|26| 𝙰 𝚁𝙰𝙸𝙽𝙷𝙰 𝙳𝙴 𝙿𝙴𝙳𝚁𝙰 𝙳𝙾 𝙳𝚁𝙰𝙶Ã𝙾

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𝒜 𝑅𝑎𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑑𝑒 𝒫𝑒𝑑𝑟𝑎 𝑑𝑜 𝒟𝑟𝑎𝑔ã𝑜

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À medida que a chuva ganhava força lá fora, os trovões se tornavam cada vez mais audíveis, ecoando na varanda dos aposentos de Visenya. Ela envolveu-se em seus próprios braços, buscando algum calor reconfortante. As tempestades sempre despertavam uma sensação de inquietação dentro dela. Na infância, ela e os outros costumavam correr para o aconchego dos aposentos dos pais, encontrando refúgio uns nos outros. Mas agora, não restava nenhum deles. Seus pais estavam mortos há mais tempo do que podia imaginar, Rhaenys se foi e Aegon... de certa forma, também o perdeu.

Dez anos se passaram desde que os dois tiveram uma briga em questões divergentes sobre Dorne, e desde então Visenya se mudou para Pedra do Dragão. Ela sente falta dele, uma falta profunda que não muda a cada dia. No entanto, Aegon nunca a procurou para pedir perdão pelo que disse, e ela também nunca deu o primeiro passo nessa direção. O orgulho ainda os mantinha afastados, como uma barreira que nenhum dos dois estava disposto a atravessar.

Em sua varanda, Visenya observou a natureza agir em seu próprio rumo. Agora, o tempo estava adquirindo um tom de cinza mais claro. A tempestade estava cessando. Todas as tormentas têm um fim e a calmaria vem depois. Pelo menos, era isso que ela pensava antes de todas as tragédias acontecerem. Mas nem ela não se deixava abalar. Não mais.

Os anos passaram mais rápido do que ela conseguia explicar. Maegor havia completado dez anos. Seu maior e único porto seguro era seu filho, e ela faria tudo ao seu alcance para protegê-lo.

Nesses últimos anos, foram só eles dois. Passavam a maior parte do tempo em Pedra do Dragão. Visenya só era solicitada em Porto Real quando Aegon não estava disponível para lidar com questões mais sérias do governo. Os dois passaram muito tempo separados durante todo esse tempo. Nas poucas vezes em que ele ia a Pedra do Dragão, sua atenção se voltava para Maegor. Entretanto, sua presença inconstante o tornou um pai ausente. E ela sentia que os dois estavam se afastando cada vez mais. Doía saber que seu filho estava passando por isso.

Ela respirou fundo, sentindo o frescor do amanhecer. Em Pedra do Dragão era agradável, especialmente com a vista que seu quarto oferecia. Visenya observava a praia com deleite, enquanto as ondas quebravam com vigor nas rochas. Essa sempre fora a paisagem que mais a encantava ao despertar. O aroma do mar, mesclado com o cheiro característico de enxofre e sal que permeava toda a ilha, trazia-lhe uma sensação de bem-estar.

Mas o seu pouco tempo de reflexão foi interrompido pelas batidas na porta. Ela esperava que fosse Maegor retornando. No entanto, quando a porta se abriu, deparou-se com dois guardas segurando o menino pelo braço.

— Vossa Majestade, o príncipe estava em Monte Dragão novamente — explicou um dos guardas, com uma expressão preocupada. — Temíamos pelo pior, então o trouxemos à força.

Visenya encarou Maegor, que transparecia raiva e frustação. Era sempre assim. Ela suspirou, cansada da teimosia que seu filho apresentava ultimamente. Maegor sempre fora impulsivo e imprudente, colocando-se em situações perigosas sem pensar nas consequências. Visenya sabia que precisava agir antes que algo de pior acontecesse.

— Obrigada por trazê-lo de volta, cavaleiros. Podem deixá-lo comigo — disse ela, com firmeza.

O menino olhou para ela com um misto de desafio e arrependimento, sabendo que estava prestes a enfrentar a ira da mãe. Visenya se aproximou dele, segurando-o pelos ombros com firmeza.

𝐀 𝐅ú𝐫𝐢𝐚 𝐝𝐨 𝐃𝐫𝐚𝐠ã𝐨 - 𝐎 𝐓𝐑𝐈𝐎 𝐃𝐀 𝐂𝐎𝐍𝐐𝐔𝐈𝐒𝐓𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora