Capitulo 21 - Lar, doce lar

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Fernanda

Silenciosamente subo a calça larga pelo meu corpo, calço meu chinelo, despeço dos cachorros e pego minha bolsa. Sigo até a sala mas paro bruscamente meus passo quando vejo minha mãe sentada no sofá da sala com uma xícara em mãos.

Droga.

– Hoje mais cedo saiu no noticiário que um traficante que estava preso em uma penitenciária de alta segurança fugiu. – Fala brevemente balançado a xícara. – Devo me preocupar Fernanda?

– Não mãe. Eu sei exatamente o que estou fazendo. – Garanto.

– Eu espero mesmo que saiba Fernanda, odiaria me decepcionar com você também. – Engulo em seco com sua fala.

– Eu sei o que eu faço, mãe. – Beijo sua testa antes de pegar a chave de casa no pendente ao lado da porta.

– Onde você está indo? – Olho de relance e ela suspira.

– Você sabe Isabel. – Murmuro antes de fechar a porta. – Boa noite!

Entro no elevador e encaminho uma mensagem para Dentinho. Desejo boa noite ao porteiro e caminho pela calçada até a próxima esquina onde encontro Dentinho encostado em uma moto.

Pego o capacete, ajeito na cabeça olhando ao redor e subo na moto. Agarro nele e ele não demora seguir em direção a Parada de Lucas.

Quando ele estaciona na porta da casa do Tito, agradeço pela experiência de quase morte, já que demoramos poucos minutos para chegar.

– Ainda está tendo bagunça aí? – Pergunto ao Gomes assim que passo pelo portão e escuto o barulho do som.

– A resenha tá comendo solta ainda, Patroa.

Faço a curva na garagem e sigo em direção a churrasqueira, entro no ambiente e posso notar que só haviam os mais próximos. Procuro Tito com os olhos e o encontro encostado no muro, uma mão segurava uma cerveja enquanto a outra acariciava sua própria testa. Eduarda falava algo em seu ouvido e ele aparentava impaciência.

Paro de andar e observo a maneira como ela gesticula parecendo a dona dele. Abruptamente ele levanta a cabeça e sua expressão entrega que ele está puto, fala poucas palavras pra ela, mas com um tom ríspido.

Dou dois passos para frente quando vejo ela tentar encostar nele. Ergo uma sobrancelha intrigada com a situação. Ele afasta seu próprio braço do toque e sai de perto dela. Ela insiste com a mão mais uma vez, e ele retorna a ela com um dedo apontado na sua cara enquanto diz algo.

Ele se vira e sai de perto dela, faz como se fosse entrar na cozinha mas ao me ver parada próximo a churrasqueira, vem na minha direção cambaleando.

– Tu bebeu quantas, Tito? – Pergunto assim que ele entra na minha frente.

– Todas que eu não bebi durante esses três meses. – Vem cheio de sorriso em direção ao meu pescoço. – Como minha sobrinha está? E a Marina?

– As duas estão bem. – Garanto segurando sua mão. – Vamo subir. Você precisa de banho e cama.

– Mas não são nem onze horas ainda Morena.

– É, mas a festa acabou. – Aumento o tom de voz para que todos escutem.

– Qual foi Morena? – Fagner reclama.

– Todo mundo trabalha amanhã. Anda. – Aviso. – Vou descer com uns colchões, não quero ninguém pilotando bêbado, todo mundo pode ficar aí. – Digo arrastando meu bêbado pra dentro de casa.

É um inferno pra ele tomar banho sem mim, queria dar umazinha bêbado. Ele jura que vai conseguir fazer alguma coisa desse jeito, é eu sentar e ele desmaiar.

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