Capítulo 11 - Até onde iriamos por amor?

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Tito

— Por que eu tô aqui? — Pergunto assim que o carcereiro me larga dentro da enfermaria.

Rachel, a médica se vira com um meio sorriso que eu não retribuo.

— Você precisa tirar os pontos, já se passou sete dias. — Ela diz ajeitando as luvas em suas mãos. — Se sente na maca e tira a camiseta, por favor. — Pede.

— Difícil. — Ela me olha, ergo os pulsos algemados.

Ela me dá um meio sorriso, caminho até a maca e ela vem em minha direção.

— Deixa que eu te ajudo. — Agarra a barra da camiseta e sobe, propositalmente eu sinto as suas unhas deslizarem pela região das minhas costas enquanto ela retira. Respiro fundo e tento ignorar as sensações que sinto, retiro a peça pela cabeça e seguro entre os pulsos algemados.

— Anda sentindo dores? 

— Se eu falar que sim tu me receita morfina? — Ela pede que eu me deite e assim eu faço, com os braços apoiado acima da cabeça pra ela alcançar o ferimento em meu abdômen. 

É um corte de uns dez centímetros em cima do baço, não sou nenhum professor de biologia mas tenho certeza que ela mexeu no órgão porque deu problema. 

— No máximo um paracetamol. — Brinca, ri pelo nariz com essa bosta, acompanho ela se aproximar para a retirada dos pontos.

— Na moral, loira. Me da morfina. — Imploro, queria dormir e com uma dose de morfina só acordaria amanhã. 

— Nada disso. — Se nega, respiro fundo frustado.  — Você está bem comentado aqui dentro. — Ela puxa papo depois de alguns minutos, desvio meu olhar do teto pra ela. 

— Aé? Duvido muito. 

— Pra falar a verdade quem tá comentada é a mulher que veio te visitar. — Balbucia baixo, segurei a risada porque a médicazinha não sabia mesmo ouvir nada e ficar quieta. 

— Os caras já tão de olho na minha mulher? – Ela ri baixo, olha para trás e verifica a porta da sala antes de retornar a me olhar. 

— Se eu fosse você ficava esperto. — Dou risada, na moral quem era esses vermes perto do Titão. 

Ela termina de remover os pontos que não são muitos, pede para eu me levantar e ela começa a limpar o ferimento.

— Ela vem sempre aqui? — Trás o assunto da Fernanda a tona novamente. 

— Por que a pergunta? — Observo a loira dos longos cabelos com atenção, ela da de ombros ainda limpando o ferimento em meu peito.

— Curiosidade, pra dá conta de você... Sabe como é, cuidar direto. — Ela ergue o olhar, me olha com os olhos verdes repleto de intenções. 

— Cuidar direito é? — Ela concorda, inclina as costas e cola o curativo enquanto me observa com um sorrisinho de canto.  Tava me querendo, vejo isso na forma como me olha. 

— Sim, você me parece ser um homem que precisa de muitos cuidados... – Percorre a mão pelo meu peito em direção ao meu colo, quando ela tá quase agarrando o Titão, eu seguro seu pulso. 

— É, ela tá cuidando direto, pode deixar com ela beleza? — Com o fora, ela se afasta surpresa e um pouco sem graça.

— Oh.. É, sim. — Engole em seco. — Me desculpa. 

— Relaxa, loira. Tô na necessidade aqui dentro mas sou fiel a minha morena. — Declaro, ela concorda super sem graça. — Mas se quer me ajudar, me injeta morfina aí. — Peço na humildade, ela me olha em dúvida e eu só mando aquele olhar pra ela.  Se isso aqui caísse no superior dela quero nem saber do b.o. Ela me injeta morfina contra vontade, assisto satisfeito e desço da maca vestindo a camiseta rapidão antes de seguir até a porta da sala. – Bora. — Chamo o carcereiro, antes que ela se jogue em cima de mim.  Tentação é grande, não vou falar que a mulher não é gostosa porque ela é, mas na moral ninguém faz igual a minha não, além do mais, eu não aceito traição de forma alguma.

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