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Solidão: um lugar bom de visitar uma vez ou outra, mas ruim de adotar como morada.
_ Josh Billings

Se sentir só em meio a uma multidão, é o mal desse século. Semear gentileza não é mais atrativo. Isso é triste, degradante.
Você já se questionou sobre o que está acontecendo com esse mundo? Estamos tão cercados por iniquidade que não sobra espaço para nada. Até o “Eu o amo” tornou-se banal.

Você se sente vazio emocionalmente? Desamparado nesse orbe? Calma! Respire fundo, conte até dez, mas não se aflija. Sentir-se bem consigo mesmo é o primeiro passo para se alto descobrir. Se sentir sozinho cercados por pessoas é normal, apenas não normalize está nela. Cerque-se de coragem de auto-descoberta, permitam-se novas coisas, e vivam intensamente, contudo, não se esqueça de onde saiu, isso fará com que escolha a não voltar pelo mesmo caminho.

Agora sobre nossa amada Evelin. Ela passou sete dias internada, sentindo pena de si mesma. As únicas horas que não passava chorando eram as que estava na companhia de seu primo, entretanto na calada da noite ela chorava com amargura. Por que ele não veio mais? O que está acontecendo? Ninguém lhe contava nada. Até os parentes de seu esposo não vieram lhe visitar, apenas recebeu ligações do vovô Thomas. Nem seus avós lhe fizeram tal coisa.

Conheceu, conversou com várias enfermeiras, médicos que passou pelo quarto dela, todavia, isso não lhe tirou a sensação de isolamento quando todos iam embora. Mas, isso não a desanimou, está sozinha lhe deu muito no que pensar, principalmente sobre o contrato que ela nunca chegou a ler. Seus pensamentos lhe levaram a conclusão que seus avós fizeram algo de muito errado. A colocou em uma tremenda furada. Mas o quê?
Se cobrindo de uma coragem que estava longe de sentir, ligou para o único que poderia esclarecer seus questionamentos.
— “Que honra, Evelin! O que este humilde servo pode lhe ser útil?”
— Não seja tão opinioso, Alex, não combinada nada com você. — Rebateu irritada.
— “Calma, querida, não quis soar dessa forma.” — Sorriu. Ele só quer irritá-la, de alguma forma estranha isso o deixa feliz.
— Certo. Não foi para essa discussão boba que liguei para você. — Avisou colocando o celular no viva voz e procurando uma roupa na sacola que seu primo deixou para ela. Pegou uma calça jeans azul clara e uma camisa polo rosa bebê. Sorriu, por saber que seu amigo lhe conhece tão bem. Ela gosta de conforto, e quando pensa nessa palavra vem apenas jeans em sua cabeça.
— “Do que precisa?” — Seu tom, agora sério, chamou a atenção dela. Às vezes ele a confundia, não entendia qual lado era o verdadeiro. O egocêntrico ou o prestativo.
— Diga-me a verdade. Sabe o que está escrito no maldito contrato?
— “Não sei…” — Ela o interrompeu.
— Não minta para mim, Alex. Diz o que está escrito. — Pediu angustiada.
— “Calma, Evelin, pelo jeito que fala parece que não sabe o que está escrito.” — riu — “Isso é impossível, afinal assinou o papel.”
Com os olhos transbordando, confessou.
— E não sei. Então, me diz, por favor. — Detestou a forma suplicante que soou.
— “Quer me dizer que assinou um contrato multimilionário sem ler? Você é louca?” — Sua pergunta saiu cortante, irritada.
— Sim para o assinou, e não para a louca. — bufou — A verdade é que meus avós não me deixaram ler, para não contrariá-los apenas assinei.
— “Isso é muito sério. Seus avós te manipularam.” — Jogou com a voz enojada. Ele não é uma boa pessoa, mas não jogaria tão baixo.
— Eu não quero pensar sobre isso, agora. Me diz o que está escrito.
— “Pelo menos recebeu algum valor pelo sacrifício? ” — perguntou com um fio de esperança, mas o silêncio dela lhe disse tudo — “Filhos da...”
— Por favor, me diz? ,— Ela interrompeu sem querer ouvir o xingamento direcionado a seus avós, mesmo que ambos mereçam coisa pior.
— “Não posso falar pelo telefone, precisa ser pessoalmente.” — grunhiu — “Darei um jeito de conseguir uma cópia, te mando o dia e o endereço para nos encontrarmos.”
— Faria isso? — Indagou sorrindo. Ela tirou o roupão de hospital e se virou para pegar uma calcinha que esqueceu na bolsa, no entanto, deu de cara com seu esposo que lhe olhava de forma furiosa, selvagem.
— “Evelin! Continua aí?” — Alex insistiu.
— Oi, Alex. Preciso desligar, depois nos falamos melhor. — Agradeceu e desligou. Ela não tinha se atentado a sua nudez até tocar seus braços e vê-los arrepiados. Correu para a cama envergonhada e pôs o roupão de novo.
— Está muito, tempo aí? — Indagou com o coração a mil.
— O suficiente para saber que marcou de se encontrar com outro homem, ainda por cima comprometido. — A respondeu com escárnio.
— Não é nada disso, Eduardo. Alex é apenas um amigo.
— Ele namora a minha prima, não esqueça sobre o que é está escrito sobre traição.
— Jamais faria nada assim, se me conhecesse saberia disso.
— Não faço nenhuma questão de conhecer, quero apenas sua obediência.
— Claro, meu marido. — Se virou revirando os olhos e não dando tanta importância a sua nudez na frente dele.
Eduardo apertou o punho com força, lutando para seu corpo obedecê-lo, mas estava sendo difícil. Seu membro não o obedecia, está rígido e sedento por sua esposa. Mesmo com raiva, não escondeu sua satisfação ao ver a pele cor de jambo, suas curvas generosas, sua cintura fina e delicada. Coxas grossas, bumbum cheio e durinho. Sua boca salivava tamanho sua vontade de sentir seu gosto.
Quando se deu conta no que estava pensando e a quem seus pensamentos mais pecaminosos estão direcionados, respirou fundo e voltou a apertar o punho.
— Vista-se de uma vez, ou quer que um médico entre e a veja nessas condições?
Evelin o ouviu e tratou de acelerar seus movimentos. Não pelo o que ele disse, mas pelo seu corpo traidor desejar seu esposo fervorosamente desde o sonho maravilhoso que teve.
Alguém bateu na porta do quarto, no entanto, antes que ela se pronunciasse, ele tomou a frente.
— Não entre, minha esposa não está v devidamente vestida. — Avisou olhando-a furioso. Ela deu de ombros e voltou a se vestir. Tentou pôr o sutiã, mas estava com dificuldades com o fecho que grudou um no outro. Sem nenhuma vontade de cair em tentação, se aproximou dela, tomou o objeto em suas mãos e desgrudou ambos. Sem demonstrar paciência a virou, fechou a peça no corpo dela e mandou que consertasse.

