Capitulo 27 - Melhor previnir do que remediar

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Fernanda

Caminho de um lado para o outro naquele minúscula sala tentando me acalmar para que Isac permanecesse calmo também.

A porta da sala é aberta, vejo Helena passar por ela e eu suspiro aliviada ao visualizar um rosto conhecido. Ela vem até mim e me recebe com um abraço cordial, inspiro fundo ao me sentir mais calma ao tê-la aqui.

— O que aconteceu, Helena? O que deu errado? — Indago apavorada com o que ela poderia me dizer.

— Calma Fernanda, senta aqui um pouco. — Ela pede pousando sua bolsa em cima da mesa de aço antes de se sentar.

Respiro fundo e faço o que ela pede, me sento unindo as minhas mãos algemadas em cima da mesa.

— O que aconteceu?

– Eles tem provas, Fernanda. — Olha ao redor observando o vidro escuro da sala. — Eles tem provas do tempo que você esteve com o Tito.

— Que tempo? Estou sendo incriminada por ter namorado com o Guilherme?

– Não, você está presa como suspeita de fazer parte a quadrilha do Tito.

— Suspeita? — Indago em meio um riso falso — Eu vou ficar presa porque eles acham que eu fiz parte da porra da quadrilha do Tito? Porque eles acham?

– Fernanda, calma..

— Não me pede calma, Helena. — Vocifero. — Não me pede calma, porra! Eu tô com uma criança de sete meses no ventre, porra.

Esfrego meu rosto e tento acalmar os meus nervos, não posso ficar nervosa mas em uma situação como essa até o mais calmo ficaria nervoso.

— Que provas eles tem? — Pergunto baixo em um tom de voz ameno.

— Além das imagens de vocês dois no posto de gasolina alguns meses atrás, ele tem imagens suas no baile com ele. O delegado diz ter mais mas não me mostrou elas. — Ela me olha de relance, seus olhos querendo dizer mais que a sua boca. — No seu caso, se não existir uma segunda prova eu posso te liberar com uma fiança frajola, mínima. — Explica detalhadamente.

— Eu vou precisar ficar aqui por quanto tempo?

— Vou falar com o delegado, se depender de mim você saí daqui antes de anoitecer, mas se comporte. —Engulo em seco e concordo, me despeço dela e peço que ela faça de tudo possível para me tira daqui.

Respiro fundo quando estou sozinha na sala novamente, abaixo a cabeça e encosto a testa no metal frio pedindo aos céus que eu pudesse estar em casa logo.

A porta é aberta logo em seguida, por ela passa um policial mal encarado que me pega pelo braço e me leva pra fora da sala como se eu fosse um saco de batatas.

— Ela tá grávida seu bosta, segura ela direito. — Tenho um sobressalto assustada ao ouvir o grito de uma das detentas dentro da cela.

Sou posta dentro da cela repleta de mulheres, abaixo o olhar ao ter o olhar de todas elas em cima de mim. A mulher que gritou com o policial tem um tom de pele cor achocolatado e os cabelos estavam presos em um ninho na cabeça, vejo ela colocar os braços atrás das costas e se aproximar de mim me analisando.

— Qual teu nome morena?

— Fê.. Fernanda..— Gaguejo sentindo o medo tomar conta de mim.

— E tá aqui por quê?

— Suspeita por associação ao tráfico.

Às mulheres atrás dela dão risada, a mulher a minha frente pede silêncio.

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