Noah Jacob Urrea
08 de julho
GenebraNoah tamborilou os dedos sobre as coxas pela milésima vez naquele minuto, seus olhos alternavam entre o relógio na parede e o homem idoso e loiro à sua frente, cuja presença parecia emanar autoridade e mistério ao mesmo tempo. Cada segundo se arrastava agonizantemente enquanto ele lutava para conter os nervos. A chave de metal pesava como uma âncora em seu bolso, enquanto ele ansiava pelo momento de usá-la e ao mesmo tempo temia o que poderia encontrar.
Ao seu lado, Any irradiava calma e confiança, em nítido contraste com a agitação de Noah. Seu terninho vermelho perfeitamente ajustado realçava seus olhos brilhantes e seu sorriso radiante. Os cachos dos cabelos, elegantemente dispostos em um penteado semi-preso, emolduravam seu rosto delicado, conferindo-lhe uma aura de sofisticação e graça.
— A senhorita é muito charmosa, eles tem sorte de ter alguém tão atenciosa. — Ele disse com um sorriso galanteador, encantado por Any. Ela piscou os olhos lentamente e sorriu tímida, baixando levemente a cabeça em um gesto de cortesia que parecia encantar ainda mais o homem.
— O Senhor que é muito gentil...
O homem se debruçou levemente sobre a mesa, entrelaçando as mãos enrugadas sobre a madeira, para olhar melhor para ela.
— A senhorita...
Uma batida na porta interrompeu bruscamente a fala do homem e Noah quase desmaiou de alívio. Ele sentiu uma gota de suor descendo por sua coluna ao que uma mulher morena entrou na sala aparentando hesitação.
— Senhor, houve um... um problema.
— Que tipo de problema? — Ele questionou com certa impaciência, irritado pela interrupção.
— Hum... código 45.
O homem pareceu surpreso e alarmado ao ouvir as palavras da mulher. Um silêncio tenso pairou sobre a sala enquanto ele absorvia a informação, antes de se levantar abruptamente e seguir a mulher para fora da sala com uma pressa incomum para alguém de sua idade e estatura. Noah e Any trocaram olhares carregados de perguntas não ditas, enquanto o peso da incerteza pairava no ar. O que seria o "código 45"? O que Sina havia feito para deixá-lo tão alarmado?
— Vê se você se controla melhor, Urrea. — Noah sentiu um calafrio percorrer sua espinha ao ouvir a voz de Andrew em seu ponto auricular, sua rispidez ecoando em seus ouvidos. — Desde que entrou nesse escritório que você está todo assustadinho e pulante. — O moreno debochou. Urrea engoliu em seco, forçando-se a manter a compostura diante da tensão crescente. — Contem até vinte e podem começar a procurar, se movimentem sutilmente, olhem ao redor desinteressados, e só... finjam conversar um com o outro depois de dez segundos.
Noah assentiu imperceptivelmente, preparando-se mentalmente para a tarefa que tinha pela frente. Ele se virou para Any, tentando disfarçar a tensão com um sorriso contido no rosto.
— Aqui é bonito, não é? — Ele murmurou, mantendo a voz baixa para que apenas Any pudesse ouvir.
Any correspondeu ao sorriso de Noah, seus olhos transmitindo uma mistura de determinação e cautela. Ela balançou a cabeça positivamente, concordando com ele.
— Muito bonita a decoração. — Ela respondeu, sua voz suave e controlada.
Noah sentiu um leve alívio ao ver que Any estava jogando junto, mantendo a fachada de normalidade apesar da situação tensa em que se encontravam.
— É o melhor que conseguem fazer? — A voz de Andrew interrompeu o momento, sua zombaria ecoando através do ponto.
— Aquele carinha moreno de ontem a noite não cala a boca, não é? — Any disse, disfarçando suas palavras com um sorriso, enquanto trocava olhares significativos com Noah, transmitindo uma mensagem codificada sobre a situação.
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Crossed Paths
FanfictionNoah teve uma adolescência conturbada. Se envolveu com um traficante que o convenceu a ajudá-lo em um assalto onde ele morreu e o deixou com a ficha suja. Seus pais pagaram para limpar sua ficha, e desde então a sua vida tem sido muito monótona. Ele...