Capitulo 28 - Perdoado

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Tito

Atravesso as portas da salinha lendo uma mensagem que foi escrita pelo Noronha, entrei em contato com ele cedo para juntar os melhores e ir atrás dos agentes que não iriam dar sossego para a minha mulher até estarem a dez palmos abaixo do chão.

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Noronha: serviço feito, chefe. / 13:00
Leandro: Fernanda quer sair, libero? / 13:10
Piolho: Fagner volta do hospital hoje, Dentinho ainda tá mal irmão../ 12:13
Thamires: vou me encontrar com o pm pra falar daquele lance às 14h, quer que eu passe aí ou a gente se encontra lá? / 13:01

Respondo às mensagens antes de procurar pelo contato da Fernanda nas minhas conversas e perguntar se estava tudo bem. A levei para a minha favela lá em Senador Camará, está viva e bem protegida em uma casa com dois andares e área de lazer.

Agora feliz e de boa comigo é outros quinhentos, ela tá me negando voz desde que a gente chegou lá na segunda e acabou discutindo. Pra não deixar ela mais estressada saí de casa por uma hora e meia.

Maldita hora que eu saí.

Lembro que ela chegou em mim com a maior cara fechada e me perguntou onde que eu estava, respondi que fui pegar um dinheiro na vila aliança, ela ficou me observando por cerca de cinco minutos antes de apenas concordar e desaparecer da minha vista.

Desde então ela não me olha, não fala comigo, e muito menos deixa eu tocar ela. Eu conheço minha mulher tá ligado? Ela tá frustrada porque voltamos para a mesma situação de antigamente e sei que ela odeia ficar em casa trancada, mas o que eu posso fazer caralho? Ela não tá segura lá fora, e ela entende isso mas não dá pra não lidar com a raiva.

Eu entendo o que ela tá passando, mas fico puto quando eu quero estar com ela e com o Isaac e sou afastado.

Não sei aonde esse afastamento vai levar e tenho medo dela acordar qualquer dia desses e perceber que merece muito mais do que só isso que eu estou proporcionando. Comigo ela tem luxo, tem o amor que sinto por ela e uma casa.

Mas Fernanda é uma mulher que preza por essas coisas mas também preza pela sua liberdade, ela é das ruas assim como eu, e não se vê apenas cuidando de uma casa. Isso que faz nós nos desentender, porque eu quero ela segura dentro de casa e ela quer viver a vida.
Enviei a mensagem para o Leandro dizendo que a poderia sair mas que era pra ele descer junto e dar a vida pela sua se for necessário, algumas horas mais tarde ele me diz onde eles estavam e eu fico surpreso ao saber que ela estava no hospital que o Dentinho estava internado junto da Mari e da Luiza.

Por volta das cinco desci pra casa em Parada de Lucas. Encontro tudo vazio como passou a ficar desde que a morena e a Mari foram pra Senador Camará, Binho que achou ruim, o que rendeu discussão dele e da Mari.

Peguei uma mochila e coloquei umas paradas que ia precisar, após isso sigo pra fora e subo na moto. Lá embaixo ajeito o capacete e vou a mil pra outra casa.
Assim que estaciono na vaga disponível do evoque, que passou a ser usado pela morena ultimamente, vejo que a luz da varanda está apagada, o que denuncia que elas ainda não tinham voltado.

A casa que estamos é confortável, a sala é grande e acomoda dois sofás e uma televisão de 70 polegadas onde eu pretendo assistir o jogo mais tarde. O andar de cima é constituído por três quartos e uma sala de estar aberta, onde a morena passa a maior parte do tempo, acredito eu que ela vá lá para me evitar.

Entro no cômodo e tomo o meu banho na velocidade de uma lesma, tava só o pó e um banho demorado é tudo que eu queria desde que estava subindo babilônia no sol de 38°.

Permaneço embaixo da ducha até ouvir o barulho de risada soar no andar inferior, desligo o chuveiro e passo a toalha pelo quadril antes de sair do quarto.
Pela porta aberta vejo Fernanda caminhando pelo corredor ao lado da Mari que empurrava o carrinho de Luiza, às duas gargalhavam e estavam com as mãos cheias de sacolas.

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