|27| 𝙽𝙰𝙳𝙰 𝙼𝙰𝙸𝚂 𝚀𝚄𝙴 𝚄𝙼 𝙲𝙾𝙽𝚀𝚄𝙸𝚂𝚃𝙰𝙳𝙾𝚁

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𝒩𝑎𝑑𝑎 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑞𝑢𝑒 𝑢𝑚 𝑐𝑜𝑛𝑞𝑢𝑖𝑠𝑡𝑎𝑑𝑜𝑟

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— Sobre o que quer conversar?

Visenya o questionou, com seu tom de voz cortante como a lâmina de uma espada afiada. Aegon sentiu-se desnorteado, incapaz de articular as palavras que tinha em mente.

No fundo, o ar estava impregnado com o cheiro característico de escamas e fumaça. Os dragões descansavam em seus leitos de rocha áspera, emitindo ruídos profundos e rítmicos enquanto dormiam. Pelo menos eles estavam em paz, pensou Aegon.

— Preciso saber se você está bem — Aegon murmurou, com um quase imperceptível tremor em sua voz. Seus olhos buscaram os de Visenya em busca de alguma pista sobre seu estado emocional.

Mas tudo que obteve foi uma risada de deboche.

— Bem, obrigada por perguntar — ela falou, claramente de forma irônica.

Seu jeito não havia mudado em nada. Visenya continuava a mesma. Enquanto tentava reunir as palavras certas, seus olhos vagaram pelo rosto dela, destacando cada linha perfeita e cada traço que permanecia imutável ao longo dos anos. Ela não envelheceu um dia sequer nos últimos anos, sua beleza fria e cautelosa continuava a mesma, envolta em sua trança típica que já era sua marca pessoal.

Já ele sentia que havia envelhecido muito mais, as marcas do tempo se fazendo presentes em cada ruga e linha de expressão que agora marcavam seu rosto. Talvez fosse pelo estresse de governar não apenas um, mas sete - ou pelo menos seis - reinos. Ou talvez fosse devido ao grande esforço que dedicava às exaustivas viagens anuais por toda Westeros. No entanto, a maior causa de seu descuidado era ele mesmo.

Durante todos esses anos, carregou consigo um fardo pesado, uma profunda tristeza que o arruinava dia após dia. A culpa pelo que aconteceu com Rhaenys o consumia por inteiro. Ele sentia como se tivesse o sangue dela em suas próprias mãos, uma sensação que o corroía por dentro.

Cada vez que fechava os olhos, Aegon via o rosto de Rhaenys, imaginando o quanto ela sofreu naquelas celas dornesas. Ele se culpava por não ter sido capaz de protegê-la, por não ter sido capaz de salvá-la. Nunca se sentiu tão covarde. A dor da perda e o remorso deixavam um gosto amargo em sua boca, uma sensação de fracasso que o consumia por dentro. Ele sabia que essa dor jamais cicatrizaria completamente, que a culpa jamais seria totalmente dissipada. Estava ciente de que, por mais que desejasse, jamais poderia se perdoar pelo que aconteceu com Rhaenys.

— Visenya, eu... sinto a sua falta — ele murmurou, sentindo-se constrangido. — Gostaria que você voltasse para a corte e...

— Sente a minha falta? — ela perguntou, parecendo incrédula.

— Sim, você é minha esposa, claro que eu sentiria...

Antes que pudesse terminar sua frase, Visenya o interrompeu com um gesto de mãos e começou a rir com uma risada estrangulada. Ele ficou confuso, os olhos buscando os dela em busca de alguma explicação para aquele comportamento inesperado.

— Por que está rindo? — ele perguntou, sua voz carregada de confusão e um toque de frustração.

Visenya parou de rir e olhou para ele com um brilho de desdém em seus olhos gelados.

— Agora você sente falta da nossa relação? — ela repetiu, sua voz carregada de sarcasmo. — Você acha que sou idiota? Sei que você tem suas "companhias", Aegon. Você pode esconder isso do reino e manter a fachada de um marido digno e fiel a mim, mas eu sei dos seus casos.

𝐀 𝐅ú𝐫𝐢𝐚 𝐝𝐨 𝐃𝐫𝐚𝐠ã𝐨 - 𝐎 𝐓𝐑𝐈𝐎 𝐃𝐀 𝐂𝐎𝐍𝐐𝐔𝐈𝐒𝐓𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora