Fernanda
Caminho de um lado para o outro naquele minúscula sala tentando me acalmar para que Isac permanecesse calmo também.
A porta da sala é aberta, vejo Helena passar por ela e eu suspiro aliviada ao visualizar um rosto conhecido. Ela vem até mim e me recebe com um abraço cordial, inspiro fundo ao me sentir mais calma ao tê-la aqui.
— O que aconteceu, Helena? O que deu errado? — Indago apavorada com o que ela poderia me dizer.
— Calma Fernanda, senta aqui um pouco. — Ela pede pousando sua bolsa em cima da mesa de aço antes de se sentar.
Respiro fundo e faço o que ela pede, me sento unindo as minhas mãos algemadas em cima da mesa.
— O que aconteceu?
– Eles tem provas, Fernanda. — Olha ao redor observando o vidro escuro da sala. — Eles tem provas do tempo que você esteve com o Tito.
— Que tempo? Estou sendo incriminada por ter namorado com o Guilherme?
– Não, você está presa como suspeita de fazer parte a quadrilha do Tito.
— Suspeita? — Indago em meio um riso falso — Eu vou ficar presa porque eles acham que eu fiz parte da porra da quadrilha do Tito? Porque eles acham?
– Fernanda, calma..
— Não me pede calma, Helena. — Vocifero. — Não me pede calma, porra! Eu tô com uma criança de sete meses no ventre, porra.
Esfrego meu rosto e tento acalmar os meus nervos, não posso ficar nervosa mas em uma situação como essa até o mais calmo ficaria nervoso.
— Que provas eles tem? — Pergunto baixo em um tom de voz ameno.
— Além das imagens de vocês dois no posto de gasolina alguns meses atrás, ele tem imagens suas no baile com ele. O delegado diz ter mais mas não me mostrou elas. — Ela me olha de relance, seus olhos querendo dizer mais que a sua boca. — No seu caso, se não existir uma segunda prova eu posso te liberar com uma fiança frajola, mínima. — Explica detalhadamente.
— Eu vou precisar ficar aqui por quanto tempo?
— Vou falar com o delegado, se depender de mim você saí daqui antes de anoitecer, mas se comporte. —Engulo em seco e concordo, me despeço dela e peço que ela faça de tudo possível para me tira daqui.
Respiro fundo quando estou sozinha na sala novamente, abaixo a cabeça e encosto a testa no metal frio pedindo aos céus que eu pudesse estar em casa logo.
A porta é aberta logo em seguida, por ela passa um policial mal encarado que me pega pelo braço e me leva pra fora da sala como se eu fosse um saco de batatas.
— Ela tá grávida seu bosta, segura ela direito. — Tenho um sobressalto assustada ao ouvir o grito de uma das detentas dentro da cela.
Sou posta dentro da cela repleta de mulheres, abaixo o olhar ao ter o olhar de todas elas em cima de mim. A mulher que gritou com o policial tem um tom de pele cor achocolatado e os cabelos estavam presos em um ninho na cabeça, vejo ela colocar os braços atrás das costas e se aproximar de mim me analisando.
— Qual teu nome morena?
— Fê.. Fernanda..— Gaguejo sentindo o medo tomar conta de mim.
— E tá aqui por quê?
— Suspeita por associação ao tráfico.
Às mulheres atrás dela dão risada, a mulher a minha frente pede silêncio.
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AO ACASO 2
Storie d'amoreApós um início conturbado, Fernanda e Tito finalmente se deram a chance que mereciam. Mas após finalmente se acertarem, um vacilo causa uma reviravolta no relacionamento de ambos dentro da favela. O amor vencerá?