eu te amo

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Liana Evans

Desde daquela conversa estranha sobre ir visitar meus pais não nos falamos, o clima era tenso sempre que estamos no mesmo cômodo, até fui anti profissional e não cuidei da recuperação dele como deveria, a culpa foi dele por ter brincado com o que não podia e me irritado.

Levanto para tomar café e sou surpreendida com a mesa posta, Pierre havia feito tudo, até as minhas torradas preferidas com geleia de morango caseira, tenho certeza que ele não tem esses dotes culinários, mas pelo que posso ver houve esforço e provavelmente funcionou muito bem. O desejo bom dia e me sento à mesa, me sinto desconfortável em não dizer mais nada ou notar que ele fez tudo isso provavelmente em uma tentativa de fazer as pazes comigo. Antes que eu comece a comer, paro por uns segundos e o encaro até que sua atenção esteja em mim.

— Se isso foi por mim.. obrigada - digo
— Espero que goste - ele sorri amigavelmente

Volto minha atenção às comidas na mesa e tomo meu café da manhã em termos mais confortáveis agora.

A regra é clara, quem cozinha não lava a louça. Então me encarreguei de arrumar tudo e lavar o que sujamos, nossa comunicação ainda não estava das melhores e por isso o piloto me ajudou a retirar as coisas da mesa.

Prometi para mim mesma que retomaria seus exercícios de recuperação mesmo que não estivéssemos nos falando e assim o fiz. O chamei para a sala e fiz alguns exames de toque em seu braço, estava melhor do que eu imaginava que estaria nesse tempo, se ele não estiver mais sentindo dor até diria que poderia correr a próxima corrida. Fizemos os básicos treinos de fisioterapia para devolver seus movimentos em 100%.

Quando terminamos ele puxa do bolso dois papéis e os põe na mesa de centro da sala perto de nós, seus olhos seguem para as folhas em sua mão e em seguida para mim, depois aos papéis novamente. Entendo que era um sinal para que eu olhasse do que se tratava, os pego da mesa e não acredito no que vejo, eram duas passagens de ida e volta para Londres, uma em meu nome e a outra no nome do piloto. Olho para ele incrédula enquanto meus braços caem com as folhas em mãos.

Ele me olhava com certo temor mascarado de esperança que eu tivesse uma boa reação como o que ele acaba de entregar. Aqueles olhos brilhantes azuis me relembram os tempos que estávamos juntos e sempre que fazia algo para mim me olhava assim esperando que eu pulasse em seu colo e o demonstrasse felicidade. Agora tudo era diferente, estamos separados e brigados exatamente pelo assunto que acaba de me trazer em mãos.

— Eu disse que não precisava.. - vejo seu brilho sumir enquanto digo a frase
— Infelizmente não tem volta, você vai ter que ir
— Hoje, Pierre, o voo sai daqui a algumas horas
— E o tempo está passando, se eu fosse você iria arrumar as malas logo

Bufo e levanto em direção ao meu quarto, pego a primeira mala que vejo e jogo algumas roupas dentro dela sem checar muito o que estava levando, nem tenho muitas opções mesmo. Fecho a mala e volto a procurá-lo pela casa, o encontro em seu quarto dobrando pacientemente algumas blusas e arrumando em sua mala cinza de bordo.

— Nós não namoramos, ok? - digo encostada no marco da porta de seu quarto
— O que? - ele se vira para mim
— Não vamos fazer como fizemos com seus pais
— Seus pais sabiam que a gente namorava?
— Não. Por isso não precisamos mentir
— Nunca contou? Eu não fui oficial pra você? - ele parecia surpreso e desapontado
— Fala como se tivéssemos tido muito tempo - digo e o deixo novamente sozinho

 Por isso não precisamos mentir — Nunca contou? Eu não fui oficial pra você? - ele parecia surpreso e desapontado — Fala como se tivéssemos tido muito tempo - digo e o deixo novamente sozinho

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Além da velocidade - Pierre Gasly fanficOnde histórias criam vida. Descubra agora