Capítulo 14

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                                                                               Christian


Estou na porta de Anastasia ás 18h45 em ponto, apesar do tráfego habitual na hora do rush. Meu motorista regular, Wilson, é excelente nisso. Por meio de uma estranha combinação de aplicativos e instintos, ele sempre consegue me deixar no lugar na hora certa, uma impossibilidade virtual na cidade de Nova York. Tomando fôlego para me acalmar, toco a campainha. Antecipação me atravessa quando ouço um miado alto, seguido de passos rápidos e leves.

— Pare com isso, Puffs. — A voz irritada de Anastasia é abafada pela porta. — Vamos, sua criatura maligna. Xô!

Um segundo depois, a porta se abre, e eu a vejo parada ali, corada e um pouco desalinhada. Instantaneamente, o calor me atinge, centrando-se na minha virilha enquanto as imagens de como ela ficaria após eu fodê-la passam pela minha mente.

Concentre-se, Christian. Respire fundo.

É óbvio que ela fez uma tentativa de domar seus fios ruivos, mas um fio teimoso já está saindo para o lado, e seu casaco bege bem gasto está torto e coberto de pelo branco de gato cuja origem deve ser os três gatos no corredor atrás dela. Um deles está lambendo calmamente a pata; o outro, balançando a cauda, e o terceiro um gigante está me dando o que só posso interpretar como uma encarada. No momento seguinte, o gato gigante corre na minha direção e Anastasia se abaixa para pegá-lo.

— Oi — diz ela sem fôlego, endireitando-se com o gato se contorcendo firmemente contra o peito. — Me desculpe por isso. Sr. Puffs fica com ciúmes quando homens aparecem aqui.

— Sério? — Minha voz sai presa. Para o meu choque, eu entendo exatamente como a criatura fofa branca se sente, porque o pensamento de homens vindo ao apartamento de Anastasia me faz querer estrangular alguém. Engolindo o surto irracional de ciúme, eu forço meu tom a ficar mais leve. — Possessivo ele, hein?

— Oh, sim. Muita coisa. — Ela sopra outro fio bagunçado para tirá-lo de seus olhos. — Espere, deixe-me pegar minha bolsa. — Esforçando-se para segurar o gato com um braço, ela pega a bolsa marrom que eu vi com ela antes, e eu a ajudo agarrando-a do gancho perto da porta.

— Obrigada — diz ela, abaixando-se novamente para pôr o gato no chão. Ele tenta me alcançar de novo, mas Anastasia habilmente o bloqueia com as pernas, tira a bolsa da minha mão e diz: — Vamos.

Eu saio, grato por estar fora do corredor infestado de gatos. Quando eu era menino, costumava gostar de cães e gatos, mas os animais de estimação não são mais para mim. Não gosto da idéia de cuidar deles, além disso, há todo o aspecto bagunça e não higiênico de ter animais dentro de casa. Não é problema seu, penso, enquanto Anastasia consegue se livrar dos gatos e se vira para trancar a porta. Se eu estivesse realmente considerando Anastasia para um relacionamento, isso seria uma pedra no caminho, mas eu não estou.

Estou aqui para satisfazer esse desejo estranho e tirá-la do meu sistema.

Terminado com a porta, Anastasia se vira para me encarar e me dá um sorriso tímido. — Me desculpe por isso. Meus gatos podem ser um pouco demais.

— Não tem problema. — Educadamente lhe ofereço meu braço, e meu estômago aperta quando sua pequena mão desliza através da curva do meu cotovelo. Ela é pequena ao meu lado, o topo de sua cabeça mal chega ao meu ombro, mas não há nada infantil sobre o balanço sensual de seus quadris enquanto eu a conduzo em direção ao carro.

Anastasia Steele pode não ser o meu tipo, mas eu a quero demais para me importar.

O Titã De Wall StreetOnde histórias criam vida. Descubra agora