capítulo 7.

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Eu não fazia a menor ideia do que eu estava fazendo com a minha vida. Acho que na verdade, nunca tive, mas quando acordei e vi Gavi dormindo ao meu lado, tive menos ainda.

Nos beijamos. Quer dizer, eu o beijei primeiro. Depois beijei de novo, e ele me beijou também, várias vezes durante a tarde. E eu cedi todas, porque eu era humana e a carne era fraca! Ai meu deus...

Ele não queria ir embora, e eu também não queria que que ele fosse, então passamos a tarde inteira de sábado esparramados pelo chão, assistindo qualquer besteira que estivesse na tv. Esse era o plano inicial, mas ai ele me provocou dizendo que eu paguei com a língua, e eu não resisti e paguei com a língua de novo.

Em algum momento no início da noite fomos parar na minha cama, conversamos por horas, minha cabeça em cima de seu braço e nossas pernas emaranhadas, até pegarmos no sono.

E agora eu estava acordada, olhando ele dormir de bruços com um bico nos lábios e o braço esticado ainda segurando minha cintura. Não conseguia me arrepender de nada, não conseguia não me sentir bem por ter ele ali, o fato dele ser dois anos mais novo e ter uma vida completamente diferente da minha não me assustava, eu não estava nem ai. Isso não fazia sentido na minha cabeça, sou uma pessoa racional, eu pensava antes de agir, mas Gavi tirou isso de mim, e eu nem me importava.

Eu continuava não sabendo o que eu sentia em relação a ele, e estava tudo bem. Eu gostava da sua presença e quando ele me pediu um beijo na tarde passada, não pareceu estranho. Por que não, afinal?

- Para de me encarar. - Gavi disse com a voz arrastada e rouca, ele ainda estava de olhos fechados.

- É que você baba enquanto dorme. - Eu deu um sorriso preguiçoso e abriu os olhos. Era uma visão bonita, Gavi com a cabeça no travesseiro me encarando com a cara inchada de sono.

- E você chuta enquanto dorme.

- É que eu queria te empurrar pra fora da cama.

Eu ri e Pablo revirou os olhos, ainda sorrindo ele me puxou pra perto com o braço, enfiando a cabeça no vão do meu pescoço. Aquilo era confortável.

- Gosto do seu cheiro. - Ele cheira minha pele e é inevitável não me arrepiar. A voz ainda arrastada no meu ouvido me fazia derreter, mas ele não precisava saber disso.

- É erva doce. 

Sua cabeça continuava no meu pescoço quando sinto ele depositar um beijo ali, me fazendo rir pelo arrepio. Gavi levanta o rosto e me olha nos olhos, e eu acho que nunca vou me cansar de apreciar seu olhar, agora sereno e com um sorriso fino nos lábios. Levo a mão até seu rosto, pontilhando suas pintinhas com os dedos. Ele tinha uma pinta em cima do lábio, e era inevitável não beija-la.

- Ainda não acredito que estou beijando a jornalista que disse que só se interessava por MVPs... - Ele deu um sorriso debochado. Metade do seu corpo estava em cima de mim, suas mãos em minha cintura e as minhas em seu cabelo.

- E é verdade. Vou ser obrigada a te bloquear se você não fizer um gol no próximo jogo. - Gavi me da aquele sorriso de lado e um olhar canalha. Lá vem...

- E você quer um gol?

- Ué, todo torcedor do Barcelona quer, não é?

- Não. - Ele se enfia entre as minha pernas, seu corpo inteiro agora em cima de mim. - Perguntei se você quer um gol pra você.

Eu retribuo o olhar, encarando Gavi nos olhos enquanto enrolo minhas pernas na sua cintura. Sua pose vacila e eu sinto sua pele arrepiar. Descobri que era ótimo brincar assim com Pablo, porque ele sempre perdia.

ANTI - HERO  || Pablo GaviOnde histórias criam vida. Descubra agora