capítulo 23

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Pablo Gavi

Carolina iria embora em alguns dias, e isso estava tirando meu sono a semanas. Não conseguia pensar em outra coisa, todos os nossos momentos juntos tinham uma data marcada para o final agora. Estávamos vivendo de forma tão intensa, a flor da pele, na nossa própria bolha, a tanto tempo, que agora que a verdade estava chegando perto, ela doía como o inferno. Era loucura pra mim não ter Carolina do meu lado na cama, nem que seja por um ou dois dias, sair do treino e passar em seu apartamento para ficar nem que seja por algumas horas, ter ela assistindo meus jogos... era rotina, já era o normal. Como se desapegar disso?

Ela não precisava saber, e nem iria saber, que eu chorei igual um idiota desesperado na noite que ela me contou que iria para Madri. Eu tentava ser forte, porque sabia que aquele momento era mil vezes mais difícil para ela do que para mim, mas estava sendo complicado...

Viajamos juntos para os jogos da seleção Espanhola, ela estava lá quando ganhamos e eu joguei minha camisa para ela na arquibancada. Foi o assunto do momento na internet durante dias. Comentários e mais comentários, pessoas dizendo que eu era novo de mais e Carolina velha de mais (dois anos, eram só dois anos!), especulações sobre nosso namoro, colegas de Carolina que ela não conversava a anos querendo ganhar fama com o assunto; o de sempre. Fingimos que nada disso tinha acontecido. Nada iria abalar a nossa realidade alternativa no momento, onde minha namorada não iria embora para longe de mim.

Era meu aniversário, e mais uma vez eu fingia que nada estava me abalando. Tinha vencido a liga, ganhando meu primeiro título pela seleção e viajado com minha namorada, vida boa...

Eu gostava de coisa simples, sempre gostei. Meus 19 anos foram comemorado em casa, com minha família, Carolina e Pedri, é claro.

- Feliz aniversário, cabeção. - Aurora me abraça de lado, antes do parabéns. Eu estava sentado, esperando meu pai achar algum isqueiro para ascender as velas. - Amo você.

- Também amo você.

Carolina se aproxima com um sorriso no rosto. Ela estava mais deslumbrante que o normal, o sol do verão tinha a deixado com marquinhas de bronze, e o vestido de alcinhas verde combinava com seus olhos. Eu era louco por ela. Carolina passa as mãos pelos meus ombros, me abraçando por trás e e constando o queixo perto do meu pescoço. Me viro o suficiente para poder olhar ela nos olhos, e perco o fôlego.

- Tenho um presente para você. - Ela diz baixinho, com um brilho nos olhos.

- Hmm... - Eu abro um sorriso malicioso e ela revira os olhos.

- Para de ser idiota. - Carolina da risada, cutucando minha costela e me fazendo rir. - Não é o que você está pensando, pervertido.

- Ah... - Eu faço um bico, que ela rapidamente cobre com meus lábios em um selinho.

Meu pai chega com uma caixa de fósforos e cantamos parabéns, aquele momento constrangedor que ninguém sabe o que fazer. Abraços, felicitações e fotos. Eu estava feliz, não iria mentir.

Carolina some pela cozinha com Aurora, as duas agora estavam como carne e unha, tagarelavam o dia inteiro quando estavam juntas. Pedri cutuca meu braço e faz um sinal com a cabeça para eu acompanhar ele até um canto.

- Que foi? - Ele precisa nervoso, coça a nuca e limpa a garganta com uma tosse seca.

- Você e é Carolina... É bem sério, né? - Eu cruzo os braços e arqueio uma sobrancelha, não entendo.

ANTI - HERO  || Pablo GaviOnde histórias criam vida. Descubra agora