Capítulo 3 - Unluckiest person in the world

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Noah Jacob Urrea
4 de junho
Nova York

Noah Urrea se considerava uma pessoa bem azarada. Quer dizer, os últimos seis anos de sua vida lhe mostraram isto. Se envolver com o cara errado, traficar, matar uma pessoa, e, o mais recente: a morte prematura de seus pais em um acidente de carro onde somente ele sobreviveu. É, o universo não conspirava muito ao seu favor.

Mas ele estava tentando tomar jeito na vida. Quer dizer, tudo bem, ele largou a faculdade de Medicina logo após o acidente de seus pais, mas, ainda assim, ele estava tentando, caramba! Isto é, antes de ele ser tirado da cama antes mesmo do sol raiar por dezenas de homens armados. Então agora ele estava sentado no sofá de um casarão desconhecido, encarando uma pessoa desconhecida que também não tirava os olhos dele. É, definitivamente azarado. Noah olhava para os lados, tentando captar o máximo de informação que seus olhos conseguiriam. Haviam porta retratos espalhados pela sala. Uma garota. Quatro caras. Se conheciam desde crianças. Família. Dois adultos... eles eram conhecidos, mas Noah não se lembrava de onde os conhecia. O homem a sua frente... italiano. Tinha uma arma na mesa de centro, era uma armadilha. O homem só estava esperando que ele se movesse na direção do revólver para ele fazer algo. Noah não queria dar esse gostinho a ele, mas quando seus ouvidos captaram o som da maçaneta da porta da entrada girando, ele se esticou na direção da mesa de centro pegando a arma mais rápido do que um piscar de olhos, apontando-a em direção à pessoa que entrava.

— Wow! — Beauchamp exclamou surpreso. Noah segurou o cano com força, fuzilando o loiro com os olhos. — É assim que você agradece a pessoa que salvou a sua vida? — Ele rosnou, erguendo uma sobrancelha.

— Você a colocou em perigo pra começo de conversa! — Noah grunhiu nervoso, ignorando os olhares irritados dos outros sobre si. — Eu devia matar você! — Disse com rancor, engatilhando a arma.

Josh estalou a língua no céu da boca, soltando um risinho divertido ao que os outros apontaram as armas para o moreno.

— Não se ameaça um Capo na casa dele, nervosinho. É bom você abaixar essa arma antes que eu decida terminar o que o Christian começou.

Era uma ameaça explícita, mas Noah não podia se importar menos. Ele estava com raiva, queria atirar em Josh repetidas vezes até ver seu corpo sem vida. Josh o encarava de volta com tanta intensidade que por um segundo, Noah hesitou. E foi naquele segundo que Josh aproveitou para arrancar a arma de fogo de suas mãos e guardá-la no cós da calça.

— Vou te levar pra casa e então estaremos quites — ele esclareceu. — Nunca mais vamos nos ver e você vai parar de me encher o saco!

Noah olhou feio para ele mas não teve chance de dizer nada pois o toque de um aparelho foi ouvido. O homem de pele clara, cabelos castanhos lisos e olhos verdes entregou um celular para o loiro que encarou o aparelho por alguns segundos antes de revirar os olhos e atender.

— Christian, — ele saudou com uma falsa alegria — ,não esperava ter notícias suas tão cedo. — Ele sorriu por um momento mas logo desfez o sorriso, sua expressão se tornando irritada. — Não seja um mau perdedor, Christian.

Noah o observou ficar parado e ouvindo o que o outro dizia ao celular. A atenção de todos estava nele. Alguns minutos depois Josh desligou o celular, devolvendo-o para o castanho e se virando para Noah com um olhar entediado.

— Bem, Lorenzo vai te levar pra casa. Eu estou cansado. — Ele estralou o pescoço e simplesmente saiu andando, deixando um Noah atônito para trás.

Mas o que tinha mudado? O que Christian, seja lá quem ele fosse, poderia ter dito que mudou o plano original?

— Espera! O que ele disse?

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