Pablo Gavi
- Me passa o número da Carolina.
Eu quase engasgo com a água quando Pedri diz isso. Era quarta feira, o treino tinha acabado e eu me sentia mais exausto que o normal, chuto dizer que o motivo eram as noites acordado conversando com Carolina, mas era apenas um palpite.
- Que? - Eu olho confuso pra Pedri e ele da risada.
- Calma aí, senhor. Eu quero pedir o número da Monalisa pra ela. - Eu quase engasgo com a água de novo, mas dessa vez é por conta da risada sincera que soltei.
- Você não pediu o número dela aquele dia?! - Uso o mesmo tom sarcástico que ele usou comigo quando disse que não beijei Carolina no encontro, Pedri me olha como se fosse me dar um soco.
- Não enche o saco, eu esqueci tá...
- Claro, não é como se tivesse tido todas as oportunidades do mundo. - Eu saio de perto antes que ele possa chutar a minha bunda.
- Quebra esse galho pra mim, cara... - Pedri me olha como um cachorro que caiu da mudança.
- Tá, eu vou pedir pra Carolina.
- Não, me passa o número dela. - Eu arqueio as sobrancelhas, Pedri estava tirando uma com a minha cara. - Cara, eu não vou dar em cima da sua mulher.
- Ela não é minha mulher!
- Mas bem que você queria que fosse. - Pedri estava definitivamente tirado uma com a minha cara, tive certeza quando ele deu um sorriso debochado.
- Isso não vem ao caso agora...
E não vinha mesmo. Eu não queria conversar sobre como em três semanas Carolina tinha virado minha vida de ponta cabeça, como o chão de sua sala tinha sido o lugar mais confortável que eu já havia estado, ou de como eu não conseguia mais dormir direito se não fosse escutando a respiração dela e sentindo seu cheiro, como tinha acontecido naquele fim de semana.
- Vai me conseguir o número ou não?
- Se você parar de encher o meu saco, sim. - Pedri me olha com tédio, mas cala a boca.
Se meu horário estivesse certo, Carolina deveria estar na última aula da faculdade agora, e a vontade de ligar pra ela quando eu chegasse em casa foi o que me fez levantar e ir tomar um banho.
(...)
- Queria ter nascido com um dom atlético pra não precisar fazer faculdade, igual você. - Ela fala do outro lado da linha e eu dou um sorriso. O celular de Carolina estava apoiado na bancada enquanto ela preparava alguma coisa pra comer. Eu tinha uma ótima visão dela com um moletom enorme e o cabelo preço em um coque.
- Então você acha que eu tenho um dom?
- Além de me irritar, sim, você tem sim. - Ela me olha debochada e eu lhe dou um sorriso de lado.
- Certo, agora fala que eu sou seu jogador favorito.
- Não gosto de mentir, Pablito. - Um dia ela ia me deixar louco, eu tinha certeza. - Você não é o Calleri.
- Quem é Calleri? - Eu me sento na cama, ofendido. É claro que Carolina estava fazendo de propósito, já que seu sorriso só aumentava.
- O meu jogador preferido, do São Paulo. Ooh, toca no Calleri que é gol... - Ela cantarola a última parte em português, mas consigo entender mesmo assim.
- Você fez ate música pra ele?! - Ela solta uma gargalhada sincera.
- Eu não, a torcida. Ele é argentino, sabia?
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ANTI - HERO || Pablo Gavi
FanfictionCarolina Almeida não era uma má pessoa. Estudava e batalhava para pagar suas contas, como qualquer pessoa sem muita sorte na vida. Quando a proposta de trabalhar em uma revista de fofoca surge para a estudante de jornalismo, ela não pensa duas vezes...