|32| 𝙰 𝚁𝙰𝙸𝙽𝙷𝙰 𝙲𝙾𝙽𝚀𝚄𝙸𝚂𝚃𝙰𝙳𝙾𝚁𝙰

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* Aviso: Capítulo um pouco mais longo que o normal. Perdoem-me, não consegui reduzir mais 🥺

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𝒜 𝑅𝒶𝒾𝓃𝒽𝒶 𝒞𝑜𝓃𝓆𝓊𝒾𝓈𝓉𝒶𝒹𝑜𝓇𝒶

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Visenya sentiu o cheiro forte de incenso e ervas. O quarto estava impregnado com cheiro de doença, um lembrete constante de sua atual condição. Havia sido deixada ali, deitada em sua cama como uma criança pequena.

Ela odiava ter que ser cuidada assim. Estava velha. Velha e cansada. Mal podia andar direito. Seus ossos doíam constantemente, e seus movimentos eram lentos e dolorosos. As mãos, que já foram firmes e habilidosas, agora tremiam levemente.

Sabia que seu fim estava próximo, mas não temia a morte; esperava-a há muito tempo.

— Vossa Graça, precisa de mais alguma coisa?

Ela ouviu Alyssa perguntar, sentindo o desdém em sua voz. Mas não podia julgá-la. Claro que não podia. Depois de tudo o que aconteceu nos últimos anos, Alyssa a odiava. E com razão. Agora, estava sendo obrigada a servir a Visenya, como uma prisioneira.

— Não, já pode se retirar — respondeu Visenya, a voz fraca mas firme.

Alyssa assentiu com a cabeça e saiu do quarto sem dizer mais nada. Visenya observou-a ir, percebendo a tensão que a envolvia diante da dureza em seus passos. Quando a porta se fechou, Visenya se enrolou nas cobertas e suspirou.

Havia se tornado uma pessoa amarga. Vivia sob camadas de ressentimento e arrependimento. Tudo o que falavam dela era verdade: a mulher feroz e destemida havia se transformado numa velha frágil.

Os anos de solidão tinha sido cruéis. Ela não suportou quando Rhaenys se foi. Aquilo a despedaçou. Metade dela morreu naquele dia. E quando Aegon se foi também, o que restava dela morreu junto com ele. Ela havia perdido a única outra parte de si.

Agora, ela estava sozinha. Completamente sozinha. A última dos irmãos. Orys também havia partido, morrendo em Dorne, em busca de uma vingança que lhe consumiu a vida. Ao menos, ele morreu com um sorriso no rosto já que sempre desejou ter uma morte honrada no campo de batalha.

Mas ela... ela estava confinada a uma cama, cercada pelo silêncio das paredes e o cheiro da morte. Não queria morrer assim, definhando, presa à fraqueza de um corpo que já não lhe obedecia. Ela desejava uma morte digna de uma cavaleira de dragão, uma morte digna de uma Conquistadora.

Mas nem isso o destino lhe concedeu. Ela já não conseguia sequer descer da cama, muito menos montar em Vhagar. Ah, Vhagar... A lembrança do dragão trazia um gosto amargo de saudade. Vhagar ainda estava lá fora, viva, mas para Visenya, a distância entre elas era insuperável.

Ela se lembrava bem do primeiro voo com Vhagar. Era apenas uma menina e Vhagar era ainda jovem, pequena e nunca tinha sido montada. Notoriamente irritadiça e não gostava de presença humana por perto. Naquela época, Rhaenys já havia domado Meraxes e passava horas voando... e Visenya sentiu que queria o mesmo. Suas opções, porém, eram limitadas já que na ilha só tinha duas opções: uma jovem dragão, que havia nascido alguns anos antes, e o temível Balerion.

Balerion se escondia em Monte Dragão e, quando não estava lá, voava em liberdade, desaparecendo por meses. Ninguém ousava se aproximar dele. Todos temiam a única criatura viva que ainda existia em Valíria, todos, exceto Aegon, que era obcecado por ele. Visenya sabia que seu irmão já havia feito sua escolha. Então, restava para ela a jovem dragão esverdeada, que habitava aquele monte.

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𝐀 𝐅ú𝐫𝐢𝐚 𝐝𝐨 𝐃𝐫𝐚𝐠ã𝐨 - 𝐎 𝐓𝐑𝐈𝐎 𝐃𝐀 𝐂𝐎𝐍𝐐𝐔𝐈𝐒𝐓𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora