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Mais penosas são as consequências da ira do que as suas causas.

                                                                                                                     __ Marco Aurélio

— O que está fazendo? — Eduardo indagou a sua esposa parada a sua frente. Ela vestia uma camisola transparente que nada escondia e trazia na face um sorriso maroto. Um que ele nunca a viu dar. Evelin se aproximava da sua mesa sorrateiramente com um olhar de que faria algo abrasador.

— O que está tramando, mulher? Por que está aqui? — Insistiu, mas ela não o respondeu. Apenas tirou as alças da camisola que caiu em um amontoado no chão. Ele observava a nudez da esposa com ânsia, gula. Ele não lembrava de desejar tanto uma mulher, como a deseja. Isso é loucura! Pensou.

— Meu marido, faça amor comigo… me faça sua… — Evelin sussurrou para o desespero de  Eduardo. Ela está irresistível e o olhava com tanto carinho.

— Já disse que não toco em você…

— Sei que me quer, posso ver em seus olhos. — Disse arrastando a cadeira e sentando no colo dele. Ela mesmo tomou a iniciativa e o beijou, um beijo sedento, convidativo. Ele gemeu quando tocou nos montes, um gemido gutural rasgou seus lábios. Ele brigava com o tesão e a razão, mas sabemos quem ganhou. Eduardo levantou no ar, derrubou tudo que estava em cima da mesa e a sentou na superfície fria.

— Você é linda! — Admitiu pela primeira vez.

— Sou sua, Edu… Sou presa a você para sempre…

— O quê? — Inquiriu sem  entender.

— Eu o amo desde sempre… — Evelin declarou sumindo. Eduardo acordou suado e com a respiração suspensa. Ele sonhava, mas parecia tão real. Levantou rápido, nervoso. Para ele não é um bom sinal sonhar com ela, assim. Entrou no banheiro sentindo-se nocauteado, sem chão. Tomou um banho frio para abaixar a grande ereção  que se formou desde que acordou, depois foi se arrumar. Olhou o lugar da esposa, está vazio. Ele achou estranho, pois não parecia que dormiu ao seu lado.

Quando Eduardo acordou pela manhã, a mesa já estava posta, porém, sua esposa dormia no sofá pesadamente. Ele a acordou sem nenhum tato, a chamando para tomar café da manhã. Notou que ela nada comia, apenas lhe observava com expectativa. Evelin quer abordar um assunto, mas não sabe como iniciar. Ele não falou com ela desde que a chamou.

— Fala de uma vez! — Falou do nada a assustando.

— Hã?

— Você está a um tempo me encarando, acredito que deseja me falar algo, então diz, fala de uma vez. — Repetiu.

— Não acha melhor dormimos em quartos separados? Não me importo em dormir no quarto de hóspedes.

— Não! — se calou para mastigar — É tarde demais para fingir não saber os termos do contrato. És uma tola, se pensa que acredito. — Disse se levantando. Evelin o olhou até desaparecer de suas vistas. Ela não compreendeu o que disse, não sabe o que está escrito no contrato, não a deixaram ler, por isso não entende qual é o problema de mudar para o quarto em frente. A forçaram apenas a assinar muitos papéis e logo sair, mas se ela lhe contasse isso, ele não acreditaria.

Quando seu esposo voltou, a mesa estava limpa e a cozinha impecável. Ele está lindo como sempre, vestindo um terno preto, e uma camisa social azul. Lindo é um eufemismo perto dele. Pensou.

— Já disse para não me olhar assim. — Falou lembrando-se do sonho. Ele não se dirigiu a ela brutalmente, por isso ficou tranquila. Ele estava pegando sua sacola, mas parou abruptamente se virando para ela.

Sou Presa a VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora