Capítulo 19

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Gael

Desde que Ágata me encontrou e me acolheu nunca tinha me sentindo desconfortável, me sentia confuso e deslocado, no entanto quando estávamos juntos não era assim, exceto hoje, ela parecia preocupada e com o pensamento distante, eu podia ouvir ela sussurrando pela casa, mesmo da oficina, ela parecia tentar ignorar esses pensamentos, mas eu sentia que eles a dominavam.

Tinha medo que fosse os mesmos que o meu, a verdade é que eu sabia que não era um humano comum, na verdade não sei se de fato sou humano, estranhamente a palavra não parece certo para mim, e vendo o que consigo fazer, provavelmente não é mesmo, tenho me observado atentamente a um tempo, não que eu queria saber ou voltar para minha vida antiga, na verdade sinto que era infeliz nela, e agora sou o homem mais feliz do mundo.

Mas tinha coisas a se encaixar, eu tinha visões de um lugar, de uma praia, um palácio, um vulcão e de cabelos ruivos como fogo, essa última parte me pesava o coração ao lembrar era uma mágoa forte que sentia dela, mas quem era ela ? Em contra partida havia meu corpo e minhas habilidades estranhas, eu estudei sobre e não cheguei a nada o corpo humano era bem ambíguo, e ao mesmo tempo era limitado.

Havia pontuado as diferenças, na verdade era praticamente tudo sobre mim, necessidade de dormir, aparentemente o corpo sucumbe sem dormir, eu nunca dormi, desde que acordei no antigo apartamento de Ágata meu corpo nunca sentiu necessidade de dormir, o que também levava a fome, outra coisa que nunca senti, comia simplesmente por gostar de experimentar e pelo gosto bom, mas não sinto falta ou necessidade, na verdade meu corpo não tinha nenhuma necessidade de nada, além de Ágata, eu só sentia necessidade dela e mais nada.

Fico inquieto ao pensar nela e sorrio, era madrugada ela dormia pesadamente, eu precisava me acalmar então estava trabalhando, era o que me dava paz e clareava minha mente e me mostrava que não era normal, estava moldando o metal com as mãos nuas, era basicamente aço fervendo que em momento nenhum me machucava, era por isso que minha obras não tinha emendas ou soldas, assim como não precisava sempre da forja o metal ficava quente até eu desejar e endurecia e esfriava  também com meu desejo.

Moldo o metal que forma um vulcão, algo grandioso e que nunca vi em qualquer lugar, nem nos meus estudos, observo o vulcão e sinto uma dor de cabeça, várias imagens distorcidas vem a minha mente, eu ouvia o barulho do metal sendo moldado pelo martelo, depois vejo escadas e uma espécie de mulher, não era isso, a palavra ninfa vem a minha mente, e me sinto tonto e com falta de ar, sabia o que ia acontecer então me sento no chão, e coloco um pedaço de pano na boca, era uma espécie de memória, e novamente me obrigo a lutar com a dor que ver ela me trás.

Eu estava em uma praia de areias negras, o mar incrivelmente azul, tinha acabado de se abrir enquanto saia dele, observo o lugar e pareço aliviado de está de volta, parecia que era o único lugar que me sentia pertencer, observo o lugar e sorrio, a praia logo a frente dava espaço para uma vegetação extensa, e em um verde vivo, olhando logo acima, vejo um vulcão tão alto que seu topo é coberto pelas nuvens, então aquele lugar era uma ilha vulcânica, isso explicava a vegetação, o solo vulcânico é uns dos mais férteis do mundo .

Vejo um caminho entre a vegetação, onde consigo observar diversos animais enquanto caminho, logo uma escada em bronze aparece ela era esculpida na rocha, seus degraus era do mesmo material totalmente polido e aquecido, subo passando os dedos pelo bronze liso, sem emendas observo os adornos em pedras preciosas, estava orgulhoso desse trabalho, ao fim da escada, a mesma se abre para um vale, nele a um pomar com as mais variadas frutas, e um jardim com milhares de flores algumas que nunca vi antes, havia um lago cristalino, que se formava por uma queda dágua, era como um véu, ali havia um templo, com características gregas, e ao mesmo tempo moderno, pôs era grande parte feito de metal e vidro, parte dele se projetava para fora outra parte estava encrustada dentro das rochas do vulcão, era lindo.

Entro no templo, e fico admirado com a beleza do local, era adornado com metais e uma decoração em tons vermelho, preto e cinza, grandes janelas se abriam para vista abaixo da praia e sua vegetação, portas gigantesca, davam para varandas amplas e decoradas, aquele lugar me cheirava a lar, caminho pelo chão de quartzo liso, passo por um porta e sinto aquele sentimento de pesar, caminho até uma porta dupla e vejo um quarto que reconheço como meu, caminho tirando a armadura, ficando somente com uma toga, escuto algumas risadas, e sorrio levemente, abro as portas do quarto dando de cara com um lago termal com águas azuis únicas, sentadas nas pedras negras há ..... Ninfas ?! Elas vem até mim sorrindo.

__ Meu senhor ! Estavamos lhe aguardando, como foi sua viagem a Atlântida e Poseidon?
__ Boa, foi bom ver os ciclopes .

Digo suspirando e retirando as roupas entrando nas águas termais, logo as coisas começam a sumir, volto a realidade respirando devagar, olho para meu atelier para ter certeza onde estava, e logo tenho certeza que estou na casa de Ágata e eu, mas outra certeza me abate, a certeza que não sou comum, na verdade a certeza que não era humano.

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