Capítulo 55

831 125 22
                                    

                                                                                    Anastasia


No momento em que pousamos, eu sei muito sobre meus companheiros de assento, eles parecem ter decidido em conjunto que a melhor maneira de me impedir de chorar por causa do rompimento é me distrair com histórias detalhadas sobre eles. Como resultado, soube que Donny o homem de cinquenta e poucos anos é originário da Pensilvânia, mas reside na Flórida, se divorciou duas vezes, é dono de uma concessionária de carros em Winter Park e não pode comer nada verde; enquanto Ayla a adolescente é uma cria rara natural da Flórida, tem uma irmã que se divorciou três vezes e está se formando no Ensino Médio no próximo ano. Ayla, não a irmã, para explicar melhor. A irmã abandonou o Ensino Médio. Ah, e Ayla é alérgica a nozes, mas não tem problemas com coisas verdes.

— Tchau! Muito prazer em conhecê-los! — Eu aceno para eles quando passam por mim com suas malas, e acenam de volta, obviamente aliviados por terem terminado o voo e se livrado da ruiva louca chorando por um homem que pediu que ela se mudasse.

Eu também estou aliviada. Não porque não gostei de ouvir as histórias deles eles conseguiram me distrair da minha dor de cotovelo mas porque estou ansiosa para ver meus avós e sentir o ar quente da Flórida na minha pele. A umidade aqui é terrível para o meu cabelo, mas será incrível depois daquela brutal tempestade de neve em Nova York.

Vovô está me esperando dentro do terminal, logo na saída do ônibus, e eu me pego correndo em direção a ele, a mala quicando atrás de mim. Embora frequentemente conversemos pelo Skype, eu não o vejo pessoalmente há um ano, e meu peito parece que vai explodir de alegria quando eu solto a alça da mala e o abraço, sorrindo como uma idiota. Apesar de ter quase oitenta anos, meu avô ainda é robusto, com os ombros alinhados e o peito cheio de músculos. Ele também cheira exatamente como eu me lembro, como biscoitos da Vovó e linho engomado. Afastando-me, eu o estudo e fico feliz em ver que, apesar de algumas rugas mais profundas, ele parece praticamente o mesmo do ano passado. Ele está me estudando de volta, e eu vejo o momento exato em que ele percebe meus olhos vermelhos.

— O que aconteceu? — ele pergunta, suas sobrancelhas espessas se juntando. — Você andou chorando?

— Não, claro que não. Só pingou um pouco de suco de limão nos olhos — minto, agarrando a alça da minha mala.

— Eu estava espremendo uma fatia na minha água no avião, e ela esguichou direto na minha cara.

— Limão, hein? — Vovô tira a mala de mim quando começamos a caminhar para a saída. — Eu pensei que poderia ter algo a ver com o seu namorado de Wall Street.

— Christian? Oh não, não é nada disso. Além disso, eu lhe disse, ele não é meu namorado.

Ele não é mais nada meu, mas não vou me aprofundar nisso agora. Talvez mais tarde, uma vez que tenha tido a chance de me instalar e comer alguns dos biscoitos da Vovó, encontrarei forças para esmagar as esperanças dos meus avós, mas, no momento, estou exausta demais para isso. Além disso, prefiro dar as más notícias para os dois ao mesmo tempo.

— Bem, seja ele o que for, estamos felizes por você — diz Vovô. — A menos que, é claro, ele seja o limão em questão. — Ele olha para mim quando pisamos na escada rolante, e eu forço uma risada.

— Muito engraçado, Vovô. Que tal me dizer como você e Vovó estão?

— Oh, você sabe, o de sempre. — Ele pisca para mim, e minha risada é genuína desta vez. — E você, princesa? Como foi o voo? Parecia que chegaria a tempo, e então, bam!, atraso.

O Titã De Wall StreetOnde histórias criam vida. Descubra agora