Capítulo 12 - Back in the third island part 3

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Joshua Kyle Beauchamp
10 de junho
Angra do Heroísmo

Joshua Beauchamp nunca foi o tipo de pessoa que confiava facilmente, seus pais o ensinaram que ele só poderia confiar na família. Família era poder. Mas quando até sua família te trai, é difícil se segurar em alguém. Conforme ele crescia, ele aprendeu a confiar somente em seis pessoas: sua irmã, seus amigos, seu primo e ele mesmo. Ele ocupava uma posição nesse mundo em que era matar, morrer ou ver aqueles que você ama serem mortos. Era a sua cruz. Foi para isso que ele foi criado.

Estar em Angra do Heroismo não fazia parte dos planos, mas agora ele precisava se concentrar em sair e ficar de olho no garoto de olhos verdes inocentes que sabia muito mais do que parecia. Noah Urrea ainda era um mistério, e não tinha nada mais irritante do que um mistério sem solução. Apesar de tudo que Andrew havia descoberto sobre ele, e os amigos, ainda haviam coisas que não encaixavam. Por que seus amigos nunca o mencionaram se eram tão próximos? Como ele sabia de Angra do Heroismo? E o mais importante, quem era Noah Urrea de verdade?

Josh ainda não sabia, mas iria descobrir em breve. Ele não confiava em Noah, não para tirá-los daquela ilha, nem para mais nada. Mas é como dizem: mantenha seus amigos perto, e seus inimigos mais perto ainda. E era por isso que ele continuava ali fingindo estar interessado no que uma garota cujo nome ele nem se lembrava lhe falava, enquanto segurava uma garrafa de vidro verde contendo cerveja cara dando goleada vez em quando para disfarçar o olhar analista sobre tudo e todos naquela festa e a atenção sobre um certo moreno de olhos verdes que tinha acabado de se aproximar da isca da noite.

A noite estava linda, a lua brilhava acima de suas cabeças e se refletia nas ondas do mar que emanava sopros salgados e frescos nos rostos de todos, e Noah tropeçava em seus próprios pés até chegar o bar cercado por bambus. No fundo, Josh estava curioso para saber o que de fato aconteceria. Ele quase riu ao vê-lo praticamente se jogar em cima de uma garota que se lamentava sozinha, bem, não exatamente sozinha; os dez copos de shot faziam companhia para ela.

— E então, o que acha? — A garota em sua frente perguntou, levando a mão para debaixo de sua camisa social branca. Josh piscou levemente e a encarou, havia esquecido dela.

— Sobre o que mesmo? — Ele devolveu de maneira desinteressada. A loira revirou os olhos e suspirou, mas sacudiu os ombros e exibiu um sorriso de canto malicioso ao passo que suas mãos desciam e subiam pelo peitoral de Josh.

— Eu e meu namorado, — ela deu uma pausa para apontar para um cara a distância que os observava —, realmente achamos você um gato, e queríamos saber se não estava interessado em passar a noite conosco. — Josh sorriu de canto para ela, analisando-a dos pés a cabeça.

— Em condições normais, eu diria absolutamente sim para essa proposta. Mas...

— Oh, vamos lá — ela incitou maliciosamente. — Você vai poder me ter... e o meu namorado vai adorar ter você.

Os dedos finos e atrevidos da garota desceram pelo seu abdômen até chegarem na barra de sua bermuda e tentaram adentrar o tecido, mas Josh foi mais rápido em agarrá-los. Um sorriso de canto ainda brincava em seus lábios conforme ele se inclinava para sussurrar no ouvido da garota:

— Por mais que a ideia soe incrivelmente tentadora, e seu namorado seja uma delícia, agora realmente não é um bom momento.

Ela dá um passo para trás, uma expressão extremamente descontente no rosto. Josh ri consigo mesmo e bebe um gole de sua cerveja. Os olhos azuis logo voltaram a atenção para o moreno no bar. Ele agora consolava a garota no bar enquanto ela o encarava os olhos castanhos cheios de lágrimas para ele, o lábio inferior trêmulo enquanto ela tentava não deixar as lágrimas caírem. Ela grunhiu alguma coisa sôfrega no ouvido de Noah, recebendo como resposta um aceno de cabeça e um afago nas costas.

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