|25| 𝙿𝙰𝚁𝚃𝙴 1: 𝙰 𝙲𝙰𝚁𝚃𝙰 𝙳𝙴 𝙳𝙾𝚁𝙽𝙴

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— A comitiva da princesa Deria Martell acabou de chegar em Porto Real, Majestade — anunciou lorde Alton a Aegon.

Aegon assentiu. Há semanas ele esperou ansiosamente pela chegada dos Martell em sua corte. Estava apreensivo, sem saber como lidar com a situação. Reuniu o conselho para tentar chegar em uma solução, mas a maioria dos lordes continuavam resilientes.

Buscou conselhos de Visenya, mas sabia que seria perda de tempo. Ela queria vingança e que ele ordenasse decapitar Deria por traição. Aegon não concordava com isso e os dois acabaram discutindo novamente.

Foi então pedir ajuda a quem ele mais costumava pedir conselhos. Orys chegou a Porto Real assim que soube que a princesa viria. Mas tudo que ele falava era que Deria deveria ser torturada e devolvida ao pai sem uma das mãos.

Aegon não concordava com nenhuma dessas alternativas. A princesa veio na condição de emissária sob a bandeira da paz, e ele jurou que ela não sofreria mal algum sob seu teto.

— Mande uma grande escolta com os patrulheiros da cidade para proteger a princesa e sua comitiva — ordenou Aegon a Alton. — Os ambientes da cidade podem... retaliá-los no meio do caminho.

— Vossa Graça, como mão do Rei, devo perguntar. O senhor pretende acabar com essa guerra?

Aegon fechou os olhos por instante, tentando imaginar uma resposta. Nem ele mesmo sabia como acabar. Ele estava cansado da guerra, mas conceder a paz aos dorneses sem submissão seria equivalente a dizer que Rhaenys havia morrido em vão.

Os senhores do conselho o alertaram ainda que uma paz assim poderia ser vista como sinal de fraqueza e talvez incentivasse novas rebeliões, que então precisariam ser reprimidas. Aegon sabia que a Campina e as terras da tempestade haviam sofrido terrivelmente durante o conflito e não perdoariam, nem esqueceriam.

E, principalmente, Orys e Visenya não perdoariam e muito menos esqueceriam.

— Terá essa resposta assim que eu reunir com a princesa.

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Os dias se arrastaram lentamente para Visenya, cada vez mais ansiosa por testemunhar a reação dos dorneses ao chegarem ali. Quando a notícia da chegada da comitiva se espalhou, ela dirigiu-se à sacada do castelo, deparando-se com uma cena caótica. Multidões enfurecidas cercavam a comitiva, lançando insultos e pedras em direção às carruagens. Os patrulheiros da cidade esforçavam-se para dispersar a aglomeração e proteger a comitiva, mas a revolta era evidente.

Risadas escapavam dos lábios de Visenya ao presenciar a cena. Entre os gritos revoltosos, ecoava o lamento "Vocês mataram a Rainha Rhaenys". Visenya sabia que o próprio povo nutria um profundo ódio pelos dorneses, motivo pelo qual Aegon insistiu na proteção da comitiva. Contudo, a tarefa mostrava-se quase impossível. Observando os dorneses sendo hostilizados pelo povo, Visenya riu com satisfação, alimentando o sentimento de desprezo e ódio que sentia por eles.

No entanto, quando uma grande carruagem adentrou os portões do castelo, a expressão de Visenya transformou-se em petrificação. A carruagem exibia um crânio de dragão, revelando as escamas prateadas da pele e a cabeça de Meraxes. Uma onda de dor profunda atingiu Visenya, fazendo seu estômago embrulhar. Pela primeira vez, ela sentiu que o que aconteceu com Rhaenys foi real e aquilo a atingiu. Lágrimas começaram a se formar em seus olhos. Mas, esse momento de vulnerabilidade foi rapidamente obscurecido pelo retorno do intenso ódio aos dorneses, que se intensificou em seu coração.

𝐀 𝐅ú𝐫𝐢𝐚 𝐝𝐨 𝐃𝐫𝐚𝐠ã𝐨 - 𝐎 𝐓𝐑𝐈𝐎 𝐃𝐀 𝐂𝐎𝐍𝐐𝐔𝐈𝐒𝐓𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora