Capítulo 5

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Estava ainda pensativa sobre como lidar com a situação, daquele cara,na verdade já estava ficando estranho chamar ele de homem e cara, tinha que arrumar um nome para ele, já que ele não lembrava no dele, e também tinha a questão do meu trabalho, era fora de questão deixar ele sozinho aqui em casa, então tinha um impasse, olho para Silena que está olhando para sala na verdade para o cara, que estava muito empenhado lendo o livro de alfabetização, jogo o pano de prato nela.

__ Quer parar de ficar babando.
__ Impossível, ele é tão gostoso credo.
__ Silena se comporta.
__ Sério ? Já olhou pra ele com atenção? Já viu todos os atributos?

Sabia bem do atributo que ele estava falando, quando como um replay lembro da cena dele no banheiro, e tenho vontade de me dar um soco.

__ Isso não é importante, eu quero saber como vou cuidar dele tendo uma coleção para arrumar.
__ Tenta home office.
__ Eu não tô doente.
__ Mas pode ficar, pode sei lá dizer que está de quarentena.

Olho feio para Silena, eu não gostava de brincar com doença, ainda mais quando matou tanta gente, mas não tinha muita opção, realmente apesar de odiar admitir Silena estava certa, então liguei para minha chefe e disse que estava doente, com Silena para confirmar ficou fácil, logo estava trabalhando em home office, claro que depois da minha chefe falar um monte e dizer que se não produzir, vai me rebaixar.

__ Menos um problema, agora tem outra coisa, depois que os dias acabarem, o que vou fazer?
__ Se ninguém procurar por ele, ou não se lembrar, você pode ver um abrigo, você disse que ele é esperto e aprende muito rápido, então.

Realmente, ela não tinha pensado nisso, mas também agora  não tinha condições dele viver sozinho, mas tinha outro problema que era a falta do nome ou qualquer identificação, no fórum online ninguém procurou ele, na verdade eu tinha uma idéia, ia tirar uma foto dele e por na internet, alguém o acharia, eu acho .

__ Mas ele não vai precisar de documentos e um nome?
__ Realmente, que tal fazermos assim, arrumamos um nome para ele, e os documentos, conheço alguém.
__ Silena ! Você disse que não ia se meter em roubada na vida!
__ Não me meti por acaso ajudei um falsificador profissional, sou médica .
__ Não acredito nisso .
__ Ata, e você que salvou um estranho, suja falando da mal lavada.

Fico quieta, infelizmente ela estava certa.

__ Ok, que nome daremos para ele?
__ Melhor deixar ele escolher.
__ Sim .

Vou até a sala e vejo que ele tinha largado o livro de alfabetização e pego um dicionário de língua grega, que comprei quando me mudei, e agora deixei na mesa como enfeite, na verdade ele parecia folhear o livro muito rápido, olho para Silena que também não entendi nada.

__ Oi eu Silena estávamos conversando e pensamos se gostaria de um nome, sabe até lembrar o seu, não posso te chamar de cara para sempre.

Ele concorda com a cabeça, ainda muito interessado no livro, quando finalmente acaba de folhear o mesmo, olha para mim e Silena que estávamos discutindo que nome íamos dar para ele, eu queria Gael e Silena queria Sales, não chegamos a uma decisão, e pra nossa surpresa a razão da discussão responde em um grego perfeito.

__ Eu prefiro Gael se não se importa Silena.

Silena nega com a cabeça completamente chocada e eu também, logo ele se levanta e guarda o livro, olhando nos duas ele fica confuso .

__ Algo errado ?
__ Você sabe falar.
__ Eu aprendi na verdade.

Ele aponta para o livro, e eu ainda não falo nada, Silena recebe uma ligação do hospital xinga e sai correndo, eu fico ali parada olhando para o recém nomeado Gael, ele me olha curioso e se aproxima, mas quando digo se aproximar e colar nossos corpos, ele não tinha noção de espaço pessoal.

__ Ágata, você está bem?

Fecho os olhos, ele falando o meu nome parecia música nos meus ouvidos, e a voz dele me deixava descompensada, eu não estava normal, sinceramente não era possível alguém me afetar assim, e pior ainda alguém que nem sabe o que faz, eu deveria ter vergonha de ficar assim, abro os olhos encarando os deles, depois desço o olhar para o nariz bem feito e os lábios.... Por instinto passo os dedos levemente por eles descendo pelo pescoço e o pomo de Adão dele, novamente sinto o ar ficar quente, e meu corpo se agitar, estranhamente ele pareceu notar, consigo ver os olhos dele queimando como fogo, ele se abaixa na minha direção segundo meu rosto.

Ele não podia me beijar não é, ele não né se lembra disso, ou lembrava? Vejo ele abaixar e falar no meu ouvido me causando arrepios pelo corpo.

__ Me sinto estranho perto de você, me sinto mais quente, e tenho vontade de fazer coisas que não sei o que são, o que está acontecendo comigo ?
__ Eu ... Eu não sei.

Gaguejo por sentir o mesmo e ficar nervosa com a presença dele assim tão perto, ele me deixava descompensada e isso não é bom para ninguém, principalmente quando se trata de homem, tinha que entender a situação e não me deixar levar por causa de uma atração estranha, me afasto dele como posso, arrumo o cabelo no nervoso, tento mudar de assunto.

__ Como aprendeu a falar grego e ler tão rápido?
__ Não sei ao certo, e como se já soubesse, e quando li tudo surgiu na minha mente, foi estranho, mas ao mesmo tempo foi bom, queria poder me comunicar agora posso.
__ Entendo, Gael, posso te chamar assim né .
__ Sim.
__ Sobre como te encontrei e sua situação... Não sei se suas memórias vão voltar um dia.
__ Certo, mas eu não sei, sinto como se não tivesse algo bom para lembrar e como.....

Ele para de falar e coloca a mão na cabeça, em seguida tonteia colocando a mão na cabeça, soltando um grito de dor, e caindo totalmente no chão fico desesperada quando vejo seu corpo começar a tremer e seus olhos virando ele estava convulsionando, não sabia o que fazer então simplesmente seguro ela contra mim, enquanto seu corpo treme, desconfortável.

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