|29| 𝙰 𝙳𝙸𝙽𝙰𝚂𝚃𝙸𝙰 𝙳𝙰 𝙲𝙰𝚂𝙰 𝙳𝙾 𝙳𝚁𝙰𝙶Ã𝙾

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𝐴 𝒅𝒊𝒏𝒂𝒔𝒕𝒊𝒂 𝒅𝒂 𝒄𝒂𝒔𝒂 𝒅𝒐 𝒅𝒓𝒂𝒈ã𝒐

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— A decisão já foi tomada — disse Aegon com firmeza. — Maegor se casará com Ceryse.

Visenya soltou uma risada de deboche.

— Você acha mesmo que pode decidir o futuro de nosso filho sozinho? Não deveríamos discutir isso como uma família?

Ela o questionou, irritada. Os dois estavam nesse impasse há quase três anos. E, obviamente, Visenya não concordava com essa união. Não fazia sentido. Havia uma opção óbvia e clara para Maegor. Alguém do puro sangue do dragão. Alguém que governaria junto com ele depois de Aenys. Mas Aegon discordava. Como em todas as decisões nos últimos anos, era claro que ele discordava dela.

— Eu já disse que Rhaena é apenas uma criança de dois anos, Visenya — Aegon apertou os lábios, seu olhar se endurecendo. — Aenys e Alyssa também têm direito de decidir sobre esse assunto. E os dois não concordaram. Então, essa é a minha decisão.

As palavras dele a atingiram em cheio. Como que apenas nesse quesito ele podia não concordar com ela? Visenya cerrou os punhos, sentindo sua paciência chegando ao limite.

— Você nunca foi um pai de verdade para Maegor — ela acusou, sua voz tremendo de raiva. — Tudo o que você faz é tomar decisões contraditórias a mim, sem considerar as consequências para nosso filho. Isso é injusto e...

— Eu fiz o que achei melhor para nossa família, Visenya — ele a interrompeu. — Se não pode aceitar isso, então não há mais nada a discutir.

Visenya soltou um grunhido de frustração, seus olhos faiscando de raiva. Suas mãos estavam fechadas em punhos na lateral do corpo. Aegon a encarava sem baixar a cabeça, sem se abater pela dureza das palavras ditas por ela. Ao contrário - recebia-as como se fossem açoites. Como se merecesse cada uma delas.

— Você está cego pela sua própria ambição, Aegon. Não se importa com o bem-estar de Maegor, apenas com seu próprio poder.

Aegon recuou diante do ataque dela, e ela notou uma mistura de emoções passando por seu rosto. Talvez tivesse pesado em suas palavras. Mas pouco se importava. Ele merecia ouvir depois de tudo que estava lhe causando. Mas antes que pudesse dar a chance para ele responder, Visenya deu as costas e saiu em direção a porta.

— Aliás, você não está agora, você sempre foi assim. Eu só fui tola demais para não ter percebido isso antes — ela falou com a voz rígida, fechando a porta atrás de si e saindo do aposento, deixando Aegon sozinho.

As palavras foram destiladas com mágoa e raiva, uma que ela guardou por tempo demais dentro de si. Visenya sentia o peso das palavras de Aegon ecoando em sua mente. A indignação queimava dentro dela, mas também havia uma pontada de temor.

Aegon não enxergava o que poderia acontecer. Maegor era o segundo na linha no trono e Rhaena era a herdeira de Aenys. Se não houvesse um casamento, uma guerra por sucessão poderia acontecer no futuro. Um conflito entre Maegor e Rhaena poderia dilacerar a casa Targaryen. Visenya tremia só de pensar nisso. Ela não queria que sua própria família se enfrentasse, que o sangue do dragão fosse derramado pelas mãos da própria família.

Tudo que ela queria era evitar uma guerra. Conhecia seu filho o suficiente para saber que ele lutaria até o fim pelo seu direito. Maegor podia ter trezes anos, mas tinha um temperamento forte. Pelos deuses! Ela estava se vendo sem escolha. Apenas desejava a estabilidade e a continuidade da linhagem.

𝐀 𝐅ú𝐫𝐢𝐚 𝐝𝐨 𝐃𝐫𝐚𝐠ã𝐨 - 𝐎 𝐓𝐑𝐈𝐎 𝐃𝐀 𝐂𝐎𝐍𝐐𝐔𝐈𝐒𝐓𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora