossas. — Eles eram amigos dos meus pais, mamãe e papai conheciam a tia Ur desde a faculdade, e depois ela nos apresentou ao tio Ron, mas eu raramente os via, embora eles sempre me mandassem presentes no meu aniversário e em outras datas especiais — ele explicou. — Pararam de mandar quando eu tinha dezesseis, pouco antes de eu viajar pro Brasil, meus pais disseram que tia Ur tinha sofrido um acidente e...
— Ela foi assassinada, não foi um acidente. — Interrompeu Josh, ríspido.
— Você a conhecia? — Indagou Noah. Josh desviou os olhos dos dele e encarou a foto do homem por alguns segundos antes de voltar a fitar o moreno com um brilho maldoso nos olhos.
— Há alguns anos, meu pai pediu para Andrew apagar uma ficha criminal, bem interessante, aliás. — Noah engoliu em seco. Oh, não. — Ele disse que era de um bom garoto que tomou decisões erradas. — O loiro sorriu grande e estendeu uma mão para Andrew que lhe entregou uma pasta amarela. — Invasão, assalto a mão armada, porte ilegal de armas, tráfico de drogas, homicídio doloso e... homicídio qualificado. Uau. Era pra você passar mais de trinta anos na cadeia. E ainda no Brasil, Noah Urrea. Estou um pouco impressionado, devo admitir.
Noah se remexeu desconfortável com o sorriso que Josh o lançava, o loiro era maldoso o suficiente para ver tudo aquilo que ele tinha feito e sorrir como se tudo fosse um grande show.
— Não foi coincidência você encontrar o Josh, foi? — A voz rouca de Krystian soou. O moreno fitou o chinês com os dentes cerrados.
— O amigo de vocês não contou? — Noah ergueu uma sobrancelha, rindo incrédulo. — Ele foi quem me obrigou a ajudá-lo. Eu não manipulei as coisas para estar aqui. Eu estava no lugar errado na hora errada, ponto. — Ele fitou Josh com seriedade. — Depois que eu voltei pros Estados Unidos, eu tentei dar um jeito na minha vida, andei na linha. Eu não quero estar aqui, estou aqui por que preciso.
— Vamos deixar claro o que vai acontecer daqui pra frente. — Disse Josh, indo até ele a passos lentos, arqueando a coluna para que os dois pudessem estar cara a cara. — Assim que o Christian estiver fora do jogo, vou levar você, e o seus amigos, para casa e nunca vão falar o que vocês viram ou o que aconteceu aqui para absolutamente ninguém. — Ele segurou o queixo do garoto com força. — Entendeu?
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Crossed Paths
FanfictionNoah teve uma adolescência conturbada. Se envolveu com um traficante que o convenceu a ajudá-lo em um assalto onde ele morreu e o deixou com a ficha suja. Seus pais pagaram para limpar sua ficha, e desde então a sua vida tem sido muito monótona. Ele...