Capítulo 25 - Anger

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Noah Jacob Urrea
10 de julho
Nova York

Noah passou a mão suavemente pela barriga, se virando de lado para ver no espelho uma elevação que ainda não estava ali. Seu reflexo no espelho revelava um sorriso carinhoso, ele queria abraçar sua barriga e fazer carinho nela. Um bebêzinho estava crescendo ali e Noah já o amava tanto. Ele acariciou a barriga novamente, fixando o olhar ali, imaginando como seria segurá-lo nos braços, como seria ver seus primeiros passos ou ouvir suas primeiras palavras. Ele pensava como seria quando o bebê nascesse, se seria uma menina ou um menino, como ele ou ela seriam, se teria cabelos loiros ou castanhos como os seus, se seus olhos seriam verdes, azuis ou até mesmo castanhos como os do seu pai. Ele se viu planejando um futuro para essa criança, e se viu ansioso para dar o fora dali o mais rápido possível. Ele iria criar esse bebê longe desse mundo de intrigas, escuridão, e máscaras, e Noah o protegeria de tudo e de todos que tentassem fazer mal a ele. 

Quando levantou os olhos novamente, Any estava ali, encarando-o. Ela tinha um sorriso sutil de adoração enquanto o olhava. 

— Você já está apaixonado por esse bebê, huh?

Noah encolheu os ombros como se não tivesse culpa. — Me diga que Andrew já acabou com aquela maldita Órbita — ele implorou, se virando para encará-la nos olhos. 

— Quase, mas não se preocupe. — Any sorriu, tentando transmitir confiança. Ela se aproximou dele e tocou seu ombro para passar conforto. — Ele vai acabar a tempo do nosso voo amanhã. 

Noah assentiu, sentindo um alívio momentâneo. Mas então uma dúvida surgiu em sua mente, uma dúvida que o atormentava desde a noite passada. 

— Andrew não contou a Josh para onde estamos indo, não é?

— Não se preocupe, ele não sabe de nada. Quando chegar a hora, Andrew vai nos tirar daqui como se nunca tivéssemos vindo parar nesse lugar

Noah assentiu e voltou a se encarar no espelho. Ele fez muito isso pelas últimas horas, mas nunca cansava.

— Eu não sei como isso é possível. Como é possível que ele não possa ter filhos quando eu... quando eu sinto o nosso bebê dentro de mim...?

A porta se abriu e se fechou com um baque.

— Por que as coisas tem que ser sempre tão difíceis? — Bailey choramingou, batendo as costas contra a porta.

— O que aconteceu?

Bailey abriu a boca para responder, mas Any ergueu o dedo indicador, o silenciando. — Deixa eu adivinhar. Krystian. — Ela sorriu com diversão e olhou para Noah. Tanto ele quanto Any riram levemente, mas um soluço alto cortou suas risadas. O corpo de Bailey escorregou pela madeira até colapsar no chão, puxando os joelhos para perto do peito. Noah e Any ficaram estáticos, sem reação ao vê-lo daquela forma. Bailey não era do tipo que colapsava com frequência, ele não chorava e nem reclamava dos seus problemas; ele colocava um sorriso no rosto e enfrentava seus problemas.

— Bai... o que aconteceu? — Indagou Noah com o cenho franzido em confusão ao se aproximar dele, tocando-lhe o joelho com gentileza. Bailey levantou os olhos molhados, encarando os olhos verdes brilhantes. 

— Ele me encurralou essa tarde — ele fungou. — Eu gostei dele desde o começo, desde que ele entrou no meu apartamento. Eu flertei com ele, era divertido ver ele se esquivando e titubeando. Mas quando você e o Josh se perderam eu conheci um lado dele que eu nunca achei que existisse. E a próxima coisa que eu percebi foi que ele tinha um efeito maior sobre mim do que eu queria admitir, ele... eu queria orbitar ao redor dele, estar com ele. E então... e-ele fez aquilo conosco e eu fiquei tão decepcionado e achei que depois do que ele fez eu não me importaria mais com ele. Mas ele vive na minha cabeça, — ele grunhiu com frustração, agarrando a cabeça com as duas mãos —, não consigo parar de pensar nele! E sabe qual o pior? Eu sou só um idiota, ele não sente nada por mim. Ele é apaixonado pelo Josh desde sei lá quando. Meu Deus como eu pude ser tão burro a ponto de cair nessa de novo?

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