Capítulo 2

517 43 7
                                    

Chego em casa de madrugada e dou graças a Deus pelo elevador na garagem, por simplesmente conseguir jogar aquele homem ali e subir, estava ofegante e cansada, uma coisa é pegar uns cento e pouco quilos na academia, agora um homem assim era difícil demais, quando o elevador chega, olho em volta e não vejo ninguém, arrasto o homem para dentro do meu apartamento, fecho a porta respirando fundo e evitando olhar para o homem e pensar na loucura que fiz.

Ele só estava com um casaco amarado na cintura que eu amarrei, também estava sujo o que não era novidade afinal arrastei ele pelo chão a noite toda, e teria que continuar, afinal não ia colocar ele deitado nos meus móveis sujo assim, então armo meu plano, levo uma cadeira para o banheiro e novamente arrasto ele, também ia ajudar com a febre dele, junto força e jogo ele na cadeira que reclama do peso e da força que o joguei, rezo para não quebrar, tiro o casaco e lavo ele com o chuveirinho, evitando olhar o mesmo .

Quando termino seco ele evitando olhar novamente e levo o mesmo para o quarto o jogo na cama que estala, fico com medo de quebrar meus móveis, pego um edredom e o cubro, fico pensando na loucura que fiz e como preciso de um banho, pego uma roupa e vou tomar banho, olho o homem apagado, pego a chave e tranco a porta, não custava nada, tomo um banho e me troco no banheiro mesmo, volto para o quarto que estava muito quente abro as janelas, feliz com o vento .

Meus olhos vão para o homem deitado na minha cama, tinha evitado olhar para ele, mas agora era impossível, me aproximo, observando como ele mal cabia na minha cama, na verdade seus pés estavam de fora, era alto, provavelmente uns 2 metros, também era musculoso, do tipo que era esforço e não algo artificial, seu tom de pele era bronze se podia assim dizer, era uma cor linda demais, por falar em lindo, seu rosto era isso e mais um pouco, era angular, com uma barba por fazer, lábios grossos, sobrancelha densas, com cabelos cheios e negros, ele era lindo demais, na verdade parecia um modelo.

__ O que aconteceu com você?

Pergunto a mim mesma já que ele está totalmente apagado, na verdade não podia ficar reparando em como o cara era bonito tenho que procurar algo na internet, provavelmente tinha alguém procurando por ele, se eu perdesse alguém eu estaria, procuro nos fóruns, rede sociais, até no site da polícia não acho nada e fico triste por ver tanta gente desaparecida.

Suspiro sentindo dor de cabeça, que provavelmente era fome, vou até a cozinha e tranco a porta novamente, olho no relógio era duas da manhã e eu estava aqui acordada com um homem estranho na minha cama, me sento no balcão enfiando a mão nos cabelos, do nada escuto a porta e pego uma frigideira.

__ Que porra Ágata !!
__ Silena ! Que susto !!
__ Por que eu sempre venho dormir aqui, depois do plantão.
__ Eu sei, mas hoje as coisas estão estranhas ...
__ O que você pegou na rua dessa vez, eu juro que se for uma cobra eu vou embora !
__ Não é uma cobra.
__ O que é ? Ágata o que você trouxe para casa ?!
__ Promete não surtar .
__ Ágata ...
__ Olha eu não tive escolha .
__ O que você trouxe ?!!!
__ Ele estava caindo na floresta, não podia deixar ele lá, mas já comecei a procurar se alguém está procurando ele.
__ Onde tá ?
__ No meu quarto.

Silena estica a mão, pedindo a chave, estranho como ela me conhecia bem, vejo ela caminhando até meu quarto ela abre a porta com cuidado, como se esperasse algo avançar nela, quando não acontece ela abre a porta toda, e entra travando no lugar, ela olha para cama e depois para mim, e repete isso várias vezes, até entender a situação.

__ Você perdeu o juízo !!!!!

Ela grita para mim .

__ Posso explicar!
__ É um cara! Ágata ! É um cara !
__ Eu sei, mas ele estava apagado no meio da floresta, também estava nú, podia ter sido abusado ou pior assaltado, eu não podia deixar ele lá,e olha não é um bicho, pode cuidar dele você é médica, sério ele está com febre e não acorda .

Ela me olha como se eu tivesse maluca, depois olha para o cara, e suspira sabia que ia vir sermão.

__ Você tem noção do perigo ?! Imagina se ele for um tarado, ou pior um psicopata, se estava nú em uma floresta alguém queria se livrar dele! Você pode ter se metido com um mafioso, estamos perto da Itália! Você não tem juízo!!
__ Ou ele pode ser um turista que foi assaltado.
__ Você abusa de ser ingênua sinceramente, o que vai fazer ?
__ Eu não sei, mas tenho que esperar ele acordar, pode ver como ele está? Parece que não tá legal, está muito quente.

Ela me metralha com os olhos, mas acaba virando para observar o cara, vejo ela assoviar, sabia o que significava, Silena era no fundo uma grande safada,e o cara era muito bonito, vejo ela levantar o lençol olhando onde não ousei olhar, arregala os olhos, brigo com ela .

__ O que ? Tô examinando .
__ Não precisa examinar aí embaixo.
__ Sou uma médica meticulosa, e ele é um personagem de livro erótico tenho certeza.

Reviro os olhos, ela e essa mania de livro erótico.

__ Mas sério pode pegar minha bolsa e liga o ar condicionado, aqui tá um forno!

Faço o que ela pede, e logo vejo ela tirar o termômetro elétrico, ela aponta para testa do cara, olha o termômetro com cara feia, dá umas batidas nele e depois xinga, pega o medidor de pressão arterial e novamente palavrão e batidas no aparelho, e um por um, ela repete o processo de xingar e bater, até não ter nada na bolsa dela.

__ E aí ?
__ E aí que não consigo nada, simples não tá funcionando, e como se ele não podesse ser examinado .
__ Isso é possível?
__ Parece que sim, o jeito é esperar ele acordar e tentar fazer perguntas, que droga você se meteu Ágata sinceramente.

Olho para o cara e me pergunto exatamente o mesmo, que droga me meti? .

Minha Deusa Onde histórias criam vida. Descubra agora