Capítulo 4 - Acerto de contas

405 26 6
                                    

Fernanda

Sinto meu corpo ser arremessado com força contra a poltrona. A venda é tirada dos meus olhos e logo tenho um dejavu ao analisar o rosto de Thamires, Nino e Wendel em minha frente.

– Não se passou nem cinco dias... – Wendel fecha o punho e vem furioso em minha direção.

– Calma aí! – Nino entra na sua frente. – Não podemos bater na mina. Apesar da minha vontade também ser essa no momento. – Me olha com amargura.

– Por qual motivo? – Investigo, Wendel ri pelo nariz. Divide o olhar com Thamires e o Nino antes de se virar pra mim e de supetão levar a mão no meu rosto.

Arde. A dor é insuportável, em um gesto automático tento me levantar, mas as cordas ao meu redor me impede e eu grito.

– O QUE É QUE VOCÊ QUER DE MIM? – Vocifero ao nervos.

– Eu quero te matar, Fernanda. – Apoia as mãos nos braços da poltrona e olha bem para o meu rosto. – Eu quero tacar fogo no seu corpo e te ver queimar.

– Fernanda. – Thamires se aproxima com cautela, mas assumia uma expressão decepcionada. – O que a gente te disse da delegacia, porra? Por que caralhos você foi para a delegacia?

– Vocês queriam que eu fizesse o que? – Olhei com amargura para o Wendel. – Aquele agente filho da puta foi na minha casa, disse que eu precisava dar um depoimento. Eu iria negar? Pra quê? Trazer mais dúvidas ao meu respeito?

– O que você disse? – Nino indaga ao mesmo tempo que Wendel.

Nada referente a vocês. – Wendel se afasta, passando a mão pelo rosto. Enfurecido.

– É mentira.

– Vai se foder, Wendel! – Nunca pensei que fosse odiar tanto uma pessoa como odeio o Wendel hoje.

Minha vontade é de ir contra todos os meus princípios e matar ele.

Ele vem na minha direção, acredito que para meter a mão novamente no meu rosto e eu não abaixo a cabeça pra esse duas caras do caralho.

– O Tito tá ligando. – Dentinho revela afobado, assim que entra às pressas na sala.

Imediatamente os quatro par de olhos caminham até ele, Wendel pensa em ir na sua direção mas Nino toma a frente, pega o celular e leva até o ouvido. Meu coração disparada dentro do peito.

– Caralho, truta. Demora do caralho pra atender essa merda, vai se foder. – Ouço a sua voz ecoar através dos alto-falantes do cômodo, meu peito parece uma escola de samba e antes que possa impedir as lágrimas vem.

Às lágrimas que eu evitei durante dias, inundam meus olhos.

– Fala, irmão. – Nino muda até o tom de voz pra falar com ele, parece até a porra da mulher dele. Imundo. – Caralho, quanto tempo porra.

– Espero que vocês não tenham levado as minha quebradas pra o fundo do poço. – A sua voz estava diferente, mais rouca. Me pergunto se estava doente, seria um resfriado? Ou pior, uma infecção na garganta.

– Tá tudo andando, Truta. – Caminha até a gente. – Fala aqui com os irmãos, Thamires e Wendel estão na escuta.

– Fala ae, Titona. – Thamires se aproxima pra falar com ele, Wendel faz o mesmo, sem tirar os olhos de mim.

– Eai, como tá a vida de luxo aí? – Indaga com falso deboche.

Fingido do caralho. Me remexo na cadeira pra acertar a minha mão na cara dele mas sou impedida pelas cordas.

AO ACASO 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora