capítulo 13.

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Notas: Assistam ao clipe e escutem a música. Acho que de toda playlist de Anti-Hero, essa é a que mais se encaixa na relação Pablo e Lina, desde o vídeo até a letra!

(...)

A comunicação com Pablo estava cada vez mais difícil. Quando ele tinha tempo, entre todos os treinos, preparação física, entrevistas e comitivas de imprensa, o fuso horário não batia e eu estava ocupada. Também não estava sendo fácil para mim, o trabalho estava exigindo de mais e pagando de menos, eu era uma estagiaria fazendo o dever de um contratado, cobrindo o evento mais comentado do momento praticamente sozinha. E o pior de tudo, eu nem falava realmente sobre o futebol, e sim sobre as fofocas de vestiário.

Quando Pablo e eu tínhamos tempo, eram ligações noturnas e rápidas, onde eu ou ele dormíamos na linha, e nunca falávamos sobre algo realmente relevante. Conversas rasas.

E quando a Espanha foi eliminada, uma onda de nervosismo passou pelo meu corpo.

Fiquei surpresa com meus próprios sentimentos quando chorei. Chorei com dor no peito, não por um país, mas sim por ele. Me coloquei no lugar de Gavi, no seu sonho de infância e em como ele estaria se sentindo, e chorei. Depois, me senti patética, mas acho que é isso que a paixão faz com você, te faz de palhaço.

- Eles voltam hoje, não é? - Mona me perguntou enquanto saiamos da faculdade. As provas finais estavam acontecendo, o que significava que nós duas estávamos dois cacos andando por ai.

- Sim... Falei com Pablo ontem a noite, acho que eles chegam em poucas horas.

- E como ele está? - Monalisa passou o braço pelo meu. Ela sabia como eu estava sobrecarregada só de olhar na minha cara.

- Ele não quis falar muito sobre o assunto e eu não insisti.

Se eu tivesse acabado de perder uma copa do mundo eu também não iria querer receber nenhuma pergunta. O país inteiro já estava em cima de Gavi e da seleção, insistir no assunto não iria adiantar muita coisa.

- O país vai ficar tão triste agora... Ainda em que o Brasil ainda tem chances!

- Minha última fonte de felicidade!

Monalisa ri e eu a acompanho. Nossas caminhadas até em casa estavam ficando casa vez mais difíceis agora que o clima estavam a cada vez mais congelante. Como eu já disse, fui nascida e criada em São Paulo capital, aquele clima europeu acabava comigo!

- Já sabe onde vai passar o natal? - Mona me pergunta de repente e eu franzo a sobrancelha. Ela sabia que eu estava totalmente sem grana pra ir pro Brasil, e desde que nos conhecemos eu passo todas as datas comemorativas com sua família.

- Isso é uma indireta sobre você não me querer na sua casa? -  A morena da risada da minha cara e eu me sinto mais confusa ainda.

- Claro que não, sua tonta. É que com você é Pablo estando tão sério assim, achei que você fosse passar com a família dele.

Ai meu Deus.
Família.
Do Pablo.
Família do meu namorado.

- Ah... Eu tenho quase certeza que eles nem sabem da minha existência, na verdade. - Monalisa para de andar e me encara como se eu fosse maluca.

- Carolina?!

- Bem, a minha família também não sabe a existência dele, então...

- Carolina?! - Ela coloca a mão na cintura, parecendo  uma mãe irritada.

- Tudo tem acontecendo tão rápido, tá bom?! - Eu levanto os braços na defensiva.  - Só...me esqueci.

- Esqueceu ou não quer admitir? - Monalisa cruza os braços, e sério, as vezes eu ficava surpresa de como ela me conhecia melhor do que eu.

ANTI - HERO  || Pablo GaviOnde histórias criam vida. Descubra agora