Capítulo 14 - He wants Any

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Lorenzo Vitorino Mancini
13 de junho
Nova York

— Eu não confio neles. — Foi a primeira coisa que Josh disse quando eles chegaram a Nova York. Eles saíram de Roma durante a tarde e após algumas horas de voo pousaram em solo estadunidense. Assim que pisaram os pés na mansão, Beauchamp reuniu os três homens em quem ele mais confiava em sua sala para uma reunião de emergência.

— Neles quem? — Indagou Andrew coçando os olhos de modo sonolento.

— No trio dinâmico — rebateu com desdém.

— Finalmente você voltou a sua razão! — Krystian comemorou aliviado. — Já podemos chutar eles daqui ou fazer do jeito divertido? — Um sorriso travesso surgiu no canto de seus lábios ao passo em que ele arremessava uma faca no ar, fazendo o objeto girar e girar até se fincar na parede ao lado da cabeça de Andrew. O moreno no entanto nem piscou, apenas lançou um olhar reprovador para o chinês.

— Por que você não gosta deles? — Perguntou Andrew com interesse, se distanciando do cabo quente da faca, e arrancando ela dá parede para analisar o cabo de ferro esculpido a mão. Essa, assim como todas as facas de Krystian, e todas as armas que eles usavam, tinham sido feitas por Lorenzo.

— E desde quando o Krystian gosta de alguém? — Lorenzo zombou, um riso divertido escapando dos seus lábios avermelhados.

— Ele é... — Josh ergueu uma sobrancelha para o chinês de maneira desconfiada, fazendo o mesmo recuar em suas palavras. — Eles são desconhecidos, não são da familia, — ele olhou para Josh —, e não podemos confiar em quem não é da familia. Não é?

Lorenzo trocou o olhar entre o asiático e o loiro de forma analítica. Às vezes existiam esses momentos onde Krystian parecia implorar por algo vindo de Josh, mesmo sabendo que, com ele, não adiantava. Nunca adiantou.

— Eu, sinceramente, não acho que eles estejam mentindo sobre quem são. Eu lembro da ficha do Noah, tudo bate com o que ele falou. — Disse Andrew. — Bailey e Any também.

— Ainda tem coisa faltando — Josh resmungou. — Ele sabia sobre Angra do Heroísmo, ninguém fora da máfia sabe dessa ilha. — Ele bateu o punho na mesa para descontar a frustração que subia por sua espinha. Ele odiava não saber. Odiava estar as cegas.

— Você acha que ele pode estar trabalhando com o Colb? — Deduziu o italiano.

— É o que eu quero descobrir — Josh suspirou pesadamente, massageando a têmpora direita com o indicador e o dedo do meio. — Vamos observá-los, estudar eles e o seu passado. Investigue mais fundo, Andrew, quero saber de tudo sobre eles, os pais, os avós, tios, tias, primos distantes, parentes de até 8° grau. Deve ter alguma coisa que deixamos passar. — O moreno assentiu brevemente. — Por enquanto, fiquem de olho neles.

— Por que nós não... testamos a lealdade deles? — Sugeriu Krystian. Lorenzo ergueu uma sobrancelha. O chinês tinha um brilho maldoso no olhar, o canto direito do lábio estava curvado levemente para cima e os dedos brincavam com o cabo da adaga preguiçosamente, em um gesto natural e instintivo. Lorenzo soube no mesmo instante que, seja lá o que ele estivesse planejando, aqueles três não sairiam ilesos, muito pelo contrário.

— Muito bem — concordou Josh. — Cuide disso.

Krystian assentiu como o bom soldado que ele era. Lorenzo quase podia sentir a excitação e a ansiedade emanando dele em ondas. Um arrepio correu por sua espinha sem que ele pudesse evitar. Krystian não confiava nem simpatizava com nenhum dos três, Lorenzo sabia. Com Any, por pura implicância, com Bailey, porque... bem, ele o fazia sentir coisas que ele achava que não podia sentir, e, ao contrário do que ele próprio achava, Krystian não era tão bom assim em disfarçar esse tipo de sentimento; e com Noah por puro ciúmes e inveja.

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