capitulo 14.

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Almoço em família. Almoço em família com a família de Gavi. Meu namorado...Quando ele me convidou na noite passada, depois que eu disse que estava pronta para mais um passo, parecia uma ótima ideia, mas agora que eu arrumava meu cabelo no piloto automático me sentia cada vez mais nervosa. Nunca tinha conhecido a família do meu ex, simplesmente não sabia como me comportar, o que falar, o que vestir, o que não vestir... pensar de mais as vezes é ótimo, mas hoje não era um desses dias.

Monalisa havia saído com Pedri, em um "não encontro, mas talvez encontro, mas não romântico", como ela mesma havia descrito. Eu estava feliz que ela tinha encontrado alguém tão estranho em relacionamentos quanto ela. Mas, todas as minhas chances de arrastar ela comigo pro almoço tinham ido por agua a baixo.

Barcelona não dava trégua no tempo frio, mas hoje o clima estava agradável o suficiente para usar uma saia longa com uma fenda lateral. Achei adequada para a ocasião, parecia até que eu era séria o suficiente, e não uma semi adulta que não tinha a menor ideia de que rumo a sua vida estava levando.

Não consigo prolongar o assunto na minha mente, a buzina na rua me faz acordar como um banho de agua fria. Gavi tinha ganhado a discussão sobre dirigir sem carta mais uma vez, na cabeça dele, ele deveria me buscar, não fazia sentido eu pegar um metrô até sua casa, isso iria "acabar com toda a graça de ter uma namorada e um carro", com as palavras dele.

- Eu adoro quando você usa saia! - Foi a primeira coisa que ele disse quando eu entrei no carro. Ele vestia o de sempre, moletom e calça larga, que sempre ficavam ótimos.

- Você ta ficando bem pervertido, sabia? - Ele estica o corpo e me rouba um beijo, com a mão livre na minha bochecha. Pablo abre um sorriso quando se afasta, me olhando pelo que pareceu uma eternidade.

- São os hormônios. - Ele fala em tom de brincadeira. - Eu sempre fui, mas não podia te assustar antes de você aceitar ser minha namorada.

Eu dou uma risada sincera enquanto ele da partida no carro. Sua mão segura na minha em cima da minha coxa, como se já tivesse feito aquilo milhares de vezes.

- Você me assustou no dia que apareceu no meu apartamento querendo uma entrevista, Gavira.

- E você se amarrou. - Eu reviro os olhos, seu sorriso com a língua nos dentes me impedia de descordar de qualquer coisa que ele falasse.

Pablo morava com os pais e a irmã em um condomínio afastado da cidade, o que demorou quase 30 minutos de viagem. O rádio ligado não fez a menor diferença, já que nós nunca calávamos a boca mesmo.

- No Brasil o seu apelido seria Juninho.

Ele me olha estranho, mas da uma gargalhada confusa.

- Por que?

- O nome do seu pai é Pablo, e você recebeu o nome depois dele, então no Brasil seria Pablo Júnior, mas todo mundo chama os Juniores de Juninho. Entendeu? - Gavi da uma risada alta, fazer ele rir me fazia esquecer o quanto eu estava nervosa.

- Se você começar a me chamar de Juninho a gente vai ter problemas.

- Tudo bem, Juninho.

Nós rimos de novo, e quando me dou conta, já estamos na portaria do condomínio. As casas eram enormes, com jardins na frente e carros de luxo na garagem. Era impossível não ficar nervosa, além de ser um almoço em família eu estava em um ambiente que eu nunca nem sonhei em visitar, cresci em um apartamento, a coisa mais luxuosa da minha casa era o elevador com espelho.

ANTI - HERO  || Pablo GaviOnde histórias criam vida. Descubra agora