Essa mulher está testando meu limite, só pode.

Foi a gota d'água quando Evelin soltou os cabelos. A cascata negra caiu graciosamente por suas costas, Eduardo suspendeu sua respiração por alguns segundos que lhe pareceram uma eternidade. Sem nenhuma delicadeza, avançou em sua direção e admirou mais um pouco.

Ela tinha que ser tão linda?

Se perguntou antes de colocá-la sentada na cama e tomar seus lábios ferozmente. A boca dele explorava todos os cantos da dela, sugava, mordia, lambia. Isso tudo mexia com cada terminação da jovem que nunca fora beijada dessa forma tão lasciva.
— Edu… — Gemeu gostoso, ascendendo mais o desejo dele, porém a batida na porta fez com que ele a largasse rápido e lhe encarasse confuso.
— O quê… Não, não deveria ter acontecido… — Saiu deixando sua esposa descabelada e com o corpo em chamas.
Alguém lhe chamava, porém, sua mente estava uma confusão de emoções e a milhares de distância.
— Acorda Evelin. O negócio está bom aqui, hein? — A enfermeira estralou o dedo em sua frente.
— Ana! Quando entrou?
— Vixe, o negócio está sério. — sorriu — Estou a um tempo tentando lhe tirar do transe que seu esposo lhe deixou.
Ela desceu da cama, pôs a blusa e fez um coque mal feito nos cabelos.
— Ele me confundi, Ana. — Confessou cansada.
— Casamento é assim, tem seus altos e baixos. Não desista, pelo que vir aqui, vocês tem futuro.
— Que você esteja certa. — baixou a cabeça envergonhada — Desculpa por presenciar minha sem desavergonhamento.
— Não vir muita coisa, na verdade, não vir nada, apenas seu esposo saindo praticamente correndo daqui, como se o local estivesse pegando fogo, deduzir tudo ao te ver.
— Você trouxe minha liberação? Já posso ir? — Mudou de assunto sem graça.
— Sim, e a receita de seus remédios com os horários certinhos. — Evelin agradeceu, trocou o whatsapp com a Enfermeira e saiu a procura do seu marido. O encontrou no carro, aparentemente mais calmo. Entrou no banco de carona, colocou suas coisas atrás e pôs o sinto. Ele ligou o carro sem olhar em sua direção. Ela estranhou o caminho que tomavam, mas está com muita vergonha para perguntar qualquer coisa a ele, então ficou calada observando todo o percurso.
Ao notar onde ambos parou, ela precisou questioná-lo.
— Por que me trouxe em uma clínica de fertilidade? — Perguntou, mas sabia que não gostaria da resposta.
— Está na hora de resolvermos isso logo. Não precisamos que engravide por vias normais, faremos uma fertilização in Vitro. — Explicou friamente.
— O quê? — Se forçou a perguntar mais uma vez, pois não acreditava no tremendo absurdo que ouvia dos lábios do homem a quem nutre sentimentos fortes.
— Vamos, não tenho o dia todo.
— Não farei isso. — O respondeu determinada.
— O que foi que disse? — Inquiriu perigoso.
— Você ouviu. Está passando do limite, Eduardo. — Avisou tirando cinto. Ela segurou o braço dela, forçando-lhe a encará-lo.
— Você assinou o maldito contrato, então, seja obediente, saia desse carro e entre na porra do prédio.
Com medo que lhe impelisse a tal coisa, chutou a canela dele e abriu a porta do carro.
— Vá você e esse maldito contrato para o inferno. — Saiu correndo, entrando no primeiro táxi que passou.
— Não terei mesmo filho dessa forma, não mesmo.
— Falou alguma coisa, moça? — O motorista perguntou olhando pelo retrovisor.
— Não, apenas pensei alto. — riu sem vontade — Fecharei os olhos um pouco, quando chegar ao endereço avisa, por favor.
Pediu se virando para que o motorista não visse as lágrimas rolando em sua face. Novamente, a tristeza ganhou espaço em seu coração. A única certeza que tinha é que se ele conseguisse seu intento nunca o perdoaria. Não, mesmo.

Comentem, por favor! Até sexta que vem. 🤎🥰😘

Sou Presa a VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora