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Liana Evans

Depois da terceira etapa da temporada, voltamos ao hotel e eu ainda não tive a chance de falar com Pierre, depois do acidente ele não queria ninguém por perto e até não quis ir para a banheira de gelo com seu companheiro de equipe, nem sozinho. Estava agindo estranho com todo mundo, mal deu entrevistas e voltou para o hotel mais cedo.

Tomei um banho e coloquei a roupa mais confortável que encontrei na mala, prendi o cabelo em um coque, calcei as pantufas do hotel e fui até o quarto do piloto francês.  Bati três vezes na porta mas ele não atendia, eu sei que estava ali, vi todos saírem menos ele. Pego meu celular e mando uma mensagem "sou eu". O piloto abre a porta e volta a se deitar na cama.

Sento ao seu lado, ele apenas com uma calça moletom, sem camisa deitado de bruços com a cabeça virada ao lado oposto à mim.

— Ei, quer conversar? - pergunto acariciando suas costas
— Não
— Eu acho que pode te ajudar, é bom desabafar, melhor ainda com vinho - levanto e faço o pedido de um vinho branco suave no serviço de quarto
— Não precisa fazer isso
— Não to fazendo nada, só queria um companhia e você está sozinho então eu vim

O vinho é entregue, eu recebo e sirvo duas taças, pego a minha e a outra eu levo para ele na cama.

— Não seja rude, pega a taça - digo
— Você me irrita um pouco - ele senta e pega a taça da minha mão
— Vou levar isso como um elogio

Eu consegui tirar um sorriso dele naquele momento, então já considero uma vitória, mas não sinto que ele estava muito aberto à querer falar nada, respeitei isso e não fiquei insistindo. Apenas ficamos degustando o delicioso vinho em silêncio, não um silêncio que eu goste muito, acho que estava longe de ser confortável, mas o piloto parecia gostar da minha presença aqui, deixá-lo seria um pouco errado já que fui eu quem o buscou.

— O pior sentimento de um piloto, é ter algo praticamente ganho e por um erro dele mesmo, jogar tudo fora - ele quebra o silêncio
— Era um pódio, Liana, eu tava garantindo um pódio pra equipe que não sobe ao pódio por uns dois anos, faltavam 8 voltas, eu não tinha que fazer muita coisa mais, era só manter. E ai eu errei, foi erro meu, eu rodei sozinho, um erro idiota que nem uma criança de 9 anos faria - continua seu desabafo
— Eu imagino como deve ser..
— Eu me senti um lixo na hora, ainda sinto um pouco, a raiva também tomou conta
— Tudo isso é válido, ninguém vai te julgar por isso
— Sentir as coisas escapando pelos seus dedos, porra, é horrível
— Quer um abraço? - abro os braços

Ele sorri e chega mais perto de mim para me abraçar, sua cabeça encontra um espaço confortável no meu ombro.

— Você tá cheirosa - ele diz
— Eu sempre estou - o sinto rir no meu pescoço

O francês me puxa para sentar em seu colo e me beija.

— Pode dormir aqui hoje? - ele pergunta
— Posso - o beijo novamente

Estar nesse estágio é assustador pra mim, desde o Theo eu não me permito deixar ninguém entrar tão fácil assim, mas com Pierre tudo foi natural demais para evitar, eu senti confiança, conforto, e que algo era diferente. Mesmo tendo visto tantas coisas sobre os relacionamentos passados dele e todas aquelas fofocas, o que a gente tem realmente parece ser diferente, eu espero não estar errada porque pela primeira vez em muito tempo sinto que alguém pode me machucar porque eu me permiti ser vulnerável de novo.

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Além da velocidade - Pierre Gasly fanficOnde histórias criam vida. Descubra agora