|22| 𝙾 𝙷𝙴𝚁𝙳𝙴𝙸𝚁𝙾 𝙳𝙴𝚂𝚃𝙸𝙽𝙰𝙳𝙾

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𝒪 𝐻𝑒𝑟𝑑𝑒𝑖𝑟𝑜 𝒟𝑒𝑠𝑡𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜

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A relação entre Aegon e Visenya transparecia uma harmonia aparente. Contudo, ambos são plenamente conscientes de que esses gestos de ternura e intimidade são uma fachada habilmente construída, uma cortina que parece encobrir os reais sentimentos que habitam seus corações.

Quando Aegon a cumprimenta pela manhã, sorri para ela e então a puxa para perto de si, beijando-a delicadamente. Depois caminha ao seu lado com o braço enrolado em torno de sua cintura. Quando vai ao quarto dela à noite, ou vice-versa, entra rindo e conversando sobre coisas habituais do reino e então a leva para a cama, onde a satisfaz como se fosse devorá-la, beijando cada centímetro de sua pele, mordiscando e lambendo cada parte de seu corpo, e só então, enfim, penetrando-a fundo e suspirando de prazer como se aquela cama fosse seu lugar preferido no mundo inteiro, e o toque dela, seu maior prazer.

Para Visenya não era diferente. Ela se sentia amada e desejada. Dominante e dominada por ele. Aegon conhecia cada ponto de prazer de seu corpo e ela o dele. Os dois pareciam se entender perfeitamente na cama, mas fora dela as coisas eram diferentes. Uma sombra pairava sobre eles. Visenya não conseguia ignorar a sensação de que se sentia insuficiente. Ela sentia que Aegon a usava como um objeto de luto pessoal, como se tentasse apagar a dor de perder Rhaenys. Mas ela o entendia. Estava fazendo o mesmo. Ela mesma se via às vezes desejando que fosse Rhaenys ali, a amando com a intensidade que ela ansiava.

As noites em que passava sozinha continuavam a ser um fardo sem a presença dela. Já fazia pouco mais de um ano desde a partida de Rhaenys, e Visenya não conseguia se acostumar com a ausência da sua amada. A solidão persistente era como uma sombra que a seguia, tornando as noites vazias e silenciosas ainda mais difíceis de suportar. Mesmo nos momentos de intimidade com Aegon, ela não conseguia evitar a sensação de que algo essencial estava faltando. 

Cada vez que se via sozinha, a saudade por Rhaenys crescia, e a falta dela parecia mais insuportável. Visenya entendia a busca de Aegon por consolo em sua relação, pois ela própria procurava conforto para preencher o vazio deixado por Rhaenys. 

Ela se perguntava se algum dia seria capaz de superar a ausência dela, ou se a saudade sempre a assombraria. Visenya sabia que teria que encontrar uma maneira de lidar com a dor, mas por enquanto, tudo o que podia fazer era continuar buscando consolo nos braços de Aegon. 

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— Vossa Graça, tem se alimentado direito? — perguntou meistre Gawen a Visenya. 

Ela o encarou como se fosse uma pergunta óbvia. Visenya sabia que, no último ano, mal havia se alimentado e cuidado de si mesma. Já que as mudanças em seu próprio corpo não podiam passar despercebidas.

— Eu só preciso saber se estou doente — respondeu Visenya, com uma voz carregada de frieza.

Ela já estava há vários minutos sendo examinada pelos meistres. Há dias estava sentindo tonturas e náuseas constantes. Então, resolveu buscar ajuda. 

— Acredito que não não seja uma doença — Gawen disse, pensativo. — Qual foi a última vez que sangrou?

— Deveria ter vindo há alguns dias — Visenya respondeu com uma leve hesitação.

𝐀 𝐅ú𝐫𝐢𝐚 𝐝𝐨 𝐃𝐫𝐚𝐠ã𝐨 - 𝐎 𝐓𝐑𝐈𝐎 𝐃𝐀 𝐂𝐎𝐍𝐐𝐔𝐈𝐒𝐓𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora