ππ Olimpo ππ
Eu estava na minha forja, terminando o raio de Zeus quando uma ninfa da floresta se aproximou, fico impressionado de ver uma aqui no centro dos vulcões e não no meu templo de bronze, vejo que a pobre está sofrendo e obviamente ia desmaiar a amparo, era engraçado que as únicas que não me repele são as ninfas na verdade me tratam bastante bem, juntamente com alguns poucos deuses, aqui no Olimpo, levo a mesma para fora .
__ O que deseja vindo a minha forja?
__ Senhor Hefesto, o soberano Zeus deseja sua presença.Zeus ? Será que ele está querendo que adiante o serviço com seus raios, sinceramente não era um trabalho fácil, mas estou acostumado os deuses nunca tem paciência para nada, isso se estende ao soberano, concordo com a ninfa que praticamente corre da forja, acabo rindo disso, coitada não está acostumada com o calor, até as ninfas de fogo tem dificuldade de ficar aqui.
Vou até o meu palácio só para trocar minhas vestimentas de ferreiro por um quíton longo, não gostava de usar vestimenta curta por evidenciar o fato de mancar e só esse fato já era uma afronta aos outros deuses, termino de me arrumar e vou até o Olimpo, pelo caminho vejo alguns deuses menores e ninjas, somente elas me cumprimentam, odiava andar pelos salão de mármore polido, com suas colunas de gesso brilhantes, seus jardins perfeitos, seus pomares sempre em perfeito estado, assim como as fontes de águas cristalinas, tudo ali gritava perfeição, a perfeição que eu não pertencia.Minha imagem é mundana, sou muito mais parecido com os humanos a quem meu fogo deu vida, e isso é uma afronta e motivo de rejeição, até mesmo pela deusa que me gerou, ao ver que não era como os deuses me lançou do Olimpo tal queda afetou uma das minhas pernas, fui salvo graças a bondade de duas servas de Poseidon, elas me criaram e graças ao ciclopes eu aprendi a forjar, claro que me sobressai era meu destino.
Felizmente ou infelizmente Zeus soube de mim e me trouxe de volta, logo provei meu lugar entre os deuses, fazendo armamento e controlando o fogo do vulcão primordial aquele que aquece todo mundo, mas não fui aceito, nem mesmo meu infeliz casamento me fez ser aceito entre os deuses, na verdade nunca esperei me casar com Afrodite, nem ela comigo, para ela tudo foi um castigo terrível e para os outros uma piada de mal gosto, afinal alguém como eu casado com a deusa do amor e da beleza era uma piada.
Não era de se esperar que fossemos infelizes, Afrodite nunca me desejou e eu jamais a toquei, ela fazia questão de mostrar seu desprezo por mim, me traindo várias vezes, mas com Ares foi pior ele profanou meu palácio, e não tive escolha a não ser expor os dois, obviamente eles me odiaram e meu dito casamento chegou ao fim, males que vem para o bem.
Suspiro me perguntando porque estou pensando nisso tudo agora, a verdade é que o Olimpo servia para mostrar como era inadequado, só desejava entregar meu trabalho e sair daqui, entro no salão principal e escuto as portas se fecharem, o salão estava escuro, mas isso não era um problema, faço todas as tochas se acenderem, e aos poucos vejo diversos deuses se revelando, entre eles está, Apolo, Ares, Perséfone, e aquela que me gerou Hera, também há deuses menores que não reconheço .
__ Vulcano....
Sim Vulcano, alguns deuses me chamavam assim, era a forma de me afastar deles usando meu nome romano e não grego, algo que não me ofende mais, mas um dia já o fez, respiro e solto a respiração deixando o ar do lugar quente de forma inconsciente, mas não podia fazer nada estava frustrado, pego o aljava de couro nas minhas costas e coloco no chão.
__ Vim entregar os raios solicitados pelo soberano, minha senhora.
__ Ah sim.Hera diz com certo desdém, coisa que tinha me acostumado, pego a aljava e vou colocar novamente nas costas, mas sou impedido por Apolo, o olho curioso e um pouco irritado.
__ Eu fico com isso, vou entregar a Zeus, e por favor para de me encarar com essa sua cara feia.
Vejo o salão explodir em gargalhadas, fico em silêncio e me preparo para sair, queria somente voltar a minha forja e esculpir, soldar, moldar e martelar, isso me deixaria calmo e confortável novamente.
__ Eu me arrependo ...
Travo no lugar olhando para Hera .
__ Me arrependo de não ter lhe matado antes de lhe jogar do Olimpo, nunca imaginei que seria tão forte, mas claramente não foi tanto, sempre defeituoso, Vulcano você é uma afronta aos meus olhos e a minha existência, pôs eu que gerei tal coisa que é você.
As palavras dela não me surpreendem, ainda assim ofendem, sempre soube de como ela se sentia e como me considerava inadequado.
__ Infelizmente agora não posso te matar, ou nenhum outro deus pode, mas posso me livrar de você e sua existência patética.
Dito isso eu sinto um golpe forte atrás da cabeça fico tonto, mas não caio, infelizmente acabo recebendo outro golpe dessa vez na perna, que cede, me fazendo cair de joelho, sinto alguém se aproximando, mas sou jogado contra o chão.
__ O que pensam que estão fazendo !!!
Grito os deuses ali e um me responde, era Ares.
__ Pagando a humilhação que me fez passar.
Escuto passos e vejo as sandálias de Hera, que se ajoelha, segurando meu rosto e dando um tapa nele.
__ Sempre odiei essa sua aparência mundana, se parece tanto com os humanos sujos que vou te dar a eles, não posso te matar, mas posso te fazer esquecer.
__ O que ?!! Por que ?! Eu não fiz nada !!!! Ma....
__ Nunca me chame assim !!!! Eu te abomino!!!Ela segura minha cabeça com força, e começa a dizer em na língua dos deuses.
__ A partir da sua queda até atingir o mundo humano, você esquecerá que já foi um deus, esquecerá sua história e existência como ser divino, você esquecerá tudo, e não será nada além de uma folha em branco, não será nada além do que já é uma existência inferior.
Enquanto ele dita sua maldição sinto minhas lembranças se perdendo aos poucos, me debato, mas sou arrastado.
__ Joguem ele de uma vez, não suporto sua presença.
E novamente sou lançado do Olimpo, como fui quando nasci, só que agora não teria ninguém para me salvar, enquanto tudo se esvai de mim, penso que talvez esse fosse meu destino ser rejeitado e provavelmente morrer, sozinho e desamparado, quando meu corpo atinge o chão, não sou mais nada, não tenho nada, e novamente sou como um recém nascido lançando e abandonado a própria sorte.
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Minha Deusa
RomanceVulcano ou Hefesto sempre foi desprezado pelos deuses, sua mãe ao vê-lo assim que nasceu o recusou por conta de sua aparência, o jogando pelas escadas do Olimpo, tal ato o condenou lhe deixando manco de uma perna, e sendo julgado pelos deuses por ta...