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O homem é um aprendiz, a dor é a sua mestra, E ninguém se conhece enquanto não sofrer.

____ Alfred de Musset

De acordo com Érico Veríssimo, o amor está mais perto do ódio do que a gente geralmente supõe. Eles são o verso e o reverso da mesma moeda de paixão. Ele diz, ainda mais, que o oposto do amor não é o ódio, mas a indiferença. Se ele estiver certo, podemos sugerir que ainda há esperança para esses dois, mesmo que as circunstâncias digam que não. Mas, como disse meu caro leitor, eles ainda passarão por muitas adversidades, porém é uma escolha deles aprender com ela, ou não. De acordo com Shakespeare Sofremos muito com o pouco que nos falta e gozamos pouco o muito que temos. Então precisamos rever as nossas prioridades.

Voltando a Eduardo. A cólera enraizou-se em seu ser, apenas em observar de longe sua esposa conversando intimamente com o homem que mais detesta nessa terra.  Ele dizia a si mesmo que não é ciúmes, e sim zelo pela sua imagem. Ele não deixaria que uma mulher insignificante manchasse seu nome, lhe traindo em público, isso não aconteceria.

O caminho até ambos parecia longo, ele não poderia demonstrar o que sentia, e tão pouco explodir sua ira ali, então agiria friamente. Assim que parou na frente de sua esposa, a encarou com ódio, e furor.

— Edu… — Evelin começou, mas ele a interrompeu segurando seu braço em um aperto firme.

— Não posso deixá-la a sós por alguns minutos que dá brecha a esse desgraçado. Por acaso deseja dar a ele, sua...

— Não me ofenda Eduardo, se me deixar explicar posso esclarecer. — Tentou, contudo, ele a interrompe mais uma vez.

— Não fale assim com sua esposa. — Alex se intrometeu, deixando o homem ainda mais nervoso.

— Quem é você para dizer como devo falar com minha esposa? Ponha-se em seu lugar! — Mandou dominante. Ele puxou Evelin para longe de qualquer jeito sem se importar se a machucava.

— Espera, Eduardo… Proponho conversarmos. — Evelin insistiu.

— Quero dançar, querida esposa! — Avisou levando-a para a área reservada para isso.

— Não quero dançar. — Disse cansada.  A recusa dela o enfureceu ainda mais.

— Mandei se calar, Evelin! — Ordenou em tom de aviso.

— Não me sinto bem, Eduardo, por favor, pare. — Pediu e ele a ignorou.

— Ninguém pode dizer não a uma decisão minha, muito menos você. — A resposta dele a seu pedido a magoou. Ela estava desconfortável, porém sua resistência o fez parecer mais infeliz com ela. Com o coração em frangalhos e a perna doendo muito, Evelin escolheu desligar sua mente. Voltou ao passado, um feliz e sem dor.

— Fofa, acorda… Está um dia tão bonito.

— Me deixa dormir, mamãe… — Pediu manhosa.

— Acorda fofa, vamos! — Mandou mordendo a bochecha de sua filha. Evelin se espreguiçou rindo.

— Mamãe, não sou fofa, e sim durona. — Declarou agarrando a mãe pelo pescoço e enchendo sua face de beijo

— Isso é coisa de gente durona? — Sua mãe perguntou chorando de rir. Elena sempre foi fraca para as cosquinhas.

— Mamãe! — Evelin exclamou emburrada.

— Vamos fazer assim, filha, você é a fofa da mamãe, e durona do papai. — Júlio indagou entrando no quarto e agarrando as duas. Eles são uma linda família, respeitam reciprocamente e acima de tudo se amam.

Sou Presa a VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